Perguntando a mim próprio que desejos entendo dever formular para o início do Novo Ano, vejo-me confrontado com algo a que não sei como responder.
Com toda a franqueza, confesso que sou pouco de desejos e muito mais dado aos constrangimentos que me provocam os sofrimentos, as angústias e as tremendas carências que rodeiam o nosso viver social.
Como entendo que isso depende muito mais das circunstâncias ditadas pelas acções individuais do que pelo acaso, embora sem grande esperança, vou formular o desejo de que haja mais descernimento, mais consciência, mais atenção e mais empenho em remediar e evitar agravamentos, para que se torne mais fácil e menos triste a vida nas comunidades em que nos inserimos.
Pareceu-me utópico desejar mais e que seria cínico desejar menos do que isto.