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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
A fama é ser conhecido. É, geralmente, efémera. Garante notoriedade no presente. Mas não se projecta como memória no futuro.
O prestígio é um modo persistente e progressivo de se ser considerado e tende a persistir como memória para além do presente.
A fama resulta muitas vezes de se ser muito falado ou muito mostrado. Umas vezes por boas e, muitas outras, por não muito boas razões.
O prestígio ganha-se pelo empenho, pela competência e pela eficácia demonstrada, nas atitudes e no modo como se desempenharam determinadas missões.
A fama pode resultar da riqueza que se tem, independentemente da maneira como foi adquirida.
O prestígio só se adquire pelo cuidado que se tem em não ostentar essa riqueza e nele pesa o modo como essa riqueza foi adquirida.
A fama tanto pode resultar do Bem como do Mal que se fez.
Mas só das acções virtuosas pode resultar o prestígio de quem as praticou.
É importante saber distinguir estes dois conceitos quando se trata de avaliar as pessoas.
Para nós, portugueses, no momento que vivemos, é mesmo importantíssimo saber distinguir entre fama e prestígio, agora que estamos à beira de escolher os que vão ter a responsabilidade de gerirem o nosso país, ao mais alto nível: No Governo, na Assembleia da República e na Presidência da República.
Todos se vão apresentar munidos de elaborados discursos. Mas, todos eles deverão ser avaliados mais pelo prestígio e menos pela fama de que disfrutam.
Porque neles, o que mais nos deve importar, tem a ver com a sua seriedade, a sua capacidade, o seu empenho, a sua disponibilidade e a sua competência. E não por serem mais ou menos conhecidos, por mais falados ou mais mostrados que tenham sido.
- "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça Desta vaidade, a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas!
Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto IV, 95
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