Copyright Info / Info Adicional
Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
As quadras que a seguir se transcrevem, referem a situação dos trabalhadores no tempo do Estado Novo. Algumas, de forma divertida, outras clamando contra as duras condições de vida dos trabalhadores, referem a situação dramática dos que, nesse tempo de grande miséria, viviam sujeitos à apertada vigilância dos maiorais e manajeiros e sob a permanente ameaça de despedimento pelos patrões, o que significaria a perda do magro e raro salário que ganhavam, a mourejar de sol a sol, no trabalho do campo. Algumas são também clara manifestação de revolta contra as injustiças e as profundas desigualdades sociais:
Ó que triste o meu penar,
Ó que triste o meu viver;
Trabalho de sol a sol,
E nem tenho o que comer.
Anda o pobre escravizado,
Toda a vida a trabalhar;
Sem ter direito à reforma,
Quando não puder ganhar.
Se o rico comprara a vida,
Ai do pobre, o que seria;
O rico seria eterno,
Só o pobre é que morria.
Na cidade de Lisboa,
Quem é rico passa bem,
Assim é na minha terra,
E noutra terra também.[1]
Já o sol se vai escondendo,
Vai baixando a escuridão;
É alegria p’ra nós,
Tristeza para o patrão.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.