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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
NA APANHA DA AZEITONA ( VII )
Se a oliveira falasse,
Ela diria o que viu;
Debaixo da sua rama,
Dois amantes encobriu.[1]
Não cortes a oliveira,
Nem lhe metas roçadoira;
Dá azeite qu’alumia,
Jesus e Nossa Senhora.[2]
Olhem p’ra nossa bandeira,
Tem fitas de papelão,
Viva a nossa manajeira,
Que é uma rosa em botão.[3]
Olhem pr’o nosso ranchinho,
Pelo menos a metade;
É para que todos digam,
É rancho da mocidade.
Olhem pr’o nosso ranchinho,
Todos postos em fileira,
Parecem cravos e rosas,
Postos numa prateleira.
Já se acabou a azeitona,
Até p’ro ano que vem;
Rapazes e raparigas,
Passem todos muito bem.
Já se acabou a azeitona,
Já me dói o coração;
Amanhã já fico em casa,
Sem ter dinheiro p’ro pão.
[1] Publicada em Cancioneiro Alentejano, por Victor Santos, 1938, p. 62.
[2] Publicada em A Sentinella da Fronteira, nº 579, Elvas, 25 de Janeiro de 1891.
[3] Em Campo Maior, era costume que os ranchos, acabada a apanha da azeitona, entrassem na vila com a sua bandeira ou pendão ornamentado com fitas de várias cores, levando á frente o seu manajeiro e percorressem as ruas cantando e bailando as “saias”, indo apresentar-se com a tarefa cumprida à porta do patrão.
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