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A BARRAGEM DO MURO

por Francisco Galego, em 30.06.16

No concelho de Campo Maior locaizam-se  três das vinte barragens romanas estudadas a sul do Tejo:

- Barragem do Muro (Ribeira dos Cães);

- Barragem de Olivã (Ribeira de Olivã);

- Barragem da Mourinha. (Ribeira dos Saberes)

“ Os Romanos aprenderam muito da sua engenharia com os Gregos, não tendo propriamente contribuído neste domínio com ideias originais. (…). Com efeito, a engenharia romana era extremamente prática e a grande maioria das obras era levada a cabo por pessoal militar ou sob sua orientação.” (p. 38, 39 e 44)

 “As barragens inventariadas a sul do Tejo destinavam-se essencialmente a rega ou a abastecimento populacional ou, simultaneamente, aos dois usos. (…)

Os cursos de água têm um regime extremamente irregular, estando secos grande parte do ano. O aproveitamento das águas superficiais só era, pois, possível mediante o armazenamento em albufeiras a criar por barragens. (…)

Muitas das barragens inventariadas estavam associadas a villae, mediante as quais se realizava a ocupação do “agros transtagano.”             

 Uma villae era constituída por um conjunto de edificações destinadas a habitação (villa urbana) e a explorações agrícola e artesanal (villa rústica). A maioria das villae urbanae da Península Ibérica dispunha de um ou mais pátios fechados nos quais frequentemente se encontravam tanques ou fontanários, que tinham não apenas uma função lúdica, mas também prática, pois constituíam reservatórios de água que facilitavam a rega dos jardins interiores. As edificações situavam-se na zona central de uma propriedade agrícola, o fundus.

O tipo de vida nas villae era profundamente marcado por Roma; estas dispunham em geral de instalações balneares (termas) que, na região em estudo, tinham frequentemente como origem de água as pequenas albufeiras criadas pelas barragens.” (P. 51)

 “A Barragem do Muro sobressai entre as barragens inventariadas pelas suas características arquitectónicas e pelas soluções técnicas adoptadas. Esta barragem apresenta altura e desenvolvimento notáveis, sendo o único caso em que são visíveis nos paramentos fiadas horizontais de tijoleira, dispostas regularmente, e apresenta arcos entre os contrafortes sujeitos a maior tensão. A função de tais arcos seria presumivelmente a de concentrar as cargas de peso próprio sobre os contrafortes.

Trata-se também da única barragem que apresenta, adossada ao paramento de montante, uma superfície argamassada, a qual pode corresponder ao revestimento de uma sapata de fundação da estrutura. Na ligação do muro a tal superfície observa-se um rebordo convexo usualmente encontrado noutras estruturas hidráulicas para minimizar os riscos de fendilhamento e facilitar a limpeza.” (P. 57)

Com a capacidade de 178.000 m3 é, das referenciadas, uma das de maior dimensão; situa-se na ribeira dos Cães; a área da bacia hidrográfica é de 1,7 km2. (P. 61)

 “Para a cota de 234 m (cota aproximada do topo), o comprimento da albufeira seria de 460 m, a área inundada de 82.700 m2 (…)

Trata-se de uma estrutura inédita que constitui o exemplo mais monumental da arquitectura hidráulica romana a sul do Tejo. Efectivamente, a estrutura revela uma complexidade inexistente na maioria dos casos. Consiste num muro de secção transversal rectangular de 4,2 m de espessura no trecho central, suportado a jusante por 16 contrafortes, separados entre si 3 a 4m: Tal muro apresenta a altura máxima visível de 4,6 m e o desenvolvimento de 174m, com traçado poligonal. O trecho mais alto da barragem corresponde à zona onde corre a linha de água, observando-se do lado jusante restos de três arcos de volta inteira, apoiados em contrafortes. A sua função seria a de reforçar a estabilidade do sector sujeito a maiores pressões.

A secção transversal da barragem é suficiente para assegurar a estabilidade, sem a contribuição dos contrafortes. (…)

Esta barragem possuía provavelmente uma descarga de fundo na zona de passagem da actual linha de água.” (…) (P. 65 do livro de António de Carvalho Quintela; João Luís Cardoso; José Manuel Mascarenhas, Aproveitamentos hidráulicos romanos a sul do TejoContribuição para a sua inventariação e caracterização, Ministério do Plano e da Administração do Território - Secretaria de Estado do Ambiente - Direcção-Geral dos Recursos e Aproveitamentos Hidráulicos - Agosto de 1987)

 

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UM MILAGRE DE S. JOÃO BAPTISTA, EM CAMPO MAIOR

por Francisco Galego, em 24.06.16

A história que vou contar ter-se-á passado, há cerca de 500 anos. Reinava em Portugal  D. Manuel I.

            Campo Maior era então, uma povoação bastante pequena, com nove ruas dentro do castelo - "a Vila Velha" - e mais algumas do lado de fora das muralhas. Teria aproximadamente dois mil habitantes, ou seja, cerca de seis vezes menos do que possui actualmente.  

            Ora, a certa altura, declarou-se uma grande epidemia de peste. As pessoas ficavam doentes e, passado pouco tempo, morriam. Naquele tempo, nas terras pequenas, não havia médicos, nem medicamentos. As péssimas condições de higiene e a deficiente alimentação, faziam que qualquer doença provocasse a morte rápida de muitas pessoas, mas principalmente das crianças e dos mais velhos que eram os mais fracos.

            As pessoas pensavam que as pestes eram um castigo de Deus. Por isso, mandavam oficiar missas nas igrejas, rezavam e imploravam o perdão dos seus pecados, para se verem livres da doença.

            Vendo que as suas preces não eram atendidas, pensando que o ar estava ainda empestado pela doença, os moradores de Campo Maior que ainda não tinham sido atingidos pela peste, resolveram sair da vila. Escolheram um lugar no meio dos campos e aí construíram casas de paredes de barro e cobertas de ramos e folhas, a que se dava o nome de "choças". Ainda hoje esse lugar é chamado pelos campomaiorenses como sendo o "lugar das Choças".

            Ficaram nesse lugar muito tempo com medo de que, se voltassem às suas casas na vila, pudessem ser apanhados pela peste.

            Mas, um belo dia, no ano de 1520, um homem chamado Gonçalo Rodrigues que andava a trabalhar na sua horta, perto da vila, sentindo-se cansado, sentou-se à sombra duma figueira a descansar. De repente, apareceu-lhe uma figura rodeada de uma grande luz. Assustado, o bom homem exclamou:

“Quem sois vós senhor? Que luz é esta que não parece ser coisa deste mundo?”

Ao que, numa voz forte e calma, a figura respondeu:

“Não temas Gonçalo! Eu sou João Baptista. Não vês como está o teu povo? Vai dizer à tua gente que podem voltar às suas casas. Os vossos sacrifícios e sofrimentos despertaram a compaixão de Deus Nosso Senhor. Não haverá mais peste. Mas, em memória da graça que por Deus vos foi concedida, quero que façam na vossa terra uma igreja em meu nome e devoção.”

            O bom do Gonçalo nem queria acreditar no que lhe tinha acontecido. Foi logo ter com a sua gente e contou-lhes a extraordinária aparição que tivera. Desde logo, todos decidiram que iriam fazer a igreja em honra de São João Baptista.

 

Fonte: Frei João Mariano de Nossa Senhora do Carmo  Fonseca (Séc.s  XVIII - XIX)

 

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FOGO NAS EIRAS DO ROSSIO

por Francisco Galego, em 20.06.16

O SÍTIO DE S. PEDRO NA HISTÓRIA DE CAMPO MAIOR (III)

 

FOGO NAS EIRAS DO ROSSIO

 

 “No dia 21 do corrente pelas 3 horas da tarde manifestou-se o fogo nas eiras públicas do Rossio de S. Pedro desta vila … naquele local havia próximo de 3 mil a 4 mil móios de trigo … sendo o Sr. administrador do concelho o primeiro que se apresentou no sítio do fogo à testa do qual se conservou…para evitar que o fogo se comunicasse aos mais celeiros contíguos, que não seriam menos de 800.

Não sendo menos dignos de iguais encómios e felicitações os mui nobres proprietários que correram de pronto ao lugar do incêndio… e ainda mais se deve ao geral da povoação que, ouvindo tocar o sino da câmara, abandonaram as suas casas, correndo da melhor vontade e voto próprio a acudir a um tão inesperado incidente…tornando-se muito distintos por esta ocasião os serviços prestados pelos senhores: subdirector da alfândega José das Dores; os artistas José António de Bastos, José Mendes da Mota, e Dâmaso de Albuquerque; os trabalhadores Manuel dos Santos Valadim, José Duarte, Manuel das Chagas e outros muitos cujos nomes ignoramos (…)”

 “A subscrição aberta pelo bondoso chefe da administração pública Sr. António César Lima Leitão em favor do infeliz António Rodrigues Valente a quem o fogo manifestado na eira no dia 21 do corrente reduzira à maior desgraça e miséria a quem o infortúnio havia roubado por meio das chamas, cerca de 20 moios e trigo.

Havendo 800 milheiros de trigo na eira, logo a fatalidade escolheu ser o do mais pobre que havia de arder. Devorando cerca de 20 moios de trigo que ficaram reduzidos a cinzas.          

O fogo foi lançado por descuido e pouca atenção. Ao que parece, alguém meteu uma caixa de fósforos no colete e, com o calor do sol, estes incendiaram-se.

Também, a força militar estacionada actualmente nesta terra é tão diminuta que não serve para qualquer eventualidade de maior alcance. Neste caso, apenas compareceram no incêndio 8 homens e 1 sargento, porque o resto do pessoal estava de serviço. E é com esta força disponível que se podem policiar entre 3 a 4 mil pessoas?

Não nos podemos conformar que, numa terra como Campo Maior onde já estiveram dois regimentos, se coloque agora um destacamento de 25 baionetas.”

(A VOZ DO ALEMTEJO, Nº 258 e 259, 25 e 29 de Setembro de 1863)

 

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O CAMPO DE FUTEBOL DO ROSSIO

por Francisco Galego, em 15.06.16

O SÍTIO DE S. PEDRO NA HISTÓRIA DE CAMPO MAIOR (IV)

 

“Existem algumas indicações de que, já antes do começo da Primeira Grande Guerra, tinham existido grupos de rapazes que ensaiavam os primeiros chutos na bola aproveitando as esplanadas dos antigos fortes do Cavaleiro e do Ribeirinho, o fosso terraplanado que viria a ser o Jardim das Viúvas,onde actualmente se situava  o Lar Betânia e que é agora infantário , a terra batida do espaço onde se construiu o Jardim da Avenida,ou o Campo do Rossio, quando não estava ocupado com as eiras, pois era aí que a população fazia a debulha dos cereais e o apuro da palha. Este campo do Rossio foi arranjado pela Câmara, para a prática do futebol no começo dos anos vinte e foi o campo normalmente utilizado pelos grupos da terra quando disputavam entre si desafios ou quando recebiam grupos de terras vizinhas, principalmente Elvas, Portalegre ou Badajoz.

O campo que não dispunha de balizas fixas – improvisavam-se como dois paus a servir de postes ligados por uma corda a fazer de trave – nem sequer possuía as medidas regulamentares; mas foi o único espaço disponível para a prática do futebol até se tornar possível a utilização do Campo Capitão César Correia, no início dos anos 40.” (P. 19 do livro: Sporting Clube Campomaiorense – Das origens à actualidade (1926 – 2001), por F. Galego e J. Folgado)

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PORTA DE S. PEDRO

por Francisco Galego, em 10.06.16

http://fotos.sapo.pt/amkPMcVKOlDrZFAONLiz/

DESENHO DA PORTA DE S. PEDRO

(SEGUNDO DESENHO DO ARQUIVO MILITAR DE LISBOA)

A porta de S. Pedro, ficava sutuada no lado Norte

da fortaleza de Campo Maior.

Não se conhece exactamente quando terá sido construida.

Pelo estilo verifica-se que é mais recente do que

a Porta de S. Maria, ou Porta da Vila

localizada no lado Sul.

Existem documentos que comprovam isto

porque a  referem com o nome de Porta Nova.

Foi demolida em 1908.

 

LOCALIZAÇÃO PORTA S. PEDRO.jpgA PORTA DE S. PEDRO LOCALIZAVA-SE NO FINAL DESTA RUA

E DAVA ACESSO AO LARGO QUE ENTÃO SE CHAMAVA LARGO DA CARREIRA,

HOJE DITO LARGO  DOS CARVAJAIS

 

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O CEMITÉRIO DE S. PEDRO

por Francisco Galego, em 05.06.16

 

 O SÍTIO DE S. PEDRO NA HISTÓRIA DE cAMPO MAIOR

– Um projecto não concretizado

 

Até ao século XIX, os enterramentos eram feitos no interior das igrejas, nos adros, nos terrenos envolventes, nas cercas dos conventos, ou seja, em Campo Santo.

Num documento que relata a explosão do paiol da pólvora em 1732, que quase destruiu a vila de Campo Maior, indicam-se claramente quais foram os locais de enterramento, nessa época:

- Na Igreja Matriz enterram-se 76 pessoas de comunhão e 28 crianças pequenas;

- No Convento de S. Francisco, 17 crianças pequenas;

- No Hospital de S. João de Deus, 6 soldados e uma criança pequena;

- Na Misericórdia, enterrou-se apenas o seu provedor Francisco Pires Cotão que foi a pessoa principal diante do Regimento de Cavalaria e um sargento de Infantaria.

No século XIX começaram a surgir medidas a condenar esse costume, considerado contrário à saúde pública. Em Portugal, foi com o governo de Costa Cabral, mais tarde foi agraciado com o título de Marquês de Tomar, que foi aprovada uma lei de Novembro de 1845, a qual, além de várias disposições de carácter tributário, determinava que os enterramentos passassem a ser feitos em cemitérios, fora das povoações, como medida de protecção da saúde pública.

A reacção das populações, principalmente no Norte do país, conduziu a revoltas que culminaram num período de grande agitação. Em 1846, a chamada revolução da Maria da Fonte que fez cair o governo de Costa Cabral, serviu de prólogo à Patuleia que lançou o país na guerra civil em 1847.

Mas, em Campo Maior, a questão dos enterramentos nas igrejas já se tinha colocado muito antes. Numa acta da Câmara de 23 de Agosto de 1834, é referido um “Acórdão em Câmara Municipal” em que se estabelecia: “Entendendo esta Câmara às diferentes representações que tem feito o Médico deste Concelho, e a que têm continuado nesta vila diferentes moléstias epidémicas, as quais (têm) tanto mais graduação quanto menos polícia há, e que o enterramento dos corpos humanos nas Igrejas, é de muito prejuízo à saúde pública em todo o tempo, e muito especialmente em tempo de epidemias, determina esta Câmara que, de hoje em diante, não se enterre corpo algum humano nas Igrejas, e sim no cemitério que será interinamente a cerca do Extinto Convento de Santo António desta vila; cujo acórdão obriga a todas as pessoas que hajam de morrer sem atender a hierarquias – porque a lei é igual para todos (Carta Constitucional) –, nem tão pouco a moléstia.”

O projectado Cemitério de S. Pedro:

Uma acta da Câmara de 31 de Agosto de 1836 refere a arrematação da obra do cemitério e a construção do mesmo junto à ermida de S. Pedro

Na acta da sessão da Câmara de 28 de Outubro de 1836, ficou registado que:

“Respondeu-se à Circular Nº 13 que trata sobre os cemitérios, expondo-se que, por falta de meios, se não tem concluído a construção do Cemitério Público; porém que já se acha principiado, com uma grande parte da parede feita. E todos os materiais juntos, e espera-se ficar pronto de tudo até ao dia 30 de Novembro próximo; e que, neste concelho, não há mais povoações em que hajam de se fazer mais cemitérios públicos.”

Contudo, houve muitos protestos da população contra a localização do cemitério, por medo de que este fosse inquinar as boas águas da fonte e chafariz de S. Pedro, e a obra esteve embargada. O problema do cemitério foi sofrendo adiamento e só estaria completamente resolvido em 1859 com a escolha de novo local, junto à Horta do Paraíso. As actas da câmara vão dando conta desse adiamento, pois o terreno que já tinha sido murado para o cemitério passou a ser arrematado em hasta pública para ser cultivado.

Na acta de 17 de Setembro de 1851 consta o seguinte: “Acto de arrematação do terreno do cemitério de S. Pedro feita a José Augusto de Miranda Cayolla por tempo de um ano pela quantia de14$400 réis.

Na acta da sessão da Câmara de 24 de Setembro de 1853:

“Não se arrematou Vale Morto, nem o Cemitério de São Pedro, por não haver lanço que conviesse a esta Câmara; por isso, ficou adiada para a sessão do 1º dia do futuro mês de Outubro. Para ir novamente à praça para o fim de se obter maior lanço.”

O Cemitério do paraíso:

O último enterramento feito no cemitério da cerca de São Francisco, foi o de Aurora Pereira em 14 de Dezembro de 1859 e o primeiro no Cemitério do Paraíso foi o de Maria do Carmo em 17 de Dezembro de 1859, segundo os assentos de óbitos da Freguesia de S. João Baptista.

            Mas, uma lembrança coeva particular refere que:

            “(…) no dia 15 de Dezembro de 1859, deu começo o Cemitério do Paraíso, extramuros desta vila de Campo Maior, sendo a primeira pessoa sepultada nele o filho do Morgado José Augusto Cayolla (mas ocultamente).

 

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