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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
Antes, no duro trabalho dos campos, os camponeses expressavam o seu desespero e a dureza da sua vida, usando muitas vezes a ironia para disfarçarem a revolta pelas condições do seu modo de viver. Mas cantavam também o amor, namorando enquanto "balhavam", nos bailes dos domingos, dos dias santos, nas festas e nas romarias.
Agora, as condições tinham mudado radicalmente as suas vidas. Lá de longe, as cantigas antigas que vinham à mente eram as que falavam da terra que ficara tão distante. E outras novas, carregadas de saudade, eram inventadas.
Vila de Campo Maior,
Bela vila amuralhada;
Nela está meu pensamento,
Nela vive a minha amada.[1]
Ó belo Campo Maior,
Terra de moças morenas,
Uma delas são ingratas,
Outras delas são tiranas.[2]
Campo Maior é sol-posto,
Barbacena é lua cheia,
Oh! Bela cidade d’Elvas,
Onde o meu amor passeia.[3]
Oh! Belo Campo Maior,
Bem podias ter colégio,
A água da Fonte Nova,
Tem fama no Alentejo.
Se queres sentir alegria,
Chega-te a Campo Maior;
Lindas fontes d’água fria,
Caras mais lindas que o sol.[4]
Ó belo Campo Maior,
Terra de moças formosas,
És ainda mais bonito,
Cheio de cravos e rosas.
Ó belo Campo Maior,
Fronteira com Badajoz;
Ó terra maravilhosa,
Orgulho de todos nós.
[1] Publicada em A Sentinella da Fronteira, nº 154, Elvas, 21 de Setembro de 1882.
[2] Idem, nº 231, Elvas,17 de Junho de 1883.
[3] Idem, nº 166, Elvas, 2 de Novembro de 1882. Repare-se que, esta cantiga e as assinaladas nas notas 1 e 2 constituem excepção, pois que, pelo tema, são mais propriamente cantigas de bem-querer, do que cantigas de saudade por Campo Maior. Todas as outras cantigas deste tema, são de construção bem mais recente, ou seja, da 2ª metade do século XX.
[4] Idem, nº 345, Elvas, 6 de Novembro de 1884, segundo recolha de A. T. Pires, com algumas diferenças.
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