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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
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Notícia publicada no número 210, do jornal, - A Democracia -, publicado em Elvas, no dia 24 de Outubro de1876, pág.s 1 e 2
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CARTEIRA D’UM VIAJANTE
Campo Maior II
Campo Maior vista de fora e à medida que nos aproximamos, é uma vila de agradável panorama. De dentro do seu recinto abaluartado, surge o velho castelo coroado de ameias, obra do século passado em que, debalde pretenderam copiar a arquitectura do século XIV, pois apenas conseguiram dar-lhe a forma, mas não a robustez.
Pouco a pouco, detrás dele, um pouco para a esquerda, descobre-se o grandioso templo da Matriz, virado para o observador e depois um grupo extenso de casario, destacando-se como que recortado caprichosamente sobre o azul do céu. Quase no extremo, sobreleva-o a Igreja de São João Baptista, sobre cujas abóbadas assenta um terraço que as cobre todas.
À direita do castelo, o convento dos franciscanos, com a sua torre em forma de coroa real e a capela de S. Sebastião distante uns 50 metros e que, de fora, parece incorporada no convento.
Perto, voltada a Elvas, fica a porta de Santa Maria, coberta por um revelim a meio do lance da muralha, que liga o baluarte de Lisboa ao de S. Sebastião. Não tem ponte levadiça e é formado por duas altas colunas laterais de alvenaria, encimadas por um troféu de armas, fechado dentro duma moldura triangular.
O estado das fortificações, - visto deste lado -, não é desolador, como as que defendiam a Porta de São Pedro que estão hoje completamente arruinadas.
Esta porta de São Pedro está voltada à outrora praça de Ouguela, entre os baluartes do Principe e o de S. João e tem sobre a verga uma inscrição análoga à que em Elvas está na fachada dos paços do concelho.
Por ela se pode deduzir que terá começado a ser construida no reinado de D. João IV e que ainda não estava de todo acabada no grande cerco de 1712, embora em adiantado estado de defesa.
Entrando pela porta de Santa Maria, comumente chamada de Porta da Vila, o visitante não ficará muito agradado, pois se acha numa rua de simples e pobres habitações e que, apesar de lhe chamarem Rua Direita, não deixa de ser uma rua bastante tortuosa. Apenas desde o meio, a rua se torna mais notável com algumas construções de bom aspecto.
A má impressão começa a desvanecer-se quando, a partir dos Cantos de Baixo, se vêem partir, em várias direcções, algumas ruas de mais regular construção e a notar-se algum bulício da vida comercial que aqui começa a desenvolver-se e de quem se vem abastecer de água numa fonte que se eleva no meio do terreiro, mas que deita apenas um fraco fio de água.
Dos Cantos de Baixo partem as ruas da Misericórdia e de São Pedro, sendo esta uma das melhores. Vai desembocar na Canada, - hoje Rua 13 de Dezembro - e dá serventia para o largo da Matriz - à esquerda. E, para a Praça Nova ou de D. Luiz -, por um arco à direita, onde está uma pedra com letreiro alusivo à fundação do concelho.
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