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Campo Maior e as suas fontes

por Francisco Galego, em 13.03.07
Campo Maior, praça de guerra até meados do século XIX, foi com Ouguela, Elvas, Juromenha e Olivença, uma das principais defesas do corredor do Xévora-Caia, por onde se fizeram as maiores tentativas de invasão do nosso território a partir do país vizinho.
A sua função militar determinou fortemente o crescimento do casco urbano da vila. Confinada no cerco das muralhas, viu, durante séculos, limitado o seu crescimento e, mesmo, definido o tipo de utilização dos seus campos, uma vez que, por razões de estratégia militar, as terras que rodeavam a povoação não deviam ser arborizadas. Predominava, por isso, o campo aberto, servindo de plantio a searas e de pasto aos rebanhos de gado ovino.
Porém, em épocas de relações pacíficas com a Espanha, como no período que vai desde o século XIV, ao século XVII, abrandadas as preocupações defensivas, a vila pôde crescer para além das muralhas.
Esse crescimento foi então determinado por um outro factor: a existência de fontes que garantissem o abastecimento de água à população.
Durante o período atrás referido, a vila cresceu ao encontro das grandes nascentes de água. Assim, desenvolveu-se uma área de crescimento em direcção à Fonte S. Pedro, a nordeste do núcleo medieval, outra em direcção à Fonte Nova, a noroeste, uma terceira em direcção à área da Fonte das Negras, a leste.
As fontes, são, portanto, um dos factores do crescimento do núcleo urbano. Nesses pontos se localizam as mais antigas e persistentes nascentes de água do concelho.
A Fonte de S. Pedro, provavelmente a mais antiga, é local habitado desde os mais remotos tempos. Vestígios de ocupação romana, têm aparecido com abundância no espaço que a rodeia. Perto da fonte, localiza-se o mais antigo dos locais de culto de Campo Maior: a Ermida de S. Pedro. Este templo assenta sobre vestígios de um templo romano.
Estas fontes ficaram exteriores à vila quando, mais uma vez, por razões de estratégia militar, a vila teve de ser defendida após a Restauração de 1640. Na eminência de ataques pelo exército espanhol, a vila foi dotada de novas muralhas e de um conjunto de baluartes. Devido a isso, deu-se uma contracção do casco urbano que provocou o desaparecimento de bairros que se tinham estendido nas três direcções atrás referidas.
Mas, as fontes persistiram até à actualidade. Essas fontes exteriores estão localizadas nos pontos principais de acesso à vila e vão desempenhar uma tríplice função que definiu a sua estrutura muito particular: são simultaneamente fontes de abastecimento de água potável; são bebedouros para os animais e tanques para a lavagem das roupas.
Por outro lado, prevenindo a possibilidade de cercos demorados, a vila teve de se dotar de outras fontes, internas às muralhas, que assegurassem o abastecimento normal de água. Por isso, essas fontes internas eram mais simples porque desempenhavam apenas essa função. Na actualidade, estas fontes têm um mero carácter decorativo, pois o sistema de abastecimento de água ao domicílio tornou-as desnecessárias.

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publicado às 18:06


Fonte de S. Pedro

por Francisco Galego, em 13.03.07
Tudo indica que seja a mais antiga das fontes de Campo Maior.
É constituída por uma tríplice estrutura de acordo com as funções a que se destinava: fonte, bebedouro e tanque.
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Fonte de S. Pedro
Em primeiro plano, o tanque para lavar roupa, seguindo-se o bebedouro e a fonte.
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Localizada numa importante saída de Campo Maior, perto do local onde se ramificam os caminhos que dão acesso a Ouguela e às terras mais férteis do concelho.
Fica situada à entrada de um vasto terreno plano que antigamente se chamava “a defesa de S. Pedro”: este terreno, propriedade do município, tinha funções importantíssimas para a comunidade agrícola que habitou Campo Maior até meados do século XX. Aí se localizava uma área importante de cultivo de cereais, a qual servia também de pastoreio comunitário para os gados, em aproveitamento dos restolhos, e de rossio onde se faziam as eiras. A função de pastoreio comunitário está bem testemunhada na existência de um bebedouro de muros baixos destinado ao gado ovino, o qual fica a pouca distância da Fonte de S. Pedro, e é alimentado pelo mesmo nascente.
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Fonte do Rossio, vendo-se os bebedouros para animais de tracção e gado ovino
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A Fonte de S. Pedro foi sempre de tal importância para a população de Campo Maior que, quando se projectou a construção do cemitério no terreno murado adjacente à Ermida de S. Pedro, o povo protestou, temendo a contaminação das águas. A Câmara, devido à pertinência da razão invocada, mudou o local do cemitério para o sítio onde, até hoje, se localiza.
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publicado às 18:00


Fonte das Negras

por Francisco Galego, em 13.03.07
Nenhum documento nos elucida sobre a razão deste nome. Será que, noutro tempo, foi a fonte destinada ao abastecimento de água feito por escravas negras?
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Fonte das Negras
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A fonte, na sua localização actual, é bastante recente, pois está datada de 1936. Mas, ela é muito mais antiga pois que assim se designam os terrenos em volta em documentos que referem a existência nesse local do convento de Santo António, de monges da Ordem de S. Francisco e que teve de ser demolido para se construírem as muralhas em 1645. A fonte primitiva estaria numa das paredes exteriores desse convento. A mesma nascente abastecia a comunidade religiosa que o habitava.
Embora a sua estrutura indique apenas a função de abastecimento de água para beber, o tanque de recepção das suas bicas é amplo para servir também de bebedouro aos animais de tracção. Mas, como a água que escorria deste bebedouro era utilizada para abastecer os tanquinhos onde as mulheres lavavam roupa, também esta fonte exterior desempenhava uma tríplice função.  
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publicado às 17:57


Fonte do Chafariz ou da Abertura

por Francisco Galego, em 13.03.07
Esta fonte só está localizada no sítio actual desde 1936, pois que, antes de ser derrubada a cortina de muralha seiscentista que ligava o baluarte de S. Francisco ao meio baluarte de Santa Rosa, esta fonte não existia. A sua função era desempenhada por uma outra que lhe fica muito próxima: a Fonte de S. Francisco.
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Fonte do Chafariz ou da Abertura
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Tal como a Fonte das Negras, apresenta um tanque de recepção das bicas de grande dimensão, pois desempenhava também a função de bebedouro para os animais de tracção. Aliás, o nome de chafariz indica claramente essa função.
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Fonte do Chafariz ou da Abertura - Painel de azulejos
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O seu frontispício é decorado por interessante painel de azulejos representando uma cena campestre, onde figura o típico carro canudo, meio de transporte muito utilizado até meados do século XX.
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publicado às 17:52


Fonte de S. Francisco

por Francisco Galego, em 13.03.07
A fonte actual tem um efeito meramente decorativo.
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Fonte de S. Francisco
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Foi deslocada para o seu local actual, nos anos 30 do século passado.
A data que ostenta, 1766, é a da sua construção inicial, mas foi transferida quando da demolição da cortina de muralha seiscentista que ligava o baluarte de S. Francisco ao meio baluarte de Santa Rosa.
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Pormenor da Fonte de S. Francisco

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Antes ficava defronte da actual Rua de S. Francisco e fazia parte de uma estrutura que compreendia: um bebedouro (chafariz) que ficava um pouco mais abaixo; um tanque de lavagem. Naquele tempo, este tanque ficava num largo, por isso mesmo chamado largo do chafariz, no sítio que agora é ocupado por um edifício que já foi lagar de azeite e é agora uma oficina.

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publicado às 17:48


Fonte dos Cantos de Baixo

por Francisco Galego, em 13.03.07
A fonte actual, datada de 1936, nada tem a ver com a fonte primitiva que ficava no centro do largo chamado dos Cantos de Baixo. A antiga fonte foi desmontada e retirada do local para permitir a circulação dos autocarros da carreira que tinham de dar a volta da Rua de Ramires, para a Rua da Misericórdia, para terem acesso ao Terreiro, onde se situava a central.
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Antiga Fonte dos Cantos de Baixo
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Este largo desempenhou durante séculos uma função social importantíssima pois que era aí que os homens que trabalhavam nos campos como jornaleiros se juntavam ao fim do dia para conviverem e era aí que se dirigiam ao começo do dia à procura de contratos de trabalho.
Para as mulheres, a fonte, devido à sua localização muito central, no centro histórico da vila, era além de local de abastecimento de água, também um ponto de encontro, de convívio e de circulação de informações sobre a vida local. Alimentada por uma abundante nascente, raramente secava.
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Actual Fonte dos Cantos de Baixo
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Provavelmente, a sua nascente localizava-se um pouco mais a norte, mais ou menos na actual Rua General Magalhães, antes designada de Rua de Nantio, corruptela de Menantio. Esta palavra denuncia a existência de um nascente de água. O termo menantio é da mesma raiz que manancial, ou seja, sítio de onde a água emana.
É bem provável que esta nascente abastecesse também a fonte desaparecida que existiria na confluência das ruas chamadas Fonte de Cima e Fonte de Baixo e que estaria localizada no sítio ocupado pelo baluarte que, significativamente se chamava, Baluarte da Fonte do Concelho.
A fonte primitiva foi desmantelada, esteve durante muitos anos guardada, sendo finalmente reconstruída na Praça Velha, na proximidade do castelo.
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A antiga fonte, na Praça Velha

 

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publicado às 17:38


Fonte do Largo do Barata

por Francisco Galego, em 13.03.07
É uma fonte interior às muralhas seiscentistas mas, por estar localizada numa entrada importante da vila, apresentava a dupla função de fonte e de bebedouro para os animais. Mas o tanque destinado a esta última função foi recentemente demolido.
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Antiga fonte do Largo do Barata, vendo-se a fonte e o bebedouro dos animais
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A fonte propriamente dita que ainda se encontra no mesmo local, mas associada a uma estrutura muito recente de carácter meramente decorativo.
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Fonte do Largo do Barata. Estado actual

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publicado às 17:33


Fonte do Largo da Casa do Povo

por Francisco Galego, em 13.03.07
É a mais recente das fontes de Campo Maior. Está datada de 1954. Contudo, é bem provável que perto deste local tenha existido uma outra fonte, associada ao extinto e desaparecido convento de S. João de Deus, que abrigava o hospital militar de Campo Maior, nos séculos XVII e XVIII.
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Fonte do Largo da Casa do Povo
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Ainda hoje é visível uma fonte no pátio de acesso à casa que ocupa parte do terreno que pertencia ao convento e que fica entre as ruas de S. João, Santa Cruz, Visconde de Seabra e Vasco Sardinha.
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publicado às 17:30


Fonte Nova

por Francisco Galego, em 13.03.07
Das três fontes exteriores que rodeiam Campo Maior, será provavelmente, a de construção mais recente. Daí a razão do nome. Temos, contudo, de relativizar o seu carácter de novidade, pois que, já em documentos do século XVIII, aparece designado o ribeiro que lhe está adjacente como o Ribeiro da Fonte Nova, o qual tinha a interessante função de abastecer a lagoa que então existia entre os baluartes de S. João e de Santa Cruz.
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Fonte Nova
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Nesta fonte, a tríplice função está bem testemunhada: existe uma estrutura que é a fonte propriamente dita, abastecida por um cano que vem de uma distância de cerca de um quilómetro no caminho de Degolados, sendo visíveis ainda as arcas de água;da fonte, a água escorre para um grande bebedouro destinado aos animais; deste a água era encaminhada para os tanques de lavagem de roupa que hoje estão cobertos por uma construção.
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Fonte Nova - Bebedouro dos animais
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publicado às 17:26


Acabou o carnaval

por Francisco Galego, em 27.02.07
Quando escrevo este texto é Quarta-feira de Cinzas. Terminou o Carnaval. Guardadas as máscaras e os trajes exibidos pelas figuras grotescas do Entrudo, a vida vai agora voltar à normalidade.
            Aqui em, Campo Maior, o Carnaval decorreu com alguma animação, mas sem as grandes manifestações de festa que eram os Carnavais de outros tempos.
 Os desfiles que percorreram as ruas foram interessantes e animados. O de sexta-feira, dedicado às escolas do concelho, teve a função pedagógica de levar as crianças a participar na criação e preservação das tradições culturais da comunidade a que pertencem. O de sábado, para os adultos, foi bastante animado e participado. De acordo com a sociedade democrática em que vivemos, perdeu por completo o carácter elitista que tinha em meados do século passado.
            Por razões que se podem facilmente entender, o Carnaval campomaiorense que, por tradição e por natureza tem um carácter muito “caseiro”, começa cedo e cedo acaba. Evita assim entrar em concorrência desigual com manifestações semelhantes em terras vizinhas, as quais, com Carnavais mais apelativos, reservam o Domingo Gordo e Terça-feira de Entrudo para as suas realizações.
            As manifestações carnavalescas no tempo da minha juventude aqui, em Campo Maior, tinham como já referi na minha colaboração anterior neste jornal, as marcas do tempo que então se vivia no nosso país e que se traduziam numa profunda estratificação social baseada no poder económico e político e na importância social que esse poder conferia às pessoas. Daí que entre o Carnaval das elites e o Entrudo dos pobres, existisse uma completa separação. Contudo, noutros tempos bastante anteriores, o Carnaval tinha tido um fulgor e intensidade muito maior. Vejamos como o primeiro jornal que se publicou em Campo Maior, o “Campomaiorense” descreveu o Carnaval de há oitenta anos:
            “A época carnavalesca teve este ano um brilho desusado e que há muitos anos não tinha nesta vila … Fez-se uso dos saudosos pós pretos, malagueta queimada, talos de couve, águas sujas lançadas das janelas sobre os transeuntes, …esguichos e enfarruscadas…arremessaram-se ovos de cinza e até ovos de verdade…
No domingo e na terça-feira de Carnaval houve festivas batalhas de flores no corso elegante da Canada, onde uma enorme fila de algumas dezenas de coches, landaus, berlindas e cadeirinhas, volteavam para baixo e para cima num rodopio de carrossel. Deram viva nota os carros da elite feminina que se esmerou nas ornamentações a capricho e na confecção das toiletes garridas das senhorinhas. As crianças participaram como cúpidos, pierrots e pequenas fadinhas, animando o ambiente com a sua inocente alegria e as suas estridentes risadas.
Muitos caros artisticamente ornamentados, participaram neste cortejo, brincando-se muito por toda a parte, dos carros para as janelas e das janelas para rua, travando uma autêntica batalha de papelinhos, tremoços, violetas, rebuçados e bombons.
 Pelas ruas, mascarados sem conta, luzidias cavalgadas, paródias, cegadas.
Bailes em quantidade. Os que se realizaram em casa dos Srs. Viscondes de Olivã primaram pela distinção. Houve também bailes nas casas do Sr. Barbas, do Sr. José Ramos e na do Sr. João Martins Leitão, nos quais se dançou e cantou até altas horas da madrugada.
Os bailes no Teatro do Castelo foram espampanantes de entusiasmo e os concursos de máscaras provocaram grande entusiasmo. Dançou-se o foxtrot, o two-step, o jazz-band, bem como danças regionais e nacionais.
No Grémio brincou-se, riu-se e dançou-se. Disseram-se frases de espírito e esboçaram-se alguns namoros. Várias senhoras da nossa melhor sociedade cantaram árias e canções para deleite dos que as puderam escutar.
Quando o baile terminou – 8 da manhã! – já o sol doirado e brilhante se espraiava alegre e contente pelas ruas da vila.
Para em tudo ser completo, o Carnaval terminou no enterro do Entrudo com a sua imponência macabra e tétrica, como se pode ajuizar pelas centenas de fantasmas envoltos em lençóis brancos, formando duas longas filas, conduzindo tocheiros acesos, numa guinchadeira de pranto infernal…
Atrás o esquife funerário seguido pela banda que executava com muito sentimento e profunda mágoa a marcha fúnebre de Chopin…
De vez em quando o cortejo parava para ser entoada a magistral oração do bacalhau a pataco por um sumo-sacerdote de voz de cana rachada.
Acabou-se o Carnaval. O Entrudo ficou morto e enterrado. Que descanse em paz até ao novo ano.”
Este texto reporta-se aos anos de 1923 e 1924. Portanto, a uma época em que a nível político existia ainda um regime democrático, mas em que começavam a germinar as sementes da situação de crise que iria culminar, três anos depois, numa ditadura de cerca de meio século de duração. Já se antevê a tendência para que uma elite se afirme como grupo dominante na sociedade portuguesa.
Hoje, perdeu-se a tradição de fazer que o Carnaval, chegada a terça-feira, desse ainda um ar da sua graça com uma cerimónia muito solene, mas muito chocarreira, promovendo a sua despedida com o Enterro do Entrudo, também designado como Enterro de Bacalhau.
Depois do Carnaval, a Quaresma. Depois dos excessos e dos exageros de todas as formas, vem um tempo de sossego e de contenção. É desta alternância que se faz a vida dos homens e se organiza a vida em sociedade.
Contudo, à mocidade embalada pelos dias de folia, custava-lhe a despedida do Carnaval. Procurava a todo o custo prolongá-lo evitando mergulhar no período de abstinência que se ia seguir até à Páscoa. Assim, no primeiro domingo da Quaresma, faziam-se nas sociedades recreativas, bailes muito concorridos, os bailes da pinhata.
Esta parece ser uma tradição que se constituiu por influência de Espanha, se nos reportarmos a uma notícia publicada num jornal de Elvas, o Transtagano, de 24 de Fevereiro de 1861, onde se escreveu que este é o nome que tem o baile de máscaras que, no reino vizinho, pelo menos em Badajoz, costuma ter lugar no primeiro domingo de Quaresma. A dar fé neste documento, nessa época a tradição dos bailes da pinhata ainda não estava implantada em Portugal.
E, pronto! Foi-se o Carnaval. Esta crónica que vai ser lida quando o Carnaval já estará morto, enterrado e esquecido, será como que a nossa crónica da pinhata. Até ao próximo ano não voltaremos a falar do Carnaval.

Campo Maior, 21 de Fevereiro de 2007     

Região em Notícias de Campo Maior     2 de Março de 2007

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publicado às 10:33


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