Copyright Info / Info Adicional
Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
No cantar as “saias” não poderiam, naturalmente, faltar as cantigas de escarnecer.
Deve dizer-se que na maior parte dos casos, estas cantigas não passavam de brejeirices, com alguma alarvidade, mas com muito pouca maldade. Procuravam brincar com as palavras e com os sentimentos de forma mais ou menos brejeira ou apenas divertida. Outras vezes, ridicularizavam situações ou realçavam defeitos ou atitudes. O objectivo, na maior parte dos casos, era mais a diversão do que a ofensa pessoal, embora esta, uma ou outra vez, também estivesse presente.
Quem tem olivais tem vinho
Quem tem vinha tem azeite,
Quem tem cabras tem presunto
E quem tem porcos tem leite.
Minha rua é pequenina,
Batida do vento norte;
O meu amor é zarolho,
Olha a minha negra sorte.
As meninas desta rua,
Vêm à porta espreitar;
P’ra verem se por lá passa
Quem as queira namorar.
Amar-te e querer-te bem,
Tudo isso eu farei,
Mas andar atrás de ti,
Isso não que é contra a lei.
O meu peito é uma morada,
Vem p’ra ela meu amor;
De renda não pagas nada,
‘Inda te fico em favor.
Mesmo agora daqui fui,
Já cá estou outra vez;
Venho saber a razão,
Do aceno que me fez.
O amor enquanto é novo,
Ama com todo o cuidado;
Depois de se achar servido,
Mostra cara d’enfadado.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.