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NOTÍCIAS ANTIGAS DE CAMPO MAIOR (6)

por Francisco Galego, em 30.09.19

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Notícia publicada no número 209,  do jornal, - A Democracia -, publicado em Elvas no dia 2 de Outubro de1876,  pág.s 1 e 2

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CARTEIRA D’UM VIAJANTE

Campo Maior I

         Para o português que preza as coisas da sua terra, Campo Maior é uma das povoações que mais atenção lhe pode despertar.

         Arrumada a um canto do país, afastada das artérias por onde gira a vida de um povo, - a via férrea e a estrada real -, Campo Maior, é certo, ocupa um lugar secundário na corografia portuguesa.

         Mas, situada na fronteira do Alentejo, a poucas horas de marcha da corte militar da Estremadura espanhola, Campo Maior tem ocupado, como praça de guerra, um lugar distinto e tem a sua história gloriosa, em que abundam exemplos de valor militar e de dedicação cívica.

         (...) É boa a estrada, construida pelo novo sistema de Mac-Adam com um leito que, – posto que dos mais estreitos, por ser estrada municipal - , ainda assim é de bastante largura para poderem sobre ele cruzarem-se as carruagens sem as pausas obrigatórias de quase todos os velhos caminhos.

         A distância a percorrer é de 20 km sem grandes declives e, no trajecto, atravessa-se a via férrea em Pinho Ferrão, deixa-se à esquerda o monte da Espada, antiga comenda dos templários e depois da ordem de Cristo. A um terço do caminho atravessa-se a insignificante serra do Perdigão e, aproximadamente a dois terços, a de Segóvia no cimo da qual subsiste uma das muitas das atalaias que ainda aparecem nos arredores que se supõem construídas no reinado de D. Fernando, o Formoso. São estas atalaias coevas de Gil Fernandes, alcaide-mor de Elvas que venceu, em crua peleja, o alcaide-mór Paio Marinho que, segundo Fernão Lopes, tinha o castelo de Campo Maior, em nome do rei de Castela.

Transposta a serra, avista-se o formoso rio Caia, de leito muito reduzido, devido à seca de quase quatro anos, com as suas margens cobertas de aloendros. Retomando a estrada, em breve se avista a vila de Campo Maior, quase toda encoberta pelas negras paredes do seu castelo.

 

 

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NOTÍCIAS ANTIGAS DE CAMPO MAIOR (5)

por Francisco Galego, em 25.09.19

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Notícia publicada no número 184,  do jornal, - A Democracia Pacífica -, publicado em Elvas no dia 22 de Agosto de1872,  pág.2

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 (...) Conta hoje Campo Maior, cinco mil habitantes, está a sete Kilómetros da raia espanhola, dezoito de Elvas, e , aproximadamente, dezassete de Arronches. A casa da câmara é um edifício notável, onde foram instaladas todas as repartições públicas desta vila.

Tem sete igrejas, sendo duas bastante largas e espaçosas: Matriz e São João Baptista; obras dos reis D. Manuel e D. João V.

Conserva o seu belíssimo castelo, óptimos quartéis militares e, em volta de toda ela, uma grossa cintura de muralhas, razão porque não tem aumentado a população, nem crescido em área a vila.

É bastante agrícola, mas o comércio tem afrouxado. A casa de armazenamento de víveres, vulgarmente designada como “o Assento”, é realmente uma das obras mais perfeitas do seu género que existem hoje no país.

Como palacetes particulares, distinguem-se os dos s.rs. Carvajal, Barata e Dr. Regala, pelo gosto e elegância das suas fachadas e largas acomodações.

Esta praça teve, por várias épocas, guarnições de artilharia, infantaria e cavalaria. Hoje conta apenas uns vinte e poucos soldados.

Conserva dois conventos que foram importantissimos: o de São João de Deus e o de S. Francisco. Este último é hoje propriedade particular do Sr. Manuel António de Matos e o de São Joâo de Deus, é da viúva de Justo Gracia.

Tem duas praças públicas: uma denomina-se de D. Luís I (ou Praça Nova); a outra (junto ao castelo) de Praça Velha. Bem poderiam ser cuidadas, empedrando-as, arborizando-as e dotando-as de assentos para os passeantes.

Tem a vila também uma “Casa dos Ossos”, onde se celebra missa, próxima a uma linda igrejinha que denomina do “Senhor Jesus”, na qual estão imagens semelhantes à condição humana, de grande perfeição e beleza.

Campo Maior tem muitas hortas e belíssimas quintas, sendo as mais notáveis as da Rainha e a de São Pedro, propridades, a primeira de Joaquim da Mata e a segunda de José Augusto Cayolla. (...)

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publicado às 00:09


DEMOLIDA PORTA DE SÃO PEDRO EM CAMPO MAIOR (3)

por Francisco Galego, em 19.09.19
Decorria o ano de 2004. Eu pusera em marcha o projecto de me reinstalar em Campo Maior, pois aproximava-se o fim da minha vida profissional com a chegada do momento da aposentação. Por isso vinha a Campo Maior com bastante frequência e começava a preparar a minha reintegração na vida local.
            Acabadas recentemente as obras do novo edifício, José Pedro Caldeirão, presidente da CURPI, convidou-me para visitar as novas instalações. Durante a visita mostrou-me uma estrutura esquisita, formada por três dependências abobadadas, que funcionavam como cave e armazém e se situavam abaixo do nível da rua. Aliás, essas abóbadas ultrapassavam a terreno do próprio edifício, pois se situavam concretamente debaixo do piso da rua que corre paralela à fachada. Perguntava-me ele se eu saberia dizer que construção seria aquela, pois que já vinha de tempos bastante recuados. Fiquei um bocado perplexo não descortinando explicação plausível que pudesse ser dada.
            Por essa altura, trabalhava como arqueóloga em Campo Maior, a Dr.ª Ana Carvalho Dias com a qual costuma trocar impressões sobre factos históricos e vestígios arqueológicos da vila, a qual me deu conta das suas buscas para tentar determinar a localização da desaparecida Porta de São S. Pedro, acesso principal da vila até finais do século XIX.
            Não consigo explicar como mas, um certo dia tive a intuição que me permitiu dar explicação às ditas abóbadas que servem de armazém à CURPI: aquilo era, nem mais nem menos do que o pontão que servia de acesso à demolida Porta de S. Pedro, ultrapassando o fosso, noutros tempos cheio de água, que rodeava por aquele lado a fortaleza, formando a denominada Lagoinha que comunicava com a Lagoa ou Alagoa, situada junto das muralhas, do lado do Ribeirinho.
            Posteriores investigações permitiram confirmar esta hipótese de localização da porta e até encontrar, a sua representação. Esta que a seguir se reproduz, num desenho concebido, com muita propriedade e exactidão pela D. Umbelina da Mata que teve a amabilidade de, a meu pedido, o executar a partir duma gravura encontrada nos arquivos militares:
 

 

 

 

 

Na passada semana, encontrando-me eu nas Instalações da CURPI, onde funciona a Academia de Cultura e Aprendizagem – Universidade Sénior de Campo Maior, recebi a visita do Dr. José Carvalho, jovem arqueólogo que supervisiona as escavações para instalação das tubagens destinadas ao abastecimento de gás à vila, devido ao facto de esta decorrerem em zonas que podem ter relação com vestígios de valor patrimonial e histórico. Queria falar comigo para se esclarecer sobre o significado de certas estruturas que começavam a aparecer nas valas que estavam a ser abertas na rua adjacente ao edifício da CURPI. Essas escavações que foram conduzidas com todo o zelo e cuidado, permitiram confirmar a hipótese, anteriormente formulada, sobre a localização da demolida Porta de São Pedro. Lá estavam, exactamente no local previsto, os claros indícios dos alicerces da cortina que ladeava a porta e que unia o Baluarte do Príncipe ao Baluarte de São João, este também conhecido pela designação de Cavaleiro.
            Assim, confirmada a localização espacial da Porta de S. Pedro, acrescento o seguinte extracto das actas da Câmara Municipal de Campo Maior, que permite fazer a localização temporal da sua demolição:
 
11 de Outubro de 1902
 
            Ofício do capitão de engenharia, chefe da 4ª Secção em Elvas, rogando à Câmara se digne dizer-lhe quem a autorizou a se apear o arco das Portas de S. Pedro, a fim de poder responder a uma nota que recebeu da Inspecção de Engenharia.
            …O presidente informou que já havia respondido a este ofício de harmonia com a decisão tomada pela Câmara, que depois de ter ouvido dois peritos, mandou apear aquele arco visto que estava a desabar e com o trânsito impedido o que era motivo de justa reclamação.

 

 

A Porta de S. Pedro ou da Carreira, localizava-se ao fundo desta rua, entre o edifício da Escola e casa que, do lado direito, faz esquina com a rua de acesso ao Cavaleiro.

 
 

 

 

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NOTÍCIAS ANTIGAS DE CAMPO MAIOR (4)

por Francisco Galego, em 18.09.19

DISTRIBUIÇÃO DAS SORTES DA GODINHA

A Câmara Municipal já esta procedendo à demarcação e numeração das sortes da Godinha. Fez uma distribuição a mais alargada possível, de modo a que, não só todos os chefes de família serão contemplados com uma sorte de 5 alqueires de terra, mas também todos os orfãos de pai e mâe, quer estejam ou não estabelecidos, vivam juntos ou separados.

É imerecida a censura que alguns fazem à câmara pela forma ou sistema de distribuição da terra que devia pertencer a cada chefe de família. Contraste-se isto com o honroso procedimento da câmara, cujos membros não quiseram ser contemplados na distribuição das sortes.

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Notícia publicada no número 159,  do jornal, - A Democracia Pacífica -, publicado em Elvas no dia 12 de Janeiro de 1871,  pág.3.

Em notícia foi publicada no número 165 do mesmo Jornal, datada de 28 de Abril de 1871com o título “CAMPO-MAIOR” – pág.s 1 e 2:

- Há séculos que o povo de Campo Maior tem tido o direito de possuir até dez cabeças de gado no logradouro comum denominado - Godinha ­-, terra de aproximadamente 104 moios, que fica distante, pouco mais ou menos, meia légua. O município nada auferia desta terra.

(...) O governo, legislando sobre terrenos baldios e logradouros, autorisou as câmaras municipais a aforarem ou venderem estas terras. A actual câmara municipal, desde a publicação da lei sobre os baldios, inclinou-se para o aforamento, por entender que, era uma renda perpétua para o tesouro municipal, mas também porque mais benefiava o povo.

Em algumas sessões tratou-se do melhor modo de divisão da referida Godinha em sortes, diligenciando contentar, o mais possível, todos os campomaiorenses.

(Não se tendo obtido um consenso, o Senhor Barata, presidente da câmara, tomou para si a responsabilidade de resolver a questão).

Por público pregão, foram todos os chefes de família convidados a irem à câmara declarar os seus nomes, tendo ficado inscritos num livro 1.316 indiividuos (excluidos o presidente, o fical da câmara e os estrangeiros).

Procedeu-se à medição e divisão do referido terreno em tantas sortes, quantos eram os individuos inscritos (casados, viúvos ou solteiros de maior idade e sem pai, nem mãe). Verificou-se que deviam ter essas sortes, quase cinco alqueires de terra.

Querendo a câmara que o sorteio fosse bem público, mandou fazer um quiosque na Praça D. Luís I, incumbindo desta obra o Sr. João Leitão, hábil carpinteiro e pintor...

No dia 12, pelas nove horas da manhã, reuniu a câmara e, meia hora depois, desceu à praça, para se proceder ao sorteio...

 

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NOTÍCIAS ANTIGAS DE CAMPO MAIOR (2)

por Francisco Galego, em 15.09.19

 

FOI HÁ 287 ANOS:

NOTÍCIA DO LASTIMOSO ESTRAGO QUE, NA MADRUGADA DO DIA 16 DE SETEMBRO DO ANO DE 1732, PADECEU A VILA DE CAMPO MAIOR, CAUSADO PELO INCÊNDIO COM QUE UM RAIO, CAINDO NO ARMAZÉM DA PÓLVORA, ARRUINOU AS TORRES DO CASTELO E, COM ELAS, AS CASAS SA VILA.

Escrita por António Dias da Silva e Figueiredo, natural da mesma vila.

Campo Maior, antiga povoação que, dividida primeira em duas pequenas aldeias, torna ociosa a disputa de quem foram os seus primeiros fundadores, e bem fundada a conjectura de que o acaso lhe deu o nome, quando se conjecturava a eleição do lugar para onde se havia de estender a povoação unida, terminando a controversia com o ajuste de que seria para o Campo Maior que se devia continuar a vila.

Por doação del’rei D. Afonso o Sábio, aquando do casamento de sua filha, a infanta D. Brites, a vila foi separada de Castela e unida à Coroa Portugal, para nunca mais dela sair.

El’rey D. Dinis, o primeiro a cuja posse veio, enobreceu-a com o foral de vila e fortificou-a com um vistoso castelo, no ano de 1310, o qual, fundado em sítio eminente, parece que estava, desde então ameaçando a ruina da mesma vila (...)

Seis pequenas torres acompanhavam uma grande a que chamavam  a da homenagem que tinha de altura pouco mais de 160 palmos e de circunferência 240. No seu interior, além de um grande armazém de munições de guerra, sobrava campo para um largo caminho que, por suave subida conduzia a um espaçoso eirado, do qual se descortinava até à distância de muitas léguas. Tinha uma abóboda tão forte, toda de cantaria à prova de bomba e de tanta grossura que, sobre ela, laboravam duas peças de artilharia de bom calibre que se conservaram até aos primeiros anos das guerras de 1704 em que se experimentaram e que, com os seus tiros, causaram grande abalo nas casas, tendo por isso sido descidas para outro lugar.

Este castelo era cercado por uma povoação de 1.076 fogos, nos quais se contaram, neste ano, 5.743 pessoas.

A povoação é guarnecida por uma forte e moderna muralha, defendida por 9 baluartes, um orelhão e uma praça baixa. Tem duas portas principais e uma falsa, um fosso coberto já em grande parte por uma contra escarpa e com um lago que a cobre numa parte desse fosso.

Esta forte Praça-de-armas está situada nos últimos confins do reino, como árbitra dos sucessos de guerra. Dista três léguas da cidade de Elvas, pela parte do Meio-dia e outras três de Badajoz, pela parte do Nascente. São fortíssimas praças que fazem com que os reinos de Portugal e da Andaluzia se respeitem mutuamente. Sempre leal ao seu rei, rebateu, desde as antigas guerras, os ímpetos dos inimigos.

No ano de 1712, coroou os seus triunfos com a fortíssima resistência que, durante 34 dias, se opôs ao numeroso exército de Castela o qual, sob comando do Marquêz de Bay, tentou a conquista desta Praça para fortalecer a sua posição, nas capitulações das pazes que brevemente se concluiram, tendo as muralhas de Campo Maior sustido o ímpeto das armas de Castela mantendo sempre firmes as Quinas de Portugal.

Se a natureza a dotou com a fertilidade dos seus campos, a Graça Divina a tornou também fecunda de insígnes heróis em santidade, nas letras e nas armas. Nela nasceram dois esclarecidos santos, fundadores de duas instituições sagradas: o Beato Amadeu, na vida secular chamado D. João de Menezes da Silva e sua irmã a Beata Brites da Silva, exemplos de santidade e nobreza.

Pode-se também dizer que, no ano de 1521, a vila foi de novo povoada porque os seus moradores, por aviso do Céu, foram restituidos às suas casas, donde a peste os fizera fugirem, durante os dois anos que infestou o país.

O “Grande Baptista” deu o aviso de que tinha acabado o contágio, aparecendo a um Gonçalo Rodrigues, iluminado para que convecesse o seus naturais a voltarem para Campo Maior, deixando o lugar em que se tinham refugiado, a quase uma légua da vila, retribuindo o milagre com a construção de uma igreja.

Mas, deixemos em silêncio outras glórias de Campo Maior, para descrevermos o grande desastre que sofreu na madrugada do dia dezasseis de Setembro de 1732.

Desde o dia 14 de Setembro começou o céu a dispor-se para este estrago, encapotando-se na primeira noite os ares e fuzilando com alguns relâmpagos os quais, acompanhados de trovões, causaram muito sustos que não passaram de ameaços.

 Chegou enfim a tristíssima noite de dia 15 que havia de reduzir a cinzas aquela máquina que, por quase cinco séculos, resistiu às injúrias do tempo e aos combates da guerra. Principiou com a carranca dos ares a atemorizar os corações, anunciando-lhes com alguns trovões a ruína em que, daí a poucas horas, se haviam de encontrar sepultados. Seriam as 3 horas da madrugada quando, cruzando-se duas trovoadas, uma da parte do Poente, outra da parte do Meio-dia, fizeram despertar com horríveis trovões os moradores. Quase uma hora durou o horror da tormenta em que as duas trovoadas pareciam travar um combate disputando qual delas devia assolar a vila. Até que, unindo as suas forças num horrível estampido, saiu de uma nuvem o fogo que tinha sido concebido por tamanha ira. Caiu o raio na torre maior, ignorando-se de que parte a feriu. Uniu-se o fogo vindo do céu ao da terra quando rebentaram as bombas, granadas e pólvora que se guardavam no interior da torre. Havia nela 5.732 arrobas e 6 arráteis de pólvora, 4.816 granadas ordinárias, 830 granadas reais, 711 bombas, 2.575 granadas desatacadas. Tudo isto com o seu impulso deu ruína ao castelo e sepultura à vila.

Ateando-se o fogo do raio em tanta, tão arrumada e tão activa matéria, arrancou dos alicerces a torre de menagem e com ela mais quatro das seis torres pequenas. A este estrago seguiu-se o da vila: primeiro pelo impulso violento da explosão; depois pelo chuveiro de pedras, algumas de notável grandeza, despedidas do castelo arruinado.

Com o repentino abalo e ruína de suas casas, os assustados moradores que ficaram vivos pensaram, cada um deles, que era apenas o seu estrago particular, ou seja, o que um raio tinha feito na sua própria casa. Até que, clamando uns por misericórdia, outros por confissão e outros por socorro, entenderam que se não podiam valer uns aos outros porque a ruína era de todos. Mas, no princípio, no meio da confusão e do horror, ignoravam qual tivesse sido verdadeiramente a causa.

O impulso foi tão violento que as casas caíram ao mesmo tempo parecendo que disputavam umas às outras o terreno para se derrubarem. Ficaram arruinadas 840 casas e mesmo as poucas que resistiram ao estrago, tiveram seu dano em telhados e portas. Foi tal o impulso que, mesmo as portas que não estavam voltadas para o castelo, foram violentamente arrancadas das suas ombreiras. Serviu de escudo ao pequeno número das casas que ficaram de pé o grande edifício da Igreja Matriz que susteve a maior parte do chuveiro de pedras da torre. Mas o magnífico templo que susteve o maior ímpeto do castelo, sofreu algum destroço, destruindo-se todo o frontispício e a abobada do coro que estava sobre a porta principal e que era obra de pedraria e muito forte. Também ficaram danificadas as abobadas das suas três naves e algumas das colunas que são de cantaria. Quebraram-se as portas, tendo as principais sido arrancadas com tal violência que foram parar junto ao altar-mor. Nem as imagens ficaram incólumes de tamanho ímpeto.

O mais sensível estrago foi o que padeceu a Igreja, Convento e Hospital de S. João de Deus, onde não ficou casa alguma que não padecesse ruína. Mas o mais lamentável foi o que ofendeu o mais sagrado. Porque, caindo o tecto da Igreja e quebrando o Sacrário onde estava o Santíssimo, se achou a Ambula fora do seu lugar e as formas consagradas caídas em terra e despedaçadas, ainda que juntas debaixo da hóstia grande que ficou inteira.

A Misericórdia e Hospital desta vila também tiveram o seu dano.

Maior dano experimentou o Convento de São Francisco, onde não ficou porta inteira, nem mesmo a mais interior, abrindo grandes roturas nas suas abobadas as muitas e grandes pedras que sobre elas caíram. Arruinou-se também o frontispício da sua Igreja, obra recém acabada, caindo em terra a imagem de Santo António que estava nesse frontispício, tendo caído os pedaços na cabeça de um pobre homem que procurava refúgio no espaço sagrado da Igreja, provocando-lhe a morte.

Como a veneranda imagem do grande Baptista estava depositada na pública capela, que tem nas suas casas o governador desta praça, por estar demolida a Igreja do Santo devido ao projecto de se edificar uma nova, maior e de melhor arquitectura, foi aquela capela a única que foi respeitada pela ira do céu, pois que, caindo grandes pedras nas casas do governador, com grande dano, nem de leve elas ofenderam o lugar onde estava o Santo, ficando ilesa toda aquela numerosa família do governador. Benefício que também experimentaram todos os irmãos que, no presente ano, servem na mesa do Santo.

Confessamos que também a Ermida do invicto Mártir S. Sebastião, que está num baluarte da muralha, não sofreu ruína, mas não é tão notável o prodígio por ficar numa parte para onde não se encaminhou o ímpeto da explosão.

Dentro do próprio castelo, sofreram ruína os “armazéns de outras provisões de guerra” e ainda duas torres que ficaram em pé, sofreram seu dano ficando descoberta uma que conservava em si alguns barris de pólvora, os quais não rebentaram. Também ficou isenta de estrago uma pequena capela que a devoção dos moradores desta vila tinha erigido a uma pintura do Padre Eterno, que se achou quando se demoliu a antiga Igreja que fora matriz desta vila e que depois foi, por alguns anos, ocupada pelos religiosos de S. Francisco. Esta imagem é muito venerada pelos frequentes prodígios que obra.

Ficaram também demolidas as casa da Câmara e a cadeia desta vila.

A fortificação sofreu seu dano, principalmente nas portas da Praça que, sendo fortíssimas, foram arrancadas como impulso da explosão. Tão activa foi ela que, estando três canhões desmontados e quase subterrados junto do reduto, arrancou dois do chão e arrojou-os para fora das muralhas. O mesmo sucedeu a dois morteiros que estavam junto da porta do castelo.

Mesmo à distância de quatro léguas se fez sentir o efeito da explosão pois os moradores de Arronches e Albuquerque deram notícia de terem sentido, nessa hora, um extraordinário abalo nas suas casas.

Observou-se que em todas as boticas que há nesta vila ficaram isentas de estrago, havendo mesmo algumas que não sofreram dano apesar de ter caído o tecto das casas em que estavam. Parece que o Céu, depois de dar o golpe para nossa emenda, teve providência em conservar ilesos os remédios para a cura. Assim se conjectura que, apesar de ter desembainhado a espada, não descarregou o seu golpe com toda a violência. Porque, sem tantos prodígios, não podiam tantos ter escapado com vida no meio da total ruína das suas casas. Apesar de ter havido famílias inteiras em que todos ficaram mortos, foi muito maior o número dos que saíram das mesmas ruínas sem qualquer lesão, causando admiração o modo como, sem advertência, evitaram o perigo.

Não se pode averiguar o número certo das pessoas que morreram nesta ruínas. Alguns estimam que chegaram a duzentas. As de que temos certa notícia pelo distribuidor da Igreja e que rondam as duzentas, são as seguintes:

- Na Igreja Matriz enterram-se 76 pessoas de comunhão e 28 crianças pequenas;

- No Convento de S. Francisco, 17 crianças pequenas;

- No Hospital de S. João de Deus, 6 soldados e uma criança pequena;

- Na Misericórdia, enterrou-se apenas o seu provedor Francisco Pires Cotão que foi a pessoa principal diante do Regimento de Cavalaria e um sargento de Infantaria;

- Morreu também um religioso de S. João de Deus, chamado Frei José de Santa Catarina, sacerdote, confessor, a quem, partindo-lhe uma pedra a cabeça e lançando-lhe fora os miolos, não rompeu a túnica em que estavam metidos, de sorte que, pondo-lhos outro religioso no seu ligar e unindo-lhe a cabeça, ficou tão composto como se não tivesse lesão alguma; era religioso de vida exemplar;

- No Convento de S. Francisco morreram 3 dos monges que estavam orando no coro – o padre Frei Pedro de S. Boaventura, pregador, que logo ficou morto; o padre pregador Frei António das Chagas, que ainda pôde receber a extrema-unção; o padre confessor Frei António de S. Faustino, a quem uma pedra quebrou ambas as pernas e molestou de sorte que durou poucas horas; ficaram gravemente feridos mais três religiosos da mesma comunidade;

- Morreu também o padre Domingos Gonçalves Pires, mestre de latim nesta vila, de idade de quase70 anos, mas em todos de tão justificado procedimento que, desde menino, se não soube dele nem a mais leve verdura.

- E, fazendo-se reflexão sobre todas as pessoas que morreram, acha-se serem quase todas elas timoratas e de boa consciência. E, observou-se em especial que se achava coberto de cilicio o corpo de uma bem morigerada donzela que morreu nesta desgraça.

Estes são os mortos de que se fez especial memória, mas, fora deles, se enterraram muitos outros, muitos pela piedade de seus parentes e amigos de que se não pode saber o número certo, porque a mesma piedade que o fazia o ocultaria.

Sabe-se contudo (e pode este número acrescentar-se ao dos mortos) que, constando ao Doutor Juiz de Fora que passavam de 20 os mortos que estavam, no segundo dia, no Hospital da vila e que os seus cadáveres tinham corrupção, os mandou conduzir e sepultar à sua custa, a cujo enterro assistiram clérigos castelhanos.

Além disso, teme-se que estejam alguns sepultados nas ruínas das suas casas, como sucedeu a uma menina de tenra idade, a qual, depois de 4 dias foi desenterrada, mas ainda viva que ainda hoje existe.

Os mais gravemente feridos, que ainda hoje se estão curando, são 302, sendo incomparavelmente maior o número dos feridos leves que não chegaram às mão do cirurgião e outros que procuraram remédio nas terras circunvizinhas, buscando amparo de parentes e amigos, cujo número, prudentemente, se conjectura chegar aos 2.000.

Pouco antes do amanhecer do dia 16, começou a tomar conhecimento de que tinha voado a armazém da pólvora e de que, a ruína das quatro torres, tinha causado a ruina da vila. E isto levou a tomar consciência da situação, acrescetando-se o facto de consatar que ainda havia o perigo de mais fogo no castelo, ignorando-se se teria sido consumida toda a pólvora que nele se guardava.

A isto acudiu a prudência de Estêvão da Gama de Moura e Azevedo, Brigadeiro de Sua Majestade e Governador, mandando tocar a recolher a guarnição da Praça para que acudisse ao que necessitasse de mais pronto remédio. Foram poucas as casas que escaparam do estrago, sendo que todas foram danificadas.

Houve também muito cuidado da parte do Juiz de Fora, Doutor Simão da Costa e Medanha, que prontamente tratou de que se acudisse a fazer desenterrar os que estavam debaixo dos escombros, chegando mesmo a acolher algumas pessoas na sua casa, repartindo roupas, e esmolas aos mais necessitados.

Por todo o lado se viam pessoas procurando acudir aos feridos e desenterrando os mortos. Muitos começaram logo a procurar sair da vila em busca de socorro.

         O Conde de Alva, Governador das Armas da Província do Alentejo, acudiu com cirurgiões de Elvas, Portalegre e de Olivença, medicamentos, picaretas e outros instrumentos para remoção das ruinas. Vieram logo muitos religiosos das terras próximas em socorro dos necessitados.  

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Nota: Descrição feita por um monge que, vivendo num convento em Lisboa e tendo vindo visitar a sua família, em Campo Maior, assistiu à dramática situação que descreve neste texto.

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publicado às 10:00


NOTÍCIAS ANTIGAS DE CAMPO MAIOR (10)

por Francisco Galego, em 10.09.19

Publicada no número 410,  do jornal  - A Voz do Alemtejo - publicado em Elvas, no dia 22 de Fevereiro de 1865, VI ano, pág.s 1 e 2 .

AS CASAS DA CÂMARA

A ilustre câmara municipal aproveitou as férias do Natal para melhorar, quanto possível, o material da escola, continuando ainda alguns melhoramentos, mesmo depois das férias, para cujo fim o sr. presidente e o sr. fiscal combinaram de a preparar de tal modo que ela não faça corar a câmara que a melhora, nem a povoação que a possui e mesmo para satisfazer as indicações do ex.mº comissário dos estudos neste distrito.

Uma obra urgente projecta a câmara mandar fazer debaixo dos páteos das escadas do edificio da câmara para evitar que os meninos da escola vão sastifazer certas necessidades à muralha ou a casa de seus pais.

Vou dizer aos leitores curiosos alguma coisa  sobre a capacidade do belo edifício, "casas da câmara".

Com porta de entrada pela Praça Nova, há as seguintes casas: 

- Debaixo dos pátios das escadas, de cada lado da entrada, há duas  casas pequenas, actualmente desocupadas; 

- No centro há uma grande porta de entrada para o depósito dos celeiros comuns (que constam de mais de 500 moios de trigo e de  alguns contos em dinheiro) cuja casa sustem, com 4 grossas colunas, dois grandes salões do pavimento superior;

- Debaixo do arco que comunica a rua de São Pedro com a Praça Nova, está a porta de entrada para a escola primária, com capacidade para  130 alunos; 

- Em seguida, está a secretaria dos celeiros comuns que ocupa três pequenas casas e próximo a esta estão duas, presentemente desocupadas;

- Da parte da rua de São Pedro há duas casas que ficam debaixo da do celeiro comum, estando uma alugada a um carpinteiro e outra servindo de depósito de ladrilho, cal, mármore, etc. para as obras do concelho e, uma outra casa serve para nela se aferirem os pesos e as medidas;

O pavimento superior consta de uma grande sala para as sessões da câmara, com uma pequena casa para o respectivo arquivo, uma linda capela com porta para o pátio do edifício, uma outra grande sala para as audiências do juiz ordinário, uma casa interior que serve de depósito do azeite da iluminação pública.

Neste pavimento superior, numa outra sala, está a Administração do Conselho, com um gabinete para o administrador e noutra está a Repartição da Fazenda. Detrás destas estão oito casas, umas desocupadas, outras servindo de residência ao contínuo e de alojamento para os oficiais que para aqui foram destacados.

Todas estas casas térreas, bem como as superiores, têm janelas para a rua de S. Pedro. Todas as casas do pavimento superior têm sacadas para a Praça Nova, onde está um primoroso pelourinho. 

Consta que todas as aulas que estão fora deste grandioso edificio, vão para aqui ser mudadas. Oxalá assim seja, para aformosear tão magnífico monumento.

Consta também que a rua de S. Pedro vai brevemente usar de calçada moderna. Bem precisa.  

AS CASAS DA CÂMARA

A ilustre câmara municipal aproveitou as férias do natal para melhorar, quanto possível, o material da escola, continuando ainda alguns melhoramentos, mesmo depois das férias, para cujo fim o sr. presidente e o sr. fiscal combinaram de a preparar de tal modo que ela não faça corar a câmara que a melhora, nem a povoação que a possui e mesmo para satisfazer as indicações do ex.mº comissário dos estudos neste distrito.

Uma obra urgente projecta a câmara mandar fazer debaixo dos páteos das escadas do edificio da câmara para evitar que os meninos da escola vão sastifazer certas necessidades à muralha ou a casa de seus pais.

Vou dizer aos leitores curiosos alguma coisa  sobre a capacidade do belo edifício, "casas da câmara".

Com porta de entrada pela Praça Nova, há as seguintes casas: 

- Debaixo dos pátios das escadas, de cada lado da entrada, há duas  casas pequenas, actualmente desocupadas; 

- No centro há uma grande porta de entrada para o depósito dos celeiros comuns (que constam de mais de 500 moios de trigo e alguns contos de réis em dinheiro) cuja casa sustem com 4 grossas colunas, dos grandes salões do pavimento superior;

- Debaixo do arco que comunica a rua de São Pedro com a Praça Nova, está a porta de entrada para a escola primária, com capacidade para  130 alunos; 

- Em seguida, está a secretaria do celeiros comuns que ocupa três pequenas casas e próximo a esta estão duas, presentemente desocupadas;

- Da parte da rua de São Pedro há duas casas que ficam debaixo da do celeiro comum, estando uma alugada a um carpinteiro e outra servindo de depósito de ladrilho, cal, mármore, etc. para as obras do concelho e, uma outra casa serve para nela se aferirem os pesos e as medidas;

O pavimento superior consta de uma grande sala para as sessões da câmara, com uma pequena casa para o respectivo arquivo, uma linda capela com porta para o pátio do edifício, uma outra grande sala para as audiências do juiz ordinário, uma casa interior que serve de depósito do azeite da iluminação pública.

Neste pavimento superior, numa outra sala, está a Administração do Conselho, com um gabinete para o administrador e noutra está a Repartição da Fazenda. Detrás destas estão oito casas, umas desocupadas, outras servindo de residência ao contínuo e de alojamento para os oficiais que para aqui foram destacados.

Todas estas casas terreas, bem como as superiores, têm janelas para a rua de S. Pedro. Todas as casas do pavimento superior têm sacadas para a Praça Nova, onde está um primoroso pelourinho. 

Consta que todas as aulas que estão fora deste grandioso edificio, vão para aqui ser mudadas. Oxalá assim seja, para aformosear tão magnífico monumento.

Consta também que a rua de S. Pedro vai brevemente usar de calçada moderna. Bem precisa.  

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 Publicada no número 410,  do jornal, - A Voz do Alemtejo -, publicado em Elvas no dia 22 de Fevereiro de 1865, VI ano, pág.s 1 e 2 .

 

 

 

 

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PARA A HISTÓRIA DA VILA DE CAMPO MAIOR (0)

por Francisco Galego, em 04.09.19

Estêvão da Gama de Moura e Azevedo (1672-1741), natural de Campo Maior, onde viveu, foi governador da Praça entre 1705 e 1741. Numa comunicação feita à Academia de Historia de Lisboa, de que era sócio, refere que, nos arredores da Ermida de S. Pedro, à direita da estrada que vai de Campo Maior para Ouguela, se tinham encontrado ruínas de edifícios e de sepulturas de alvenaria que revelavam a presença dos romanos naqueles campos, bem como algumas moedas, sendo uma de ouro, datada do tempo d´El - rei Recesvindo que ocupou o trono entre 649 e 672 da era de Cristo.

         Quando Badajoz foi conquistada aos mouros, pelos Perez de Badajóz, no tempo de Afonso X, o Sábio, de Castela, já ali encontraram um pequeno castelo no qual existiam quatro insignificantes torres e a vila foi dada à igreja de Santa Maria do Castelo de Badajoz, no tempo que teve como bispo D. Frei Pero Perez (1245-1266).

         Segundo a tradição, nas imediações existiam duas aldeias: a de Joannes e a de Luzius que se foram pouco a pouco despovoando.

Sancho IV de Castela deu o temporal de Campo Maior ao bispo de Badajoz, D. Gil Colona, que ocupou o cargo episcopal entre 1289 e 1297.

         Em finais do ano de 1296, a milicia do concelho de Elvas apoderou-se do castelo da vila e, no ano de 1297, pelo Tratado de Alcanizes, de 12 de Setembro de 1297, Fernando IV ratificou a posse de Campo Maior aos portugueses: Doy... Olivenza  y Campo Maior...con todos sus derechos y con todas sus pertinençias y con todo su señorio e jurisdiccion real ...ao mestre de Aviz que tomou posse de Campo Maior e Ouguela, em 30 de Outubro de 1297.

         Talvez porque o rei não concedeu carta de foral a Campo Maior, como fez, em 4 de Janeiro de 1298,  às outras vilas desta fronteira, só em 5 de Julho de 1301, D. Dinis fez doação de Campo Maior à infanta D. Branca, sua irmã que, mais tarde, renunciou ao senhorio da vila, o qual foi concedido ao bastardo infante D. Afonso Sanches, por sentença de 3 de Janeiro de 1312. Este, seis anos depois, vendeu os direitos sobre a vila à coroa, conjuntamente com a herdade da Contenda , em 28 de Outubro de 1318, tendo vindo tomar posse dela, em nome d’El-rei, o alcaide-mor de Elvas, Vasco Lourenço.

         Integrada nos bens da coroa, D. Diniz fez-lhe reparar o velho castelo, que ficou com duas portas de serventia, uma virada a Norte e outra a Sul e concedeu aos habitantes muitos privilégios e regalias. Contudo, D. Dinis concedeu ao concelho de Arronches, uma parte do território de Campo Maior.

         No espiritual, a vila, tal como Olivença e Ouguela, ficou confiada aos bispos de Badajoz, até à ruptura de 1383.

Contudo, a vila manteve-se fiel ao partido castelhano. Combatida em regra pelo mestre de Aviz, redendeu-se o arrabalde em 13 de Outubro, capitulando o castelo no último dia de Novembro de 1388. Nesse tempo já um novo recinto fortificado fechava toda a vila. Rendido o castelo, a vila foi governada por Martim Afonso de Mello pouco depois substituido por Rui Gomes da Silva que exerceu o cargo cumulativamento com o de Ouguela.

A vila só foi desligada de todo da diocese castelhana em 1441, pelo papa Eugénio IV.

O rei D. Manuel concedeu novo foral a Campo Maior, datado de 16 de Setembro de 1512.

João III mandou fazer, na depois chamada Praça Velha, os antigos paços do concelho para os quais, foi removida, em 1554, a cadeia civil que existia dentro do castelo.

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Segundo Victorino d’Almada, in Jornal “O Elvense” nº 185, de Elvas, 9 de Novembro de 1882, pág.s 1 e 2. 

 

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