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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
COMO CASTIGO, O EXÍLIO
1957 – A minha qualidade quanto a estudos não melhorou. Meu pai, em desespero de causa, no fim do 1º período do 5º ano (actual 9º), enviou-me, como aluno internado para um colégio na aldeia das Mouriscas, no concelho de Abrantes. Para um moinante habituado à cidade, aquilo era um fim do mundo, no meio do nada. Um velho professor primário reformado, servia-nos de professor de Português e era nosso tutor em termos de internato. De uma severidade extrema, predispôs-se desde o primeiro momento para me aplicar os castigos corporais e “psicológicos” que domassem os meus hábitos de vadiagem. Fiz tudo para evitar que tivesse pretextos para concretizar os seus planos quanto à minha pessoa.
Esse jogo de vontades entre o velho professor Raposo e o jovem atrevido apostado em salvar o pêlo e a dignidade, devolveram-me os hábitos de trabalho que em Évora tinha perdido.
Resultado: nunca provei os “remédios pedagógicos” que o professor administrava com a sua cana-da-índia e fiz o brilharete de passar às duas secções (Letras e Ciências) no final do ano, nos exames realizados em Santarém. Infelizmente o colégio só leccionava até ao 5º ano. Para meu tolo contentamento e minha desgraça, voltei de novo para Évora. O resultado foi que, no final do 6º ano, só obtive nota positiva (um nível mínimo de 10 valores) nas duas disciplinas mais fáceis do currículo.
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