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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
O SÍTIO DE S. PEDRO NA HISTÓRIA DE CAMPO MAIOR (II)
“Neste sítio há uma Ermida do Apóstolo S. Pedro…
(…) A Igreja de S. Pedro é uma Ermida feita de paredes de terra e de muito pobre arquitectura sem que tenha demonstração (de que) pudesse nunca ter mais avultados princípios. A qual se reedificou nos nossos tempos, porque no da Guerra da Aclamação (Restauração) padeceu grande ruína. As colunas (grandes pedras que se encontram neste lugar) que ainda se descobrem, mostram que o lugar tinha extensão porque há três anos que andando um lavrador lavrando uma pequena parcela de terra que está defronte do chafariz, descobriu uma sepultura de que tirou tijolos, para se aproveitar deles, de notável grandeza e qualidade de barro e fica este sítio em bastante distância da Igreja de S. Pedro. (Estêvão da Gama, p. 29 e 30)
“(…) A Ermida …a qual é de grande romagem dos moradores às quintas-feiras da Quaresma, com indulgência plenária (tem na parede do lado esquerdo da nave, uma imagem de São Pedro). A Imagem é pintada a fresco na parede, em hábito pontifical e se conserva no mesmo estado, como refere o Dr. Novaiz, acrescendo à sua ponderação a circunstância da Guerra da Aclamação, que durou 28 anos, esteve exposta à inclemência dos tempos por se arruinar a Igreja e não teve nenhuma diminuição aquela Imagem, não tendo sido retocada, nem necessitar de nenhum benefício da arte.
Neste sítio estão as colunas de que já se fez menção e outros sinais de edifícios. Há pouco tempo, a ermitoa que hoje existe achou uma moeda de ouro de tamanho de uma de seis vinténs, mas muito delgada e com um bocado menos na circunferência. Porém, de uma parte estão as letras bem formadas e se lê nelas Toleto Pios, cuja moeda se acha em poder de Estêvão da Gama de Moura e Azevedo, Governador desta Praça...”
(Estêvão da Gama, p. 61)
A FONTE COM O SEU BEBEDOURO PARA ANIMAIS
(Repare-se na antiga fachada do Assento Militar de Provisões de Boca)
FOTOGRAFIA ACTUAL
(Sem o tanque-bebedouro para os animais, mas com um laguinho e um repuxo ao lado)
É uma fonte interior às muralhas seiscentistas mas, por estar localizada numa entrada importante da vila, apresentava a dupla função de fonte e de bebedouro para os animais. Mas o tanque destinado a esta última função foi recentemente demolido.
A fonte propriamente dita ainda se encontra no mesmo local, mas esteve associada a uma estrutura muito recente de carácter meramente decorativo que foi há pouco tempo retirada.
Enfim! ...As judiarias que se fazem ao PATRIMÓNIO ... E algumas reparações, para recuperar o que ainda não se perdeu.
Das três fontes exteriores – de S. Pedro, das Negras e Fonte Nova - que rodeiam Campo Maior, será provavelmente, a de construção mais recente. Daí a razão do nome. Temos, contudo, de relativizar o seu carácter de novidade, pois que, já em documentos do século XVIII, aparece designado o ribeiro que lhe está adjacente como o Ribeiro da Fonte Nova, o qual tinha a interessante função de abastecer a lagoa que então existia entre os baluartes de S. João e de Santa Cruz.
Nesta fonte, a tríplice função estava bem testemunhada, antes de ter sido destruido o tanque de lavagem das roupas. Existe ainda uma estrutura que é a fonte propriamente dita, abastecida por um cano que vem de uma distância de cerca de um quilómetro no caminho de Degolados, sendo visíveis ainda as arcas de água;da fonte, a água escorre para um grande bebedouro destinado aos animais; deste a água era encaminhada para o tanque de lavagem de roupa que foi destruido e o local foi coberto por uma construção que agora é a sede do "Núcleo dos Combatentes".
É a mais recente das fontes de Campo Maior. Está datada de 1954. Contudo, é bem provável que perto deste local tenha existido uma outra fonte, associada ao extinto e desaparecido convento de S. João de Deus, que abrigava o hospital militar de Campo Maior, nos séculos XVII e XVIII.
Ainda hoje é visível uma fonte no pátio de acesso à casa que ocupa parte do terreno que pertencia ao convento e que fica entre as ruas de S. João, Santa Cruz, Visconde de Seabra e Vasco Sardinha.
Título Original: Money Monster
Realizador: Jodie Foster
Actores: George Clooney, Julia Roberts, Jack O'Connell
Sinopse:
“No intenso thriller MONEY MONSTER, realizado por Jodie Foster, Lee Gates (George Clooney) é uma bombástica personalidade da televisão, cujo popular programa sobre investimentos financeiros o torna no guru do dinheiro em Wall Street. Mas depois de Gates promover a compra de ações de uma empresa de alta tecnologia, que misteriosamente entra em “crash”, um investidor irado (Jack O’Connell) faz de Gates, da sua equipa e da sua produtora Patty Fenn (Júlia Roberts) reféns, durante a emissão ao vivo do programa. Num desenvolvimento em tempo real, Gates e Fenn terão de encontrar uma forma de se manterem vivos e, simultaneamente, desvendarem a verdade por trás de uma teia de grandes mentiras financeiras.”
Ontem, dia 15/5/2016, pelas 15 horas, fomos ao Loures Schopping ver o filme Money Monster, realizado por Jodie Foster. A grande atriz em que soube tornar-se, optou agora por lançar-se numa outra via que parece conduzí-la na senda de novos êxitos como realizadora.
Somos colocados perante uma tremenda denúncia dos métodos utilizados pelos sistemas financeiros que, através dos meios de comunicação que dominam, se apoderam das pequenas ou médias poupanças dos que, incitados pelas “grandes estrelas” de programas de televisão de grande audiência, nas grandes metrópolis, acreditam que os paraísos, estão mesmo ali, ao alcance de um gesto.
Lee Gates é uma das personagens centrais, magistralmente representada por Clooney, apresentador de um programa, num canal de televisão de grande popularidade, sobre as extraordinárias oportunidades de investimentos que garantem a aquisição de rápida riqueza, através da rede de agentes que actuam em Wall Street.
De repente o programa, no ar, é interrompido por um homem armado de pistola e de um colete que impõe ao apresentador, armadilhado de forte bomba, com ameça de fazer ir pelo ar todo o edicífio com os que dentro dele estiverem. O agressor é um jovem de fracos recursos que foi induzido pelo programa a investir uma pequena herança deixada pela mãe e que viu no investimentp publicitado como absolutamente seguro, uma oportunidade de escapar à sua vida de miséria sem outro tipo de esperança. Com esta ameaça “terrorista”, ele pretende a reparação e a denúncia pública do atentado de que ele e muitos outros como ele, foram vítimas pela programada e intencional acção de extorção de que foram vitimas. Um “crash” provoca a “evaporação” do investimento feito pela empresa financeira a que os investidores confiaram o seu “Money” que se transformou num “Monster” de vigarice de ludibrio e de falsificação.
Acaba-se por descobrir que tudo não passou de trama congeminada pelo responsãvel máximo da empresa (CEO), esperando ser o beneficiário único do estratagema maquinado através de hábeis processos de manipulação de sistemas informáticos.
O apresentador do progama vai descobrindo que também ele está muito próximo de ser vítima porque, usado como agente directo da ludibriação se constituiu como responsável perante este agressor que tem agora um poder total sobre vida de todos os que estão envolvidos na realização do programa.
O filme torna-se um documentário que demonstra, de forma inquestionável, como estamos a chegar ao ponto de nos tornarmos total e perigosamente dependentes de gente sem escrúpulos, alucinados pelo deslumbramento da riqueza fácil, que aspira adquirir poderes sem limites, sem consciência do perigo que representa a sua corrupta e irresponsável insensabilidade para os desiquilibrios sociais que estão a gerar.
A morte final da vítima que se improvisou em ameça “terrorista”, é o momento “clímax” de conscialização total do apresentador-propagandista, inicialmente assumido como agente directo deste conluio que acarretava tantos para a castátrofe final e irremediável das suas vidas de prespectivas já de si tão pouco passíveis de grandes esperanças. Assim, o filme cumpre o seu objectivo: trata-se de lançar o alerta contra o perigo deste MONEY MONSTER, fatal ameaça á nossa segurança e perigo eminente sobre a totalidade da nossa civilização.
FONTE DE S. FRANCISCO
A fonte actual tem um efeito meramente decorativo.
Foi deslocada para o seu local actual, no século passado.
A data que ostenta, 1766, é a da sua construção inicial. Mas a fonte foi transferida no início do século XX, quando da demolição da cortina de muralha seiscentista que ligava o baluarte de S. Francisco ao meio baluarte de Santa Rosa. A "abertura" que se fez naquele local deu o nome àquela zona que, na linguagem popular, passou a ser designada como a "Abertura".
INSCRIÇÃO NO FRONTESPÍCIO DA FONTE:
A DEUS TAIS CLAMORES LEVANTARÃO
A DEUS EM ALTAS VOZES INVOCARÃO
E DEPOIS QUE SEU CLAMOR SOOU
PIQUENA FONTE IMPERIO SE TORNOU
E COPIOSAS AGUAS TRANSBORDARÃO
1766
Primeiramente a fonte ficava defronte da actual Rua de S. Francisco e fazia parte de uma estrutura que, além da fonte propriamente dita, alimentava também um bebedouro para animais (chafariz) que ficava um pouco mais abaixo e um tanque para lavagem de roupas. Naquele tempo, frente ao chafariz ficava um largo que, por isso mesmo, era chamado largo do chafariz.O tanque de lavagem de roupas ficava no sítio que agora é ocupado por um edifício que já foi lagar de azeite e é agora uma oficina de mecânica automóvel.
Esta fonte só está localizada no sítio actual desde 1936, pois que, antes de ser derrubada a cortina de muralha seiscentista que ligava o baluarte de S. Francisco ao meio baluarte de Santa Rosa, esta fonte não existia. A sua função era desempenhada por uma outra que lhe fica muito próxima: a Fonte de S. Francisco.
Tal como a Fonte das Negras, apresenta um tanque de recepção das bicas de grande dimensão, pois desempenhava também a função de bebedouro para os animais de tracção. Aliás, o nome de chafariz indica claramente essa função.
O seu frontispício é decorado por interessante painel de azulejos representando uma cena campestre, onde figura o típico carro canudo, meio de transporte muito utilizado até meados do século XX.
A ANTIGA FONTE
A MESMA FONTE, AGORA JUNTO AO CASTELO
A ACTUAL FONTE DOS CANTOS DE BAIXO
A fonte actual, datada de 1936, nada tem a ver com a fonte primitiva que ficava no centro do largo chamado dos Cantos de Baixo. A antiga fonte foi desmontada e retirada do local para permitir a circulação dos autocarros da carreira que tinham de dar a volta da Rua de Ramires, para a Rua da Misericórdia, para terem acesso ao Terreiro, onde se situava a central de paragem desses autocarros.
Este largo dos Cantos de Baixo, desempenhou, no séc. XX, uma função social importantíssima pois que, era aí que os homens que trabalhavam nos campos, como jornaleiros, se juntavam, ao fim do dia para conviverem e, era aí, que se dirigiam os manageiros para fazerem os contratos de trabalho.
Para as mulheres, a fonte, devido à sua localização muito central, no centro histórico da vila, era além de local de abastecimento de água, também um ponto de encontro, de convívio e de circulação de informações sobre a vida local. Era alimentada por uma abundante nascente que raramente secava.
Provavelmente, a sua nascente localizava-se um pouco mais a norte, mais ou menos na actual Rua General Magalhães, antes designada de Rua de Nantio, corruptela de Menantio. Esta palavra poderá denunciar a existência de um nascente de água? O termo menantio é da mesma raiz que manancial, ou seja, sítio de onde a água mana ou emana.
É bem provável que esta nascente abastecesse também a fonte desaparecida que existiria na confluência das ruas chamadas Fonte de Cima e Fonte de Baixo e que estaria localizada no sítio ocupado pelo baluarte que, significativamente se chamava, Baluarte da Fonte do Concelho.
A fonte primitiva foi desmantelada e esteve, durante muitos anos, guardada. Foi depois reconstruída na Praça Velha, na proximidade do castelo, onde agora se encontra.
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A actual Fonte das Negras
.Nenhum documento nos elucida sobre a razão deste nome. Será que, noutro tempo, foi a fonte destinada ao abastecimento de água feito por escravas negras? É bem provavel porque assim acontecia noutras povoações.
A fonte, na sua localização actual, é bastante recente, pois está datada de 1936. Foi, portanto obra do Estado Novo, que também construiu um pouco mais abaixo, os tanquinhos para lavagem pública das roupas.
Mas, ela é muito mais antiga pois que assim se designam os terrenos em volta, como consta nos documentos que referem a existência nesse local do convento de Santo António, de monges da Ordem de S. Francisco e que teve de ser demolido para se construírem as muralhas, em 1645. Tal está testemunhado pela existência do que resta da rua que ligava a Rua de S. Francisco ao convento e que ainda hoje se chama Rua de S. Antóinio, a qual termina numa escadaria para cesso à muralha da fortaleza que foi aí construida. A mesma nascente que abastecia a desaparecida fonte do Concelho, abasteceria a comunidade religiosa que habitava o convento.
A fonte primitiva (será que o povo lhe chamava Fonte das Negras?), estaria na proximidade desse convento, no local onde foi construido o Baluarte da Fonte do Concelho, na confluência de duas ruas que antigamente se chamavam Rua da Fonte de Cima (parte terminal da Rua 13 de Dezembro ou Canada) e Rua da Fonte de Baixo (actual Rua do Nordeste). A antiga Fonte do Concelho desaparecida em meados do século XVII, quando foi construida a fortaleza terá dado ao baluarte aí construido, o nome de Baluarte da Fonte do Concelho.
Embora a estrutura da actual Fonte das Negras indique apenas a função de abastecimento de água para beber, o tanque de recepção das suas bicas é amplo e servia também de bebedouro aos animais de tracção. Mas, a água escorria deste bebedouro e era utilizada para abastecer os tanquinhos, localizados um pouco mais abaixo, onde as mulheres lavavam roupa. Portanto, assim sendo, também esta fonte exterior desempenhava uma tríplice função de fonte, chafariz para bebedouro dos animais e tanque para lavagem das roupas.
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