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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
CARTEIRA D’UM VIAJANTE
Campo Maior III
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Notícias publicadas no número 216, do jornal, - A Democracia - publicado em Elvas no dia 14 de Janeiro de1877, pág. 1 e 2.
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Se o visitante que chegou ao Largo do Barão de Barcelinhos, em vez de tornar aos Cantos de Baixo pela Rua da Misericórdia, ou seguir pela calçada pela qual se chega ao Castelo, tomar pelos Cantos de Cima e pela Rua do Paço que se lhe segue, encontrar-se-á, dentro em pouco antigo Largo da Alagôa, onde há uma fonte com chafariz.
O Largo da Alagôa, chama-se hoje Largo do Barata, não tanto por dar para ele a melhor parte do palacete deste cavalheiro e os seus jardins, mas porque, sendo um dos melhores da vila, quiz o povo testemunhar em vida ao S.r Comendador Christóvão Cardoso de Albuquerque Barata, o alto apreço em que tem os serviços por ele prestados ao municipio, como presidente que tem sido da câmara, há muitos anos e à população desvalida de Campo Maior, - como benfeitor - , o que lhe tem merecido as benção dos remediados e as simpatias dos que são testemunhas da sua caridade.
Está também ali situado o grande edificio do Assento que facilmente se reconhece pelo escudo de cantaria com as armas do reino que está colocado sobre a verga da porta principal. Tem boas acomodações, está em bom estado de conservação, podendo com pouco dispendio fazer-lhe algumas reparações nos telhados para evitar-lhe ruina maior com o correr do tempo.
Deste largo parte a Rua de S. João Baptista que é direita e muito asseada, tanto na calçada, como nas frontarias. Ao termo dela está o lindíssimo templo de São João Baptista, patrono da vila, a quem a população atribui a guarda da vila - contra os inimigos da pátria e contra a peste dos contágios -, e que tanta devoção lhe consagra, que até o mandou em tempos pintar nas suas bandeiras, como armas da vila.
Não deixe ninguém que for a Campo Maior de ver esta igreja e a Matriz. Ainda que não veja mais coisa alguma, sairá satisfeito.
(...) A fachada da Igreja de São João Baptista é toda de cantaria e nela se abrem duas janelas e um nicho com a imagem do Precursor de Cristo.
Rematam-lhe os cunhais dois campanários e, no intervalo de ambos, fica uma varanda para a qual dá uma grande roseta ou óculo envidraçado que transmite desafogadamente a luz ao interior do templo.
Subindo alguns degraus que conduzem a um átrio lageado, entra-se no templo que é de uma só nave e todo forrado de boa cantaria, à excepção da abóbada.
Ao que parece, toda a igreja estava destinada a formar a capela-mór de um vasto templo. Mas, D. João V mandou suspender e ficou no estado em que agora se vê.
Há nela cinco capelas revestidas de finíssimos mármores, sendo alvíssimos os do trono que serve para fazer a exposição do Santíssimo Sacramento em quinta-feira maior e nas outras festas do ano.
(...) Esta Igreja de S. João Baptista de Campo Maior, ainda que pequena, é grandiosa em trabalhos artisticos.
Ligada a ela está uma capelinha da Senhora das Mercês que nada tem de notável. Tem uma imagem que foi da casa dos Cayolas, com uma coroa de fios de prata, sobre a fronte.
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