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O CANTAR DE SAIAS VI

por Francisco Galego, em 26.11.11

As quadras que expressam sentimentos de amor ou de qualquer outra forma de bem-querer, são as que melhor têm resistido ao passar do tempo. Com algum espanto, encontramos, em testemunhos muito antigos, quadras cujo tema é o amor e que ainda hoje são cantadas, mantendo toda a sua actualidade. Trata-se do tema do cantar as “saias” que mais foi cultivado ao longo de todos os tempos, porque, efectivamente, esta expressão de cultura popular, tem como objectivo maior a expressão de sentimentos através dum canto que propiciava o encontro e a comunicação entre os apaixonados. Podem variar os objectos e o tipo de sentimento: entre um homem e uma mulher; pela terra que é a nossa; por um parente muito querido. Mas, fundamentalmente, o “cantar as saias” tem servido sempre para expressar afectos e sentimentos de bem-querer.

 

Menina por ser bonita,

Não cuide que mais merece;

Quanto mais linda é a rosa,

Mais depressa desvanece.[1]

 

Já não há estrelas no céu,

Senão uma ao pé da lua;

Tenho corrido e não acho,

Cara linda como a tua.[2]

                                                       

 

Se tu me quisesses bem,

Do fundo do coração,

Já me vieras falar,

Que as noites bem grandes são.[3]

 

Hei-de amar-te que é meu gosto,

Suceda o que suceder;

Mesmo tendo uma só vida,

Por ti a quero perder.[4]

 



[1] Publicada em Cantos Populares Portugueses – Recolhidos da tradição oral, por A.T.Pires. Elvas (1902-1910). p. 141.

[2] Publicada em A Sentinella da Fronteira, nº 129, Elvas, 25 de Junho de 1882.

[3] Idem, nº 321, Elvas, 17 de Junho de 1883, com pequenas diferenças.

[4] Idem, nº 129, Elvas, 25 de Junho de 1882, com pequenas diferenças.

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