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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
O 1º de Maio é a festa universal do trabalho, determinada no CONGRESSO INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES, em Julho de 1889.
A partir de 1892, a festa operária do 1º de Maio já era celebrada em alguns países por todo o mundo, principalmente dos que estavam mais industrializados.
Em Portugal o 1º de Maio começou a celebrar-se logo em 1890. Até à Ditadura Militar e ao Estado Novo que se lhe seguiu, foi anualmente celebrado nas terras onde existiam núcleos de operariado, sendo considerado dia de descanso para os operários. Apesar da má vontade, dos obstáculos levantados pelo governo e da perseguição violenta, com confrontos de rua com as polícias, havia manifestações, principalmente em Lisboa. As celebrações mantiveram-se ao longo dos anos da ditadura em algumas cidades e vilas onde o núcleo operário tinha presença significativa. Mesmo em povoações do interior com forte industrilização, implantou-se a celebração desta data, como na cidade da Covilhã e na vila do Crato, sendo que nesta, o dia se tornou mesmo, feriado municipal. Mudou depois e, actualmente, o feriado municipal, é na 2ª-feira de Páscoa.
Em Campo Maior, terra onde perdominava o campesinato, foi criada uma cooperativa de trabalhadores designada como Casa do Povo de Campo Maior, como sucursal de uma homónima existente na Mouraria, em Lisboa e de outra na cidade do Porto. Este movimento cooperativista começara na Suécia, tendo-se rapidamente expandido a outros países.
A Casa do Povo de Campo Maior, criada em finais de 1932 e inaugurada em 11 de Janeiro de 1933. Teve uma existência curta e atribulada e, devido às perseguições de que foi alvo, viu-se compelida ao encerramento e dissolução, em 31 de Dezembro desse mesmo ano de 1933. Contudo, o seu sucesso fora tão rápido e tão grande que os salazaristas viriam a fundar outro organismo, com o mesmo nome de Casa do Povo de Campo Maior, mas com diferentes objectivos, orientada por outros principios e com finalidades, não cooperativistas, mas corporativistas, de acordo com a ideologia do Estado Novo, logo, sem automonia e controlada pelo governo central. Este tipo de organização foi-se depois expandindo por todo o país.
Em Campo Maior, foi a referida cooperativa que, no curto tempo da sua existência, celebrou com uma grande manifestação, em desfile pelas ruas da vila, no 1º de Maio de 1933, com grande adesão e contentamento da população. Mas, a curta existência e a má vontade do poder instituido, não propiciaram dar continuidade a esta celebração, para que se tornasse uma tradição.
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Nota: Para maior conhecimento, consultar -
http://alemcaia.blogs.sapo.pt/45350.html
http://alemcaia.blogs.sapo.pt/45128.html
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Comboio misto de todas as classes
Lisboa 7.30 partida
Crato 2.57
Portalegre 3.36
Assumar 3.59
Santa Eulália 4.37
Elvas 5.14 chegada
TOTAL: 265 km, em 9 horas 44 m, parando em todas as 26 estações.
Elvas 9.12
Santa Eulália 9.51
Assumar 10.30
Portalegre 11.02
Crato 11.34
Lisboa 6.59
TOTAL: 9 horas 47 m
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Comboio do correio
(só com carruagens de 1º e 2º classes)
Partida de Lisboa: 8.30 da noite
Chegada a Elvas: 4.54 da manhã
TOTAL: 8 h 24 m
Partida Elvas: 9.40 da noite
Chegada a Lisboa: 6.06
TOTAL: 8 h 26 m
NA IDA E NA VOLTA ERA PRECISO FAZER AINDA O TRAJECTO
DE ELVAS-CAMPO MAIOR
E DE CAMPO MAIOR-ELVAS.
O TRANSPORTE PÚBLICO ERA A DILIGÊNCIA OU CARREIRA.
FONTE:
A VOZ DO ALEMTEJO (ELVAS)
Começou como semanal: “Publica-se todas a quartas-feiras”
Passou a bimensal: “Publica-se às quintas e domingos”
( “Ligado ao Partido Histórico, que sucedeu ao Partido Progressista”; líder o Duque de Loulé; era um partido liberal que estava no governo)
Responsável: Joaquim António dos Passos
Gerente: Manuel de Araújo e Silva
Número 1 Quarta-Feira 15 de Fevereiro de 1860
Número 523 (Último) Domingo, 15 de Julho de 1866 (Ano VII)
Completam-se hoje quarenta e três anos desde que tive, pela primeira vez, a consciência de poder assumir plenamente direitos que, ao longo dos 32 anos que já tinha vivido, me tinham, tantas vezes e tão dolorosamente, sido negados. E, contudo, tratava-se de principios desde há muito reconhecidos por uma parte significativa da humanidade. Princípios tão claros, quanto necessários e que encontramos expressos nas “Constituições”, as leis básicas e fundamentais de grande parte dos Estados e das Nações, como garantia dos direitos fundamentais dos homens e das mulheres.
São princípios de que vou transcrever apenas uma amostra, não extensa, mas muito significativa:
- Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade, e à segurança pessoal;
- Ninguém será sujeito a tortura, nem a penas ou a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes;
- Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado;
- Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equatitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que, contra ela, seja deduzida;
- Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação, pacíficas;
- Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funcções públicas do seu país.
Nesta pequena amostra, retirada dos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, estão contidos os atentados aos meus direitos de que eu, aos 32 anos de vida, já tinha sido vítima e sofrido as consequências que isso implicava.
Por isso, é fácil de entender porquê, eu, que até fui dos que menos sofreram abusos e prepotências, sem agitar estandartes e sem manifestações exuberantes, continuo a celebrar o dia 25 de Abril de 1974, como uma das datas muito importantes da minha existência.
Esta conspiração decorreu no contexto da tentativa do “golpe de Estado” designado por “Abrilada”, desencadeado pelos absolutistas que tinham como líder o infante D. Miguel, contra o seu pai, o rei D. João VI, que ficou sequestrado no Palácio da Bemposta, então residência da família real, perto do Campo dos Mártires da Pátria, onde agora está instada a Academia Militar. Porém, o golpe falhou porque, o corpo diplomático acreditado junto da corte, libertou o rei pondo-o a salvo num navio inglês fundeado no Tejo.
D. Miguel foi obrigado a exilar-se em Viena de Áustria e sua mãe e cúmplice, D. Carlota Joaquina que era filha do rei de Espanha, intimada a não mais se envolver em conspirações, sob pena de ser expulsa do Reino de Portugal.
O texto que seguidamente se transcreve, em escrita actualizada, foi recolhido no relatório da Polícia Secreta, dos últimos tempos do reinado do Senhor D. João VI. Sua contínuação até Dezembro de 1826, Publicado em Lisboa, em 1835, pág.s 80, 81 e 82.
Há muito que existia em Campo Maior uma facção inimiga do Governo de Sua Majestade, da qual são chefes: o Padre João Marianno da Fonseca Moraes, ex-franciscano; Nuno António Negrito, empregado no Assento daquela Praça; o Padre Francisco de Nossa Senhora do Amparo Proença; Fernando de Sousa Migueis; o Padre Manoel da Fonseca Moraes; Joaquim Procópio Canhão, capitão de Cavalaria 8; o Coronel João Galvão Mexia.
Esta facção comunicava-se com o ajudante de ordens de S. A. o Infante, Francisco Henriques Teixeira, hoje preso, por via do Negrito e do sargento de Cavalaria 8, Felix Nogueira Torres, o qual há meses foi chamado para a secretaria do tenente-rei da Praça de Elvas, Maximiano de Brito Mosinho, constando que é insigne em escrever diferentes caracteres de letra.
Foi este sargento quem saíu de Elvas para Campo Maior coberto de ramos, na tarde de 3 de Maio com proclamações de S. A. o Infante, acompanhadas de um oficio do Corregedor de Elvas para o Juiz de Fóra de Campo Maior, no qual lhe ordenava que fizesse logo a competente comunicação a todos os comandantes militares. Tendo isto sido imediatamente executado com repique de sinos, convocou o mesmo Juiz de Fóra o Clero, a Nobreza e o Povo, fazendo reunir ao mesmo tempo em parada todos os "corpos militares" da guarnição da Praça, com os seus mais asseados uniformes. Então, o coronel João Galvão leu as proclamações à frente da tropa e seguiu-se uma salva de artilharia a que responderam os "corpos" com três descargas.
Reuniu-se a Câmara e lavrou-se um auto-extraordinário que foi assinado por imenso povo, instigado pelos facciosos para essa assinatura. É preciso notar que o Padre Mariano, nos seus sermões, dava sempre uma ideia muito aproximada dos sucessos de 30 de Abril e, tanto assim que, no acto da assinatura do auto, perguntou ao povo “se ele era ou não profeta na sua terra. Acrescentando que, ele sabia, havia muito tempo, que a sua profecia estava verificada e que o seu partido tinha triunfado”.
A este segundo acto revoltoso seguiu-se um "Te Deum": Subiu ao púlpito o Padre Mariano e aí, na presença do Rei do Reis, inflamado em ardente cólera, provou que, ainda até hoje nenhum orador sagrado, a não ser o Padre Braga, tinha mais do que ele sacrílegamente profanado o santuário, pregando – “que devia correr o sangue dos portugueses nesta época, como em outra já correra o dos judeus[1]; que assim julgava ser preciso e ia acontecer, pela promessa que o Senhor Infante tinha feito de não embainhar a sua espada, enquanto não desse cabo dos pedreiros-livres[2]; que ele se sentia enfurecido e que desejava ensanguentar as suas mãos …”
Tanto neste sermão, como em todos os mais que anteriormente pregou, designava serem, os negociantes e outros homens abastados, os "pedreiros-livres" e, por esta a razão, a plebe[3] andava contente esperando que um dia se procedesse contra tais pessoas, para então começar o saque e o assassínio, pois que o dito padre lhes dizia – “que assim se tinha feito em Nápoles”.
Houve iluminação por três dias e repique de sinos até alta-noite, as janelas e as porta enramadas, a música tocando sempre. Nestes dias, os chefes da facção organizaram uma lista de quarenta e quatro cidadãos para serem presos e remetidos a Lisboa, chegando o Padre Mariano a requisitar a sua captura, o que não pôde conseguir.
No meio de tanto horror e susto, quis a Divina Providência acudir aos honrados habitantes de Campo Maior: No dia 12 de Maio chegou ali a proclamação de Sua Magestade, datada 12 de Maio, de bordo da Nau Windsor Castle, a qual aterrorizou os perversos e restituiu desde logo a tranquilidade aos referidos habitantes, fazendo desaparecer o grande perigo que os ameaçava. Viu-se então correr o Negrito a casa do Padre Mariano, dizendo pelas ruas, que tudo estava perdido” .
Os habitantes de Campo Maior iluminaram logo as suas casas o que, sendo sabido pelo Juiz de Fóra, mandou este então apregoar, já depois da nove horas da noite, que pusessem luminárias. Foi na parada do dia 13 que o coronel João Galvão leu a proclamação de Sua Majestade, dizendo – “que por falta de recebimento de ordens se não havia logo publicado.” Tornou-se a convocar, o Clero, a Nobreza, e o Povo para formar um novo auto; porém foram muito poucas as pessoas que apareceram na Câmara porque o padre João Mariano andava com os seus sócios, fazendo as maiores censuras a El-Rei, e aos seus ministros, a quem chamava – ‘Maçons refinados’ – aparecendo o dito padre, neste dia, com o fato de saragoça[4] mais velho que tinha, quando nos anteriores se apresentara vestido de lila[5], e sempre com o melhor vestuário.
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[1] Referência à acção do Santo Ofício ou Inquisição.
[2] Referência aos partidários do Liberalismo.
[3] A massa popular.
[4] Tecido grosseiro de lã escura.
[5] Tecido lustroso de lã fina.
Vencidos que são dois dos três períodos do ano escolar em curso, voltam a estar na preocupação das famílias as questões da educação, dos seus resultados, das previsíveis consequências e das soluções a encontrar para resolver os graves problemas que tanto preocupam os que estão mais atentos às suas consequências sociais.
Posto à conversa, com um dos meus amigos, o assunto acabou para derivar para um artigo, por mim publicado, sob o título A propósito de uma leitura...,haverá aproximadamente dois meses, sobre as questões das escolas e da educação. Começou o meu interlocutor por dizer que tinha grande dificuldade em aceitar algumas das convicções e dúvidas que eu tinha então expressado.
Perguntando-lhe qual a razão, disse que lhe parecia que eu estava a não considerar as grandes diferenças que os professores hoje têm de enfrentar nas salas de aula, quando exercem a sua profissão. Mas, - contrapus eu - , essa é precisamente a razão dos maus resultados e dos muitos conflitos que acontecem actualmente nas questões da educação.
Vou tentar explicitar alguns dos espectos que referi, no texto publicado e que suscitaram a sua desprovação:
Como se vê, trata-se de um assunto de tão grande importância que, manda a prudência, deve ser abordado, não em termos de meras percepções ou opiniões, pois exige o levantamento de questões e a aquisição de conhecimentos e de informações que permitam formular soluções devidamente fundamentadas.
Felizmente, começaram a aparecer políticos que revelam sensibilidade e que estão atentos para procurarem soluções para as questões da educação. Em contrapartida, há ainda muitos para os quais estas questões são as que menos importam para satisfação dos seus interesses e para orientação das sua acção no desempenho dos cargos políticos para que conseguem ser eleitos.
Infelizmente, na maior parte das vezes, a realidade muda muito depressa, mas muda muito lentamente, ou nem chega a mudar, a mentalidade daqueles que deviam resolver os problemas levantados pelo fluir contínuo dessas mudanças.
Campo Maior é uma vila antiquíssima da província do Alentejo e, ao mesmo tempo, praça d’armas. Está situada a três léguas ao norte de Elvas, entre as ribeiras do Caia e do Xévora a outras três a oeste de Badajoz, ainda a três léguas a sul d’Albuquerque e a quatro léguas de Arronches.
O terreno onde assenta a povoação alteia ao sul, abaixa para leste e oeste e ergue-se um pouco ao norte. Sobranceiro a todos os lados da vila, na extremidade sul, eleva-se um castelo vistoso e imponente.
Respectivamente às cercanias, a praça é baixa e dominada por muitos cerros a leste e norte, à distância de dois mil metros, o que contribui para tornar a sua defesa difícil e perigosa[1].
O castelo, segundo Ayres Varela, é obra muito antiga e forte, tanto pela situação em que se acha, como pelas muralhas que o formam. (...) Está situado na parte mais alta da povoação, ao sul, com quatro torres pequenas e uma grande. Há nele duas portas: uma para norte e outra para o sul. El-rei D. Manuel mandou construir um muro desde o castelo até S. Sebastião, muro que, com as torres antes referidas, ficou incluído numa nova fortificação, servindo de cortina aos baluartes de Lisboa e de S. Sebastião e, entre estes, está a porta da vila ou de Santa Maria. Depois foi construída outra fortificação que guardava toda a vila velha, com duas portas.
Uma nova fortificação foi começada por D. João IV e continuada, sem ser acabada, por D. Afonso VI e D. João V, a qual tem os baluartes de S. João e de Santa Cruz, entre os quais o fosso era cheio de água e assim se conservava todo o ano, sendo alimentado pelos ribeiros da Fonte Nova e do Laguinho. Ao baluarte de Santa Cruz segue-se uma grande cortina, no remate da qual fica, a cavaleiro[2], um meio baluarte chamado do Curral dos Coelhos. A estes seguem-se os baluartes de Lisboa e de S. Sebastião, depois o baluarte da Boa Vista, o meio-baluatrte da Rosa[3], o baluarte de S. Francisco, o da Fonte do Concelho e ainda outro[4] cuja cortina fecha a Praça, no baluarte de S. João e na qual está a porta principal, denominada de S. Pedro[5].
A praça tem excelentes fossos, bastantes esplanadas e, em algumas partes, contra-escapas. Tem seis revelins, e dois fortes, sendo o primeiro o de S. João[6], para o nascente, e o outro, o do Cachimbo[7], para o meio-dia. (...)
Por estarem as muralhas de Campo Maior bastante deterioradas, foram-lhe feitas algumas reparações em 1796.
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Texto copiado, com algumas actualizações e anotações, da obra de Pedro Manuel Tavares, (Major d’Artilharia), Estudos Histórico-Militares, Defensa de Campo Maior em 1801, Publicada em Elvas, em 1890.
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[1] Foi sempre apontado à praça d’armas de Campo Maior, como principal defeito, o estar rodeada destes montes que os militares designavam como padrastos (Santa Vitória; Alto da Charrua, Carrascal, Cabeça Aguda...) que se podiam tornar perigosos quando acupados pela artilharia dos exércitos sitiantes.
[2] Ficar “a cavaleiro”, ou seja, “sotoposto” ou sobrelevado, acima de...
[3] Baluarte de Santa Rosa.
[4] Chamado Baluarte do Príncipe.
[5] A Porta de S. Pedro, demolida em 1908, ficava ao fundo do tramo de rua onde hoje se situa a CURPI, dando entrada para o Largo da Carreira, assim designado, por aí chegar a diligência do transporte público que vinha de Elvas. Foi depois chamado largo dos Carvajais por aí se situar o palácio dessa que era a mais nobre e importante família de Campo Maior. Durante algum tempo, esta Porta de S. Pedro, foi chamada Porta Nova, dando assim a ideia que foi construída bastante depois da Porta de Santa Maria, construída na época da "Restauração", também designada com Porta da Vila. Ficava, portanto, muito próxima do baluarte de S. João que o povo designava como " do Cavaleiro" por ter no meio, uma estrutura sobrelevada que permitia que a artilharia disparsse em tiro razo contra as forças sitiantes que cercassem a fortaleza que defendia Campo Maior.
[6] No local onde foi construido o Estádio Capitão César Correia. Era popularmente designado como "Forte das Pesetas".
[7] O que resta desse "Forte do Cachimbo", oficialmente "Forte de Schomberg", ainda é visível no lado esquerdo da estrada para Elvas, antes do desvio para a estrada da Barragem. Era um elemento importante para defesa da Porta de Santa Maria, em conjunto com o Baluarte de Lisboa e o Baluarte de S.Sebastião (Mártir Santo).
RESTABELECIMENTO DO HOSPITAL MILITAR (1808)
“O restabelecimento do hospital militar (1) foi um dos objectos que mais fixou a atenção da Junta do Governo. Não restava desse importante estabelecimento senão a casa, por não poder ser transportada (pelos franceses quando entraram em Campo Maior em 1808); tudo o mais a ele relativo, desde camas a utensílios, tinha sido conduzido para Elvas. O despojo foi igual ao total abandono da Praça.
Na sua restauração trratou-se apenas de atender só ao principal e indispensável, limitado às camas, curativos, subsistência dos enfermos e dos servos, ou seja, providênciar o seu arranjo.
Na sua viagem à cidade do Porto em 25 de Julho de 1808, Cesário obteve da Supremo Governo Provisional, duas caixas de instrumentos cirúrgicos para uso do mesmo hospital…
Para prover à necessidade de camas, achou-se na generosidade dos comerciantes um prestante subsídio. Manuel António Gonçalves Niza fez donativo de 360 varas de pano de linho (e muitos outros fizeram as suas ofertas). Foi feito um apelo de auxílio às misericórdias das vilas já declaradas em favor de Sua Alteza Real D. João VI: Arronches, Castelo de Vide e Crato
Comerciantes de Campo Maior que contribuíram com donativos:
Manuel António Gonçalves Niza
João Fernandes
António de Matos
João de Matos
Pedro de Matos
João Nunes Ferreira
Manuel Pereira Rosado
Firmino José Da Mata
José dos Santos
E outros
REORGANIZAÇÃO DO ASSENTO
No Assento das Provisões de Boca, mandaram-se aprontar as atafonas (2) para suprir a falta dos moinhos para o caso de o inimigo infestar os campos em volta da vila.
D. José Carvajal prestou-se a ajuadar esta importante obra, fornecendo as madeiras necessárias.
Repararam-se as cavalariças dos quartéis de Cavalaria e puseram-se em condições de serem utilizadas acomodações para tropas de infantaria que se acharam inabitáveis. (3)
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(1) Já por mim referido em "post" anterior como integrado no Convento de São João de Deus.
(2) Engenhos movidos por animais de tracção, para moagem dos cereais destinados ao fabrico do pão.
(3) (Segundo João Mariano de Nª Sr.ª do Carmo Fonseca. In, Memória histórica da Junta de Campo-Maior ou História da revolução desta leal e valorosa villa, (Ed. António José de Torres de Carvalho, Elvas, 1912.
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