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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
Quando escrevo este texto é Quarta-feira de Cinzas. Terminou o Carnaval. Guardadas as máscaras e os trajes exibidos pelas figuras grotescas do Entrudo, a vida vai agora voltar à normalidade. Este ano, o tempo não ajudou: a chuva constante anulou os planos dos promotores dos folguedos. Por razões familiares, não estive presente para assistir às manifestações carnavalescas em Campo Maior. Não posso, portanto opinar sobre o brilho e a alegria dos festejos.
Na localidade onde me encontro, as ruas costumavam despovoar-se, os lugares de estacionamento ficavam desertos. O pessoal debandava para os corsos das localidades próximas. Noutros tempos, havia quem se atreve-se a ir até à Mealhada. Alguns iam até Torres Vedras de antiga fama e tradição pelos seus cortejos. A maioria, ficava-se por Loures, fazendo um Carnaval mais caseiro e mais em conta.
Este ano não. Os centros comerciais da zona estavam cheios de gente que, enfastiadamente, gastava o tempo concedido pelo fim-de-semana prolongado pela ponte e pelo feriado. Que monótonos são, na maioria das vezes, os tempos livres das populações suburbanas desta cidade… Sobretudo quando chove e nem dá para esticar as pernas entorpecidas pela rotina diária dos dias de trabalho. Por isso faz-se a triste peregrinação destes grandes espaços onde as pessoas se amontoam para fazer pouco mais que nada: olham-se as montras, espreitam-se as lojas contendo qualquer impulso consumista porque, neste tempo de crise, os orçamentos não permitem descuidos mais ousados que as modestas concessões para dar algum prazer às crianças. Alguns permitem-se o luxo de ver um filme, tomar um café, comer um bolo. Depois vão voltar a casa e mergulhar no sofá em frente ao enfado de uma televisão que, na maioria das vezes, nem sequer os diverte.
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