por Francisco Galego, em 20.08.09
Os partidos políticos são indispensáveis a um normal funcionamento do sistema democrático. Mas a democracia não deve limitar-se à acção política desenvolvida pelas organizações partidárias por mais que elas se identifiquem com a vontade dos que, através do voto, delegam nos partidos o seu poder de decisão.
Os partidos legalmente constituídos reúnem, em si, um máximo de representatividade mas, na maioria dos casos, desenvolvem a sua acção política recorrendo a um mínimo de participação cívica. Todas as acções são tomadas e desenvolvidas através de complexos aparelhos organizativos, sem praticamente recorrerem à consulta da vontade popular.
Uma democracia em que a vontade popular apenas se expressa através do voto para escolher os seus representantes, os quais vão exercer o poder através da estrutura do Estado, é uma democracia muito limitada.
Ao contrário do que muitos pensam, a democracia não pode ser entendida apenas como um regime político. A democracia é, acima de tudo, um grau de civilização que os povos e as sociedades humanas só podem alcançar quando atingem um determinado estádio de evolução. O poder concentrado em absoluto nas mãos de um chefe ou de uma elite minoritária, só subsiste em povos de fraco nível de desenvolvimento ou fortemente deprimidos por profundas crises sociais. Daí que, todos os ditadores tanto invistam na manutenção do subdesenvolvimento dos povos que pretendem dominar. Daí resulta também que o grau de democracia de que um país, um estado, ou um povo pode desfrutar, num dado momento, depende da capacidade que esse povo tem para a participação na tomada de decisões que dizem respeito a todas as comunidades que integram esse povo, estado ou nação.