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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
Mas um cancioneiro geral do trabalho e das gentes que viviam do trabalho nos campos teria de referir muitas outras tarefas e muitas outras ocupações:
( I )
1.
As moças deste ranchinho,
Andam sempre numa fona;
Trabalham sempre a cantar,
Na vindima e n’azeitona.
2.
Vão à colheita dos grãos,
Não lhes faz mossa o calor;
Vão colhendo e vão cantando,
Cantigas ao seu amor.
3.
O meu amor é carreiro,
Ajuda de maioral;
Quando vem guiando as bestas,
Parece-me um general.
4.
O meu amor é carreiro,
Que linda figura faz;
Toda a gente me dizia,
Namora-o que é bom rapaz.
5.
O meu amor é ganhão,
Trabalha a terra vermelha;
P’ra nela semear pão,
Lavra-a com sua parelha.
6.
Quem me dera ser ganhão,
Para lavrar no teu peito;
Embora mal te conheça,
Deixava alqueive bem feito.
7.
Se queres saber a glória,
Qu’alcança o pobre ganhão,
Vê as mãos cheias de calos,
Do cabo do enxadão.[1]
8.
Já não há quem queira dar,
Uma filha a um ganhão;
Estão à espera que venha,
De fora algum pimpão.
9.
Já não há quem queira dar,
Uma filha a um soldado;
Pensando que há-de vir,
Das ilhas algum morgado.[2]
10.
Já não há quem queira dar,
Uma filha a um carreiro;
Estão à espera que venha,
Do Brasil um brasileiro.
11.
Ando lavrando de noite,
Podendo de dia andar;
Ando fazendo o alqueive,
P’ra se poder semear.[3]
12.
Ando lavrando de noite,
Podendo de dia andar;
Ando fazendo o alqueive,
P’ra se poder semear.[4]
[2] Idem, nº 570, Elvas, 11 de Maio de 1890.
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