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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
(...) A ideia é, convenhamos, de uma beleza intemporal. Por isso, todos os anos, adultos e crianças, no mundo inteiro, se encantam com a beleza do presépio e com a história (ainda actual em 2015) de uma família de refugiados que, algures no Médio Oriente, obteve guarida num estábulo de uma estalagem, onde nem sequer havia lugar para uma jovem no termo da sua gravidez (...)
(...) O Natal tem, no entanto, uma verdade essencial. E essa verdade é tragicamente ilustrativa da condição humana. Se o facto de o Filho de Deus não ter vindo ao mundo num esplendoroso palácio (mas sim na palha de um estábulo) sugere a mais requintada das verdades poéticas, já o massacre dos inocentes ordenado por Herodes faz soar uma nota amargamente realista, visto que genocídios e massacres pautam desde sempre a história da Humanidade. Deus decidiu vir ao mundo? Então o mundo é isto: é um lugar onde um bebé recém-nascido não só não tem abrigo condigno como está na iminência de ser morto à nascença. Mais tarde, nesse mesmo Menino já crescido, cuspir-lhe-ão em cima, troçarão dele, arrancar-lhe-ão a roupa, fustigá-lo-ão de forma cruel, crucificá-lo-ão. Este Deus não veio ao mundo para ser recebido como Deus, mas como um marginal, um criminoso, um “pobre de Cristo”. Nesta, a mais extraordinária de todas as ideias, (lindíssima, sim) é possível — e é preciso — acreditar.
De um texto publicado por Frederico Lourenço, na edição de "A Revista do Expresso" de 5 Dezembro 2015
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