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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
No segundo caso, temos um desafio entre um homem e uma mulher e os olhos constituem o motivo principal dos versos produzidos:
- Canta lá, ó mulher canta
E não consintas tristeza;
Afina-me essa garganta
E faz ver que és camponesa.
- Não canto por bem cantar,
Nem por boa fala ter;
Só canto p’ra alegrar olhos
A quem me não puder ver.
- Os teus olhos não são olhos,
São capelas de veludo;
Quem me dera já lograr,
Olhos, capelas e tudo.
- Abre os olhos, deixa ver
Por baixo dessas pestanas,
Que eu quero reconhecer
As luzes com que me enganas.
- Os teus olhos é que são
Causadores do meu desdém;
Não me deixam apanhar
Amizade a mais ninguém.
- Os teus olhos juvenis
Parecem duas auroras:
Dão-me luz quando sorris,
Pérolas de oiro quando choras.
- Da folha do alecrim,
De linda até se faz cruz;
Mais lindos são os teus olhos,
Que até de noite dão luz.
- Dizes que não pode haver
Olhos mais belos que os teus.
Põe a mão na consciência
E olha p’ra estes meus.
- Não olhes p’ra mim, não olhes,
Que eu não sou o teu amor.
Eu não sou como a figueira
Que dá fruto sem ter flor.
- Gosto muito dos teus olhos,
Gosto muito mais dos meus;
Se não fossem os meus olhos,
Não podia ver os teus.
- Os teus olhos das estrelas,
Pouca diferença farão;
Os teus olhos são dourados,
As estrelas d’ouro são.
- Se tens beleza na alma,
Os teus olhos são leais,
Muito embora haja quem diga
Que os castanhos valem mais.
- Azuis, verdes ou castanhos,
Que importância tem a cor?
Os teus olhos só são belos
Se neles existe amor.
- Parece-me ser bem justa
Essa tua opinião:
Nada tem a cor dos olhos,
A ver com o coração.
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