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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
O recomeço das “Festas” deu-se quando a sociedade reencontrou alguma estabilidade.
Ao contrário do que acontecia no país, os ventos pareciam voltar a soprar de feição para os campomaiorenses. Do ponto de vista económico, a vila inicia um período de desenvolvimento. De novo volta a parecer que Campo Maior constitui um caso de excepção, pois esta situação parece não poder generalizar-se. Perto, na vizinha Elvas, a população revolta-se com a subida do preço do pão, o que parece indicar graves dificuldades económicas.
Em Campo Maior, a vida comunitária reanima-se. Regressa de novo a vontade de voltar às Festas em Honra de São João Baptista que, desde 1909 não se realizavam. As festas voltam em força, recuperando o modelo tradicional conforme foi noticiado pelo recém-criado jornal – O Campomaiorense. Vão-se realizar três anos seguidos, no total de cinco vezes nos anos vinte: 1921; 1922; 1923; 1927; 1928.
É na segunda década do século XX, que a designação oficial de Festas em Honra de São João Baptista, foi mudada pela de Festas dos Artistas, para Festas do povo significando que passara a ser toda a população que se envolvia na sua realização.
A tradição foi reatada desenvolvendo-se segundo o projecto que se iria manter durante o século XX: A ornamentação das ruas e a sua iluminação nocturna, um programa festivo do qual se destacavam as festas de igreja com missa solene e procissão, as alvoradas, os concertos pelas bandas locais ou convidadas de terras vizinhas, as touradas à vara larga, os bailes, os descantes populares e o fogo-de-artifício.
Em Campo Maior costuma dizer-se que as festas se fazem quando o povo quer. Mais adequado seria dizer-se que as festas se fazem quando existem condições para que elas se possam fazer. Por isso, tendo sido concebidas para serem anuais elas têm sofrido muitas interrupções, ditadas pelas circunstâncias que determinaram a vida da sua população.
As Festas do Povo de Campo Maior adquiriram desde cedo uma certa pujança a nível regional. Esse facto deve-se à grandiosidade de uma festa que consistia em ornamentar as ruas de toda uma povoação ou, pelo menos da maior parte das suas ruas, usando formas elaboradas de decoração e de iluminação, recorrendo a vegetação natural e a um material de grande efeito decorativo, o papel, utilizado para fazer balões, franjas, lenços, cadeados e bandeirolas e flores. Por isso, estas festas, porque exigiam um considerável esforço e investimento à população local, só se podiam fazer quando a população dispunha de condições económicas favoráveis.
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