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PARA A MINHA "HISTÓRIA DE VIDA" ...

por Francisco Galego, em 27.06.15

Tenho diante de mim um documento que acabei de descobrir.

Diz ele que minha mãe e meu pai se uniram pelos sagrados laços do matrimónio, no dia 2 de Março de 1941.

Nós nunca comemorámos esta data. Aliás, não tinhamos o hábito de comemorarmos aniversários. Isso não fazia parte dos hábitos da nossa família. Descendiamos de gente demasiado pobre para nos podermos dar ao luxo de mantermos certas tradições. As famílias pobres não tinham história, para além dos nascimentos, dos casamentos, dos baptizados e das mortes. Do passado só sabiam as estórias que tinham ido acontecendo nas suas vidas.

Este papel já quase nem ostenta esta cor esverdeada em que denerou o azul dos papéis selados em que eram feitas as certidões. Nele se diz que, João Baptista Cruz, - conservador - que não deixou memória neste concelho de Campo Maior, pois nunca ouvi falar de tal criatura - certifica que, segundo o livro de registos de casamentos, pelas dezasseis horas do dia supra dito, na igreja de Nª Srª da Expectação - Igreja Matriz de Campo Maior -, casaram José Pereira Toureiro Galego (meu pai) e Palmira Rosa da Conceção de Jesus (minha mãe).

Do documento constam os nomes dos meus avós paternos (Francisco Martins Galego e Ana do Carmo Serra) e maternos (Jacinto de Jesus e Maria Catarina Durão Cainço ou Maria da Conceição Durão Cainço).

<<<>>> 

Façamos a análise deste documento:

Na sua pobreza, trata-se de uma vulgar certidão, semelhante a muitas outras que, por todo o país, foram produzidas pelas centenas de conservadores que nele estavam encarregados de fazer a certificação de este tipo de acontecimentos.

Mas, como passei a vida a tentar convencer os meus alunos de que, qualquer testemunho do passado, se pode tornar um documento histórico, se soubermos análisá-lo, vou tentar fazer dele a leitura adequada, procurando transformar este papel envelhecido num testemunho que me ajude, a saber, um pouco mais sobre a minha existência.

Começo por saber que meu pai tinha 25 e minha mãe 23 anos, quando casaram. Sempre os ouvi dizer que já tinham casado um pouco tarde e depois de namorarem durante sete anos. Logo, nessa época, os casamentos deviam ocorrer, normalmente, por volta dos vinte anos. Também me diziam que o retardamento do seu casamento se devia ao adiamento constante que partia da minha avó paterna.

Isto levou-me a observar que, entre a data deste casamento e a do meu nascimento, havia uma evidente discordância, pois tinham decorrido apenas cinco meses. Como nunca ouvira qualquer referência a que tivesse sido prematuro, isto tinha de ser analisado.

Logo, eu teria sido concebido em condições excepcionais. Nessa época o namoro teria de ser feito à porta de casa. A casa dos meus avós maternos era no rés-do-chão de uma rua de pouca passagem e não tinha janela. Os namorados estavam separados pelas “meias-portas”, com a mãe dormitando junto à braseira e o pai já deitado, por uma questão de respeito.

Deduzo que deverá ter havido uma intenção deliberada de tornar inadiável o casamento, única maneira de resolver, entre gente honrada, uma gravidez ocorrida nas condições em que eu terei sido concebido, provavelmente numa noite fria de Novembro. Vindo a nascer, em pleno Verão, nove meses depois, no primeiro dia de Agosto.

Depois reparei que os nomes das duas gerações nele envolvidas, foram elaborados de maneiras diferentes:

- O nome do meu avô paterno era composto pelo seu nome de baptismo que eu herdei, como primeiro neto, e os patrónimos Martins e Galego. Seu pai seria apenas Martins mas, tendo vindo de Cernache de Bonjardim passara a ser conhecido em Campo Maior como o Galego e resolvera oficializar esse novo patrónimo nos filhos.

- O nome do meu avô materno era mais simples, pois nem patrónimo tinha. Apenas Jacinto de Jesus, por ter nascido no dia da procissão do Senhor Jesus da Piedade, principal cerimónia de culto da cidade de Elvas de onde era natural.

- A minha avó paterna, fora, como sua avó, baptizada como Ana do Carmo Serra. Esta minha trisavó, sua mãe, fora a primeira mulher de Campo Maior que se divorciara legalmente do seu primeiro marido, invocando irresponsabilidade e incumprimento dos seus deveres, como marido e como pai. Encontrei esta informação num jornal que se publicava em Elvas nos anos 70 do século XIX. O seu advogado fora João Dubraz, muito conhecido nessa época, como escritor e jornalista.

- A minha avó materna tinha nome mais elaborado. Ela considerava-se Ana Catarina Durão Cainço e assim consta na certidão de nascimento. Durão por parte da mãe e Cainço por parte do Pai. Como era natural de Degolados que pertencia ao concelho de Arronches quando ela nasceu, ao transferirem os dados em 1926, quando a freguesia de Degolados foi anexada ao concelho de Campo Maior, por erro de transcrição, registaram-na como Ana da Conceição Durão Cainço, nome com que aparece em alguns documentos.

Meus pais foram registados com os nomes de José Pereira Toureiro Galego e de Palmira Rosa da Conceição de Jesus, integrando no seu nome, os nomes dos pais e das mães. Repare-se que, nesta época e neste nível social, as mulheres não adoptavam os nomes dos maridos.

Estes dados são concordantes com a evolução dos registos de nascimento. Originariamente e desde a Idade Média, eram os párocos que registavam as crianças baptizadas, nos acentos paroquiais. Com o liberalismo - Decreto de 16 de Maio de 1832 - tornou-se obrigatório o registo de todas as crianças nascidas. Com o Decreto de 28 de Novembro de 1878, passou a caber aos admininistradores dos concelhos o dever de registar as crianças mesmo as que não se baptizassem. Só no século XX foram estabelecidas as normas para se proceder ao registo das crianças que devia ser feito pelos conservadores do registo civil, em cada concelho.

Como fica demonstrado, mesmo partindo de documentos muito simples, podemos elaborar um conhecimento interessante sobre a nossa própria “História de Vida”.

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publicado às 09:58


O “CREDO” DO MEU AGNOSTICISMO

por Francisco Galego, em 22.06.15

Os meus olhos buscavam-no por toda a parte e o mundo não mo devolvia. Cheguei a odiar todas as coisas, porque nada o continha.

(João Tordo, in O Luto de Elias Gro, parafraseando Santo Agostinho).

 

Os meus olhos buscavam por toda a parte o amigo que a morte me levara, e o mundo não mo devolvia. Cheguei a odiar todas as coisas, porque nada o continha, e ninguém mais me podia dizer como antes, ao chegar depois de uma ausência: «Aí vem ele!»

(Santo Agostinho, in Confissões)

 

Em certa fase da minha vida, no final da adoslescência, cheguei a pensar que tinha encontrado a minha fé. Ia regularmente, nas horas adequadas, aos sítios onde se realizavam as assembleias dos crentes na esperança de comungar com eles da proximidade de Deus. Mas, ao contrário de Santo Agostinho, que sentiu que o tinha encontrado quando entendeu que o tinha compreendido, em mim, o que se definiu foi a convicção de que, não estava ao alcance da minha razão humana entender a Unicidade e a Infinitude de um ser Supremo. Não tendo sido iluminado pela evidente revelação que os crentes designam como a Graça Divina, optei por orientar o meu projecto de vida partindo da aceitação das limitações da racionalidade, própria da minha condição humana.

Um curso de  Filosofia, mal escolhido e mal servido por professores que me pareceram, não muito dedicados, nem bastante esclarecidos, levou-me a entender que nunca poderia ser um verdadeiro crente. Para mim ficava apenas a aceitação critica de uma atitude de não-crença. O que incluia a exclusão, tanto da afirmação da existência de uma transcendênia divina, como a da afirmação da sua  não existência.

Aceitando a preponderância da minha tendência para a racionalização, teria de partir sempre da consciência das limitações da minha razão. Esta seria a base fundamental que tinha para construir um projecto pessoal que me fosse aproximando progressivamente daquilo que eu considerasse ser mais concordante com o modelo do que gostaria de me iria tornando.

Qual o lugar de Deus nesta escolha?

Não sei, pois que, desde há muito, desisti de tentar saber, por ter percebido que não tenho capacidade para claramente o poder entender.

Tive foi a preocupação de ir traçando um caminho orientado para aquilo que, em meu entender, pudesse ter a aprovação de um "juizo final" se, no fim de tudo, descobrisse tal exitência.

E no caso de não existir? Tudo estaria bem porque teria valido a pena ter feitor aquilo que, desde há muito, considero ser o princípio estruturante das minhas acções e decisões: “O QUE DEVE SER FEITO, DEVE SER BEM FEITO.”

Este era o caminho certo e o modo mais adequado de o percorrer. E seria a forma mais segura de atingir a aprovação de um Deus que, tanto quanto eu, na minha limitação, o consigo imaginar, seria um Juiz Supremo que condenaria o crente hipócrita, mas que concederia a salvação ao não-crente de comportamento correcto e que vivera de forma justa para consigo e para com os seus semelhantes.

Assim, o meu agnostícismo, resulta mais da dúvida por incapacidade de entender, do que da convicta negação da inexistêcia da transcendência divina.

 

NOTA: Agnóstico vem do grego: agnose, ou seja, não-conhecimento ... o agnosticismo é a convicção de que a razão humana é incapaz de prover fundamentos racionais suficientes para justificar tanto a crença de que Deus existe, como  a crença de que Deus não existe. (Wikipédia).

O agnóstico define-se como não podendo ter uma atitude de crença da existência de Deus, tanto  face à fé dos que se definem como teístas, como à convicção dos que se difinem como ateus, negando a sua existência.

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publicado às 15:15


DAS MINHAS RAÍZES

por Francisco Galego, em 17.06.15

Algumas das minhas mais enraizadas convicções e comportamentos advêm das condições em que nasci e do ambiente em que me criei. A partir da base inicial que me foi concedida, foi-se gerando o individuo em que me fui tornando.

Poderia apenas dizer que era um ambiente de gente que, na sua maioria, vivia com escassos recursos e com algumas dificuldades. Mas, tive o grande benefício de que, entre a minha gente, havia das pessoas mais dotadas de capacidade para cuidar e da mais disponível generosidade para proteger e acarinhar que encontrei ao longo da minha vida. Na verdade, sendo gente muito pobre quanto às condições, era gente muito rica quantos aos afectos e à atenção que costumavam dispensar aos outros, sobretudo aos que mais necessitavam que eram as crianças e os mais velhos.

Tanto na casa dos meus avós maternos como na dos avós paternos, pude ainda usufruir do carinho de duas das minhas bisavós que muito me acarinharam e apaparicaram. Aliás, eu fui muito apaparicado, pois que, até quase ao fim da infância, disfrutei do facto de, no ramo materno da minha família, ser bisneto, neto e sobrinho único de dois avôs, uma bisavó e três tias. Sendo também filho único, vivia rodeado de cuidados que ninguém me negava e que ninguém me vinha disputar.

Desta circunstância resultava haver muita gente a quem podia recorrer. Naturalmente, colaboraram na minha criação, na minha educação e na minha formação. Penso que a isso devo a solidez da base sobre a qual se foi desenvolvendo a minha personalidade e comportamento.

Era uma “grande família”, onde perdominavam as mulheres, aquela que cuidou da minha infância. Mas os três homens – pai e dois avós – cada um do seu jeito, também foram muito importantes.

A maioria daquela gente nunca tinha frequentado uma escola. Mas, tinham podido contar com o sólido de apoio de um tipo de família que era uma verdadeira “escola de vida”.

Porém, as condições mudaram tão rapidamente que nem houve tempo para que se pudessem dar as necessárias adaptações.

Infelizmente, muitos não entenderam que assim era e pensaram que a escola bastaria para compensar essas mudanças. Mas, não cuidaram de mudar também a própria escola, para a adaptar à sua nova função. O mais grave é que, até hoje, ainda não conseguiram chegar a acordo sobre que mudanças efectuar. Daí a trágica situação em que, em muitos casos, se encontra aquilo a continuamos a chamar a educação quando o que se faz em muitas escolas nem mesmo já se pode considerar como uma razoável instrução.

Talvez tenha sido a consciência de tudo isto que esteve na origem da minha decisão de me ter tornado um professor que teve a pretensão de se ter assumido como um educador. De qualquer modo, por aí andarão alguns dos que melhor me poderão julgar.

 

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publicado às 09:17


CARTA ABERTA

por Francisco Galego, em 13.06.15

Estive fora alguns dias. Soube, por conversa com um conhecido comum, que estás, de novo, doente e hospitalizado. Perguntou-me se já te tinha visitado. Evitei responder por ter a certeza de que não ia ser entendido.

Penaliza-me constatar que a velhice não está a ser muito amável contigo. Primeiro, tu próprio consideraste que estavas a perder algumas capacidades. E, agora, são estes sofrimentos que começaram a atormentar-te com alguma insistência.

Penso que calculas que não te irei visitar. Não censuro os que o fazem porque entendo que isso faz parte de hábitos culturais antigos e, por isso, muitos se sentem obrigados a cumprirem essa obrigação. Mas, eu escolhi seguir, não as obrigações da tradição, mas aquilo que me parece mais de acordo com os juizos da minha razão.

Desde há muito tenho a convicção de que os hospitais são lugares onde deveriam existir as melhores condições para a cura, com tranquilidade por estarmos afastados dos problemas do dia-a-dia e total repouso para melhor se fazer a recuperação do equlibrio da nosssa saúde. Por isso, penso que as visitas deviam ser curtas e reservadas apenas aos mais próximos, preservando a intimidade dos doentes numa situação em que se encontram debilitados, enfraquecidos e, naturalmente, sem muita compostura.

Do mesmo modo penso que os funerais deviam ser reservados aos familiares e amigos mais íntimos para que pudessem, de forma reservada, iniciar o seu luto. Mas, enfim ... Hábitos são hábitos e, pelo menos, os funerais já não incomodam a figura central que é o morto.

Conheces-me bem para te poder falar abertamente, pois estás habituado à minhas “caturrices”. Mas, estou cada vez mais voltado para encarar as coisas da maneira que entendo que elas devem ser encaradas.

Dito isto – nem seria preciso dizê-lo –, sabes quanto desejo a tua mais rápida e total recuperação. Para além da amizade, há o apreço e a consideração mútua que mantivemos ao longo das nossas vidas.

Um abraço e o sincero desejo de rápidas melhoras.

 

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publicado às 15:09


SUBLINHO E SUBSCREVO

por Francisco Galego, em 07.06.15

Este é um texto de um cronista que, geralmente, não está em concordãncia com as minhas convicções e opções. Mas, desta vez, a concordância de opiniões é total. Por isso, tiro-lhe o meu chapéu e convido à sua leitura.

 

"Há o presidente de um grande clube de Lisboa e de Portugal; há um investidor angolano, investigado por negócios poucos claros e há, eventualmente, um ditador da Guiné Equatorial; por último há milhões de euros que, de repente, aparecem num clube com dificuldades. Ao que parece, o Sporting Clube de Portugal foi tomado por uma estratégia populista e traiçoeira — despede quem lhe deu um título e bate um salário ultramilionário para o treinador do maior rival. Pode haver quem ache genial e que isto é o fim do ‘clube dos tios’, mas eu que levo décadas (cerca de cinco) de sócio fico envergonhado. Como eu, muitos outros adeptos também estão."

(...)

Para continuar a ler   crónica , de Henrique Monteiro, "OS TIOS, O SOBRINHO E O SPORTING" ver última página do Expresso de 6/6/2015

Já agora accrescento uma carta por mim entregue:

 

Campo Maior 4 de Junho de 2015

 

Ex.mos Senhores elementos eleitos da Direcção do Núcleo Sportinguista de Campo Maior :

 

                Venho pedir-lhes que, a partir da recepção desta minha mensagem, me considerem a mim, Francisco Jesus Pereira Galego, bem como minha esposa, Júlia Pereira Galego, desligados de sócios da vossa associação.

                A nossa renúncia tem a ver com as opções, comportamentos e decisões que o Sporting Clube de Portugal tem vindo a tomar desde há algum tempo e que se agravaram de forma para nós insuportável com as que foram agora anunciadas.

                Para nós, o desporto e os afectos clubistas, não podem contratizer aquilo que consideramos serem os príncipios fundamentais, pelos quais procuramos orientar o nosso comportamento. Assim, não podemos agora considerar normais decisões e atitudes que antes tanto censurámos quando tomadas por outros clubes. Se consentirmos àqueles que estimamos, o que censurávamos aos outros, então deixamos de ser simpatizantes para nos tornarmos cúmplices das suas acções e escolhas.

                                               Sem mais, com os nossos cumprimentos,

 

 

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publicado às 09:41


EGOlogia

por Francisco Galego, em 01.06.15

De tudo o que sou

Só sei o que vou sendo

 

 

No presente

Sou quem agora sou

 

No passado

Fui aquilo em que me tornara

 

O futuro

Determinará aquilo em que me tornarei

 

Depois

Quando já não houver

Nem presente, nem futuro

Serei uma memória que se irá desvanecendo

 

Até deixar de ser

Quando já nem houver 

A memória de quem fui

 

                                                     

 

                                              Maio de 2015

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publicado às 08:55


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