Copyright Info / Info Adicional
Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
Correio Elvense, Ano VIII, nº791, 4ª-feira, 8 de Setembro de 1897, p.2
Campo Maior
Correram bastante animadas as Festas a São João Baptista que, de 4 a 7 do corrente se realizaram na importante e populosa vila de Campo Maior.
Quase todas as ruas da vila se achavam garridamente ornamentadas e, decerto, foi isto o maior atractivo das festas. Principalmente as ruas da Canada, da Misericórdia, Direita, do Paço, de Manantio, das Pereiras, 13 de Dezembro, Visconde de Seabra, Mouraria de Baixo e de Cima e Largo do Barão de Barcelinhos, ostentavam primorosas ornamentações.
À noite, com as iluminações, tornaram-se então verdadeiramente fantásticas.
O fogo-de-artifício agradou bastante. É pena que seja queimado num sítio onde o seu efeito quase não se pode desfrutar.
De Elvas foram muitíssimas pessoas a estas festas.
Correio Elvense, Ano IX, nº 843 de 10 de Setembro de 1898, p.2
Eis o programa dos grandiosos festejos que se hão-de realizar na vila de Campo Maior, em hinra de S. João Baptista, nos dias abaixo designados:
Dia 10
Grandes ornamentações por todas as ruas e largos, tudo transformado em jardins por diferentes gostos.
Às 3 horas da tarde, Grande arraial no sítio de São Joãozinho, extra-muros da vila, tocando a filarmónica União, composta de elementos das duas filarmónicas desta vila, escolhidas peças dos seu vasto repertório.
Às 10 horas da noite arraial e iluminação à veneziana em todas as ruas e junto da Igreja de São João, tocando a filarmónica União até à meia noite, terminando com um balão confeccionado pelo sr. Manuel das Chagas Pachão.
Dia 11
Às 6 da manhã alvorada por música em diferentes pontos da vila.
Às 11 horas, festa na Igrejha de S. João Baptista, em que toma parte a reputada orquestra Campomaiorense, dirigida pelo exmº sr. José Gonçalves Niza. Ao Evangelho subirá à tribuna sagrada o distinto orador, reverendo padre José Vitorino Alves Captivo.
Às 5 horas da tarde sirá a procissão, que percorrerá as ruas do costume, saindo a imagem de S. João com a sua irmandade e as do Satíssimo, S. Pedro, S. Sebastião, etc.
Às 9 horas da noite, iluminação em todas as ruas e largos, arraial, fogos de artifício, bailes populares e música na Avenida às portas de S. Pedro. O fogo é confeccionado pelo pirotécnico, David Nunes e Silva, da Sertã, que tanto agradou nos centenários Antonino e Vasco da Gama, terminando com um balão confeccionado pelo mesmo pirotécnico.
Dia 12
Às 6 horas da manhã, alvorada por música na praça D. Luís 1ª.
Às 11 horas, entrada do gado e embolação.
Às 3 horas da tarde grande tourada ao uso da terra. Gado bravíssimo, escolhido das manadas do abastado lavrador do concelho de Arronches, exmº sr. António Pereira Claro.
Às 9 horas da noite, brilhante iluminação em toda a vila e na Avenida às portas de S. Pedro, fogos de artifício de grande novidade, do mesmo pirotécnico da noite anterior, danças populares e música. Finda o fogo com um balão confeccionado pelo mesmo pirotécnico.
Dia 13
ÀS 11 horas, entrada do gado e embolação.
Às 3 horas da tarde, grande tourada; gado bravíssimo escolhido das manadas do abastado lavrador do concelho de Arronches, exmº sr. Manuel Pereira Nunes.
Às 9 horas da noite, grande marcha aux flambeuax, dirigida pelos exmºs srs. José Augusto Leitão e Joaquim Manuel de Sousa Bexiga, indo à frente a comissão promotora dos festejos , seguida pelas classes artísticas campomaiorenses, percorrendo todas as ruas da vila, com a filarmónica União, dirigida pelo maestro exmº sr. José Francisco Soares – em sinal de reconhecimento às pessoas que auxiliaram a comissão com os seus donativos. Terminam os festejos comum balão, confeccionado pelo sr. Manuel das Chagas Pachão, e que subirá ao ar na Praça de D. Luís I.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.