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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
Pelas descrições referentes a este ano de 1934, se pode constatar que as Festas não apresentaram mudanças significativas em relação aos anos anteriores. Aparece contudo, como novidade, o recurso a duas bandas de música vindas de fora, porque não havia, nessa altura, banda formada na terra. Aparece também um desporto de elite apresentado como espectáculo do programa: a gincana de automóveis.
Contudo, a maior novidade, é a participação do representante máximo do governo a nível local, o administrador do concelho, a presidir à Comissão das Festas, bem de acordo com o carácter centralizador da administração pública neste período da vida nacional. Daqui para diante, as instituições públicas, tornam-se uma presença constante nas decisões e na programação das Festas do Povo.
O Correio Elvense, Nº 208, 9 de Setembro de 1934
AS FESTAS DO POVO EM CAMPO MAIOR
De brilhantes se podem classificar as festas que de 2 a 5 do corrente se realizaram em Campo Maior, a linda e progressiva vila vizinha, que vestiu nesses dias as suas melhores galas.
Foi grande a concorrência de forasteiros, mormente desta cidade e povoações limítrofes.
Campo Maior foi inundada por uma vaga de alegria, que se espairou por toda a vila, repleta de uma multidão buliçosa, que trouxe a melhor impressão daquele povo comunicativo e ordeiro.
Como oportunamente noticiámos, o programa das festas meticulosamente organizado por uma comissão a que presidia o Sr. Tenente Falcão, ilustre administrador daquele concelho, constava de grandes festivais nocturnos no Jardim Municipal e concertos musicais pelas bandas Barão de Gáfete e União Artística de Castelo de Vide, que foram escutadas com muito agrado; solenidades religiosas na igreja de S. João Baptista, abrilhantadas por uma boa orquestra regida pelo Sr. Boaventura Guanilho; corridas de touros; concurso de ruas ornamentadas; gincana automobilística; etc.
No concurso de ruas classificaram-se: em primeiro lugar a rua dos Carvajais, ornamentada, com fino gosto artístico, por uma comissão presidida pela Sr.ª D. Aida da Gama Pinheiro; a Rua General Magalhães, que recebeu o 2º prémio (comissão presidida pelo Sr. Manuel Torres); e a Rua Dr. Rui de Andrade, 3º prémio, comissão da presidência do Sr. João Alegria.
O motivo decorativo da Rua dos Carvajais era constituído por uma grande profusão de “mantones de Manilha”, imitados com muita felicidade e que colocados entre os festões de flores e verdura, deram ao local um aspecto deslumbrante. À entrada foi erguido um arco com desenhos alegóricos de Campo Maior (…)
Além das ruas a que foram adjudicados prémios, as melhores ornamentadas eram as da Soalheira, S. João Baptista e Pedroso. (…)
Das corridas de touros a primeira foi a melhor. O gado era do lavrador Sr. Francisco Romão Tenório. O da segunda, do Sr. Agnelo Minas e o da terceira, do sr. António Luís Gama, que teve duas vacas que deram bem ao capote o que é para estranhar em gado de trabalho. Os capinhas tiraram o melhor rendimento possível.
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