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A “CLASSE ARTÍSTICA” DE CAMPO MAIOR

por Francisco Galego, em 30.09.17

O artigo publicado no jornal elevense O Transtagano de que, entre os anos de 1860 e 1863, se publicaram 306 números, dá-nos interessantes informações sobre um importante estrato da sociedade campomaiorense na 2ª metade do século XIX.

Esse estrato designado como a “classe artística”, viera crescendo de importância desde a consolidação do “Liberalismo”, a partir de meados do século XIX. Os chamados “artistas” eram os artesãos organizados em oficinas onde os mestres dos diversos ofícios, os oficiais ao seu serviço e os aprendizes, se dedicavam à produção dos bens essenciais, desde o vestuário e calçado até ao fabrico dos mais diversos utensílios e ferramentas.

Na sua maioria, tinham frequentado a escola de “primeiras letras” e alguns mantinham, ao longo da sua vida o hábito da leitura. Daí o desenvolvimento do jornalismo a nível local e regional.

A sua presença e influência ficou muito marcada na vida cultural da vila como participantes em actividades como as filarmónicas, as sociedades recreativas, a organização e participação nos eventos recreativos e culturais.

No caso da vila de Campo Maior, essa presença foi tão marcante que, na fase final do século, os tradicionais “Festejos em Honra de S. João Baptista”, começaram a ser designados como a “Festa dos Artistas”, por serem principalmente eles os organizadores e animadores da sua realização.  

Ora, a descrição que este jornal publicou, permite ter uma ideia da importância e diversidade deste grupo socio-profissional na comunidade campomaiorense desse tempo.

Joaquim Caetano Sereja – ferrador

José Pedro de Matos – idem

João António da Silva – latoeiro

Manuel António Ruivo – barbeiro

João da Matta Patrão – algibebe

Luís Maria Cordeiro – serralheiro

José António Cordeiro – idem

António dos Santos Brito – peleiro

José António de Bastos – idem

Francisco Jorge Motta – forneiro

José Rodrigues Pirão – sangrador

José Afonso Antunes – alfaiate

José Joaquim Gregório – idem

Francisco Camilo – idem

Francisco Mexia - idem

Francisco Marques Terrinca – idem

António Luís Ramos – idem

João Francisco de Mattos Maudinheiro – idem

Manuel Máximo Ramos Maudinheiro - idem

João Filipe – carpinteiro

Estêvão José Queiroz – idem

Manuel Gomes Lata – idem

João Francisco Rosado – idem

João José da Cunha Leitão – idem

Bernardo António Lata – idem

Elias Francisco – sapateiro

Manuel dos Reis Coelho – idem

José Martins Batuca – idem

João António Passão – idem

Manuel Lopes Soveral – idem

Francisco Lopes Soveral - idem

João António de Bastos – idem

João Lopes Themudo – idem

Januário António Cordeiro – idem

Luís José Maria – idem

Guilherme Caprino – idem

João Baptista da Gama – idem

Manuel Martins – idem

Pedro de Sousa – idem

João da Gama – idem

José António de Sousa Mourato – idem

Manuel Rodrigues p. Bessa – idem

Francisco Nunes da Fonseca – idem

José de Assumpção Aldeia – idem

Maurício José da Silva – idem

Joaquim do Carmo – idem

José Lino de Paiva – idem

João António de Sousa – ferreiro

João Severino Pilar – idem

Francisco António Bastos – idem

Joaquim António Bastos – idem

João José de Mattos- idem

João Francisco Pilar – idem

António Joaquim da Motta – idem

Se não falhei nas contas, temos aqui indicados 12 oficios, onde se empregavam 52  mestres e oficiais, não estando incluidos os que se entregavam ao comércio, os que prestavam outros serviços, bem como  outras ocupações que não estariam relacionadas com os trabalhos agrícolas, porque  estes constituíam outro estrato e eram designados como os do campo ou rurais, sendo  neles que  se ocupava a maioria da população.   

(In, O Transtagano, Elvas, 1/7/1860)

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