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PERGUNTAR OFENDE?

por Francisco Galego, em 29.10.14

Quantas das personalidades que diariamente nos aparecem nos ecrãs das televisões não beneficiam deste imenso bolo de corrupção?

Quantos podem dizer que nunca receberam nada a título de favor da imensidão de empresas que se alimentam das facilidades dadas pelo Estado?

Quantos podem dizer que nunca foram comprados?

  

Quanto do luxo dos nosso políticos, quantas das viagens de férias ao Brasil, quanto dos carros de alta cilindrada que vemos em Lisboa, quantas das vivendas e apartamentos de férias, quanta da boa vida não é paga o facilitada por esta imensa pirâmide de corrupção que envolve uma boa parte da elite do país que ao longo de décadas foi instalando um imenso esquema de corrupção, de compadrios e cumplicidades e de favores?

   

Ai se o Ricardo Salgado falasse! Enfim, o Ricardo Salgado, o Jardim Gonçalves, o Oliveira e Costa e muitos outros. Talvez os portugueses percebessem o que impede o país de se desenvolver e ficariam a saber o grande logro que tem sido uma austeridade que apenas visa criar um balão de oxigénio para que este esquema sobreviva durante mais alguns anos.

(In, Blog “O Jumento”, 24 de outubro de 2014)

 

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publicado às 08:22


ASSASSÍNIO HORROROSO

por Francisco Galego, em 25.10.14

 

Do nosso correspondente de Campo Maior

 

“O reverendo padre José António Saquette não faltava um só dia a ir cumprir os actos religiosos, na colegiada em que serviu por mais de cinquenta anos; faltando pois a comparecer na igreja nos dias 11 e 12 dos mês corrente, os sacerdotes seus colegas, se admiraram e, por isso, foram á porta dele que acharam fechada e, em seguida, recorreram á autoridade competente para judicialmente se lhe abrisse a porta. Encontraram! … Oh! Que horror! … Um cadáver assentado numa cadeira, junto a uma mesa, na acção de estar ceando. Estava o padre Saquette barbaramente assassinado com dezassete feridas feitas com vários instrumentos e uma, que tinha na testa, demonstrava ter sido feita com um machado. O padre não tinha criado, nem criada. Vivia só. Tinha fama ASSASSÍNIO HORROROSO

de ter dinheiro e, além do seu, era depositário de algum das diversas confrarias a que pertencia e também de adornos de imagens, todos de prata e de valor. As autoridades têm feito as pesquisas possíveis para serem descobertos os assassinos. Campo Maior está aterrado, pois os roubos têm sido frequentes, sendo preciso estabelecer-se uma ronda nocturna, a quem alguns proprietários pagam, a qual alguma coisa tem evitado, mas não tudo, como se está vendo.”

                                               Manuel da Gama Lobo         

(No mesmo Noticiário, um pouco mais adiante)

Homicidas

            “Há dias entraram nas cadeias desta cidade (Elvas) três indivíduos de Campo maior, por serem acusados de terem assassinado o padre Saquette daquela vila. Um deles era regedor de uma das freguesias de Campo Maior!

            Quiséramos que o processo decorresse com brevidade, como quiséramos ver punidos com o rigor das leis os perpetradores de tão atroz delito. Os castigos produzem tanto maior efeito quanto mais recente está o crime que os justifica.”

(A VOZ DO ALEMTEJO, Nº 95 – FEIRA , 15/2/1860)      

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publicado às 09:00

O TRANSTAGANO, Nº 18 – Elvas, Dom. 1/7/860

 

            A classe artística de Campo Maior ao Ilustríssimo deputado por Proença-a-Nova Sr. João Carlos Gambôa Mello e Minas:

            Merecestes Sr. deputado a gratidão de uma povoação inteira. Dignai-vos acolher benevolentemente a expressão dos sentimentos que animam todos os campomaiorenses.

Campo Maior, 28 de Junho de 1860

 

Joaquim Caetano Sereja – ferrador

José Pedro de Matos – idem

 

João António da Silva – latoeiro

 

Manuel António Ruivo – barbeiro

 

João da Matta Patrão – algibebe

 

Luís Maria Cordeiro – serralheiro

José António Cordeiro – idem

 

António dos Santos Brito – peleiro

José António de Bastos – idem

 

 

Francisco Jorge Motta – forneiro

José Rodrigues Pirão – sangrador

 

José Afonso Antunes – alfaiate

José Joaquim Gregório – idem

Francisco Camilo – idem

Francisco Mexia - idem

Francisco Marques Terrinca – idem

António Luís Ramos – idem

João Francisco de Mattos Maudinheiro – idem

Manuel Máximo Ramos Maudinheiro - idem

 

João Filipe – carpinteiro

Estêvão José Queiroz – idem

Manuel Gomes Lata – idem

João Francisco Rosado – idem

João José da Cunha Leitão – idem

Bernardo António Lata – idem

 

 

Elias Francisco – sapateiro

Manuel dos Reis Coelho – idem

José Martins Batuca – idem

João António Passão – idem

Manuel Lopes Soveral – idem

Francisco Lopes Soveral - idem

João António de Bastos – idem

João Lopes Themudo – idem

Januário António Cordeiro – idem

Luís José Maria – idem

Guilherme Caprino – idem

João Baptista da Gama – idem

Manuel Martins – idem

Pedro de Sousa – idem

João da Gama – idem

José António de Sousa Mourato – idem

Manuel Rodrigues p. Bessa – idem

Francisco Nunes da Fonseca – idem

José de Assumpção Aldeia – idem

Maurício José da Silva – idem

Joaquim do Carmo – idem

José Lino de Paiva – idem

 

João António de Sousa – ferreiro

João Severino Pilar – idem

Francisco António Bastos – idem

Joaquim António Bastos – idem

João José de Mattos- idem

João Francisco Pilar – idem

António Joaquim da Motta – idem

 

Foram estes "Artistas" que deram o primeiro nome - "Festas dos Artistas" às actuais "Festas do Povo"

Vejam só quantos homens dos ofícios, trabalhando em "lojas" abertas ao público, trabalhavam nas ruas de Campo Maior. Havia mesmo ruas que eram totalmente ocupadas pelas suas oficinas.

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publicado às 20:49


HÁ 150 ANOS

por Francisco Galego, em 17.10.14

 

No tempo em que os cidadãos escreviam aos ministros.

 

Carta ao senhor ministro das obras públicas

 

            (…) Da urbanidade de V. Ex.ª tenho eu gratas recordações; da solicitude de V. Ex.ª pelas coisas públicas, todos os portugueses podem dar testemunho.

Entre Elvas e Campo Maior Há anos se constrói uma estrada ordinária, cuja conveniência é incontestavelmente reconhecida.

O segundo lanço dessa estrada, desde o Caia ao alto das Espadas, foi construído por arrematação e abandonado pelo empreiteiro antes da sua conclusão. Já corre para dois anos que tal facto teve lugar e parece que as questões emergentes desse acontecimento, previsto por todos, não têm sido resolvidas até ao presente.

Eu não sei, Sr. Ministro, se há motivos ponderosos que justifiquem a demora que tem havido em resolver este negócio. Mas sei que o lanço em questão não está viável e que a estrada em questão diminui de superfície todos os dias, pelo completo abandono que existe e que importantes obras de arte ameaçam próxima ruína, que os precipícios, barrancos e rupturas, feitos pelas águas e pelo atrito dos carros, põem em perigo a vida dos transeuntes. Que quanto mais se demorar uma resolução qualquer, maior dispêndio resultará à fazenda pública. Finamente que, se chegar o Inverno sem que a dita estrada tenha sido consertada, ou antes renovada, a comunicação de Campo Maior com a via-férrea da fronteira e com muitas povoações importantes, ficará interrompida com graves prejuízos locais.

 

(João Dubraz)

Campo Maior, 8 de Julho de 1864

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publicado às 15:31


AS FESTAS DO POVO DE CAMPO MAIOR – II

por Francisco Galego, em 14.10.14

A sua evolução

 

            Em Campo Maior costuma dizer-se que as festas se fazem quando o povo quer. Mais adequado seria dizer-se que as festas se fazem quando existem condições para que elas se possam fazer. Por isso, tendo sido concebidas para serem anuais elas têm sofrido muitas interrupções ditadas pelas circunstâncias que determinaram a vida da sua população.

            As Festas do Povo de Campo Maior adquiriram desde cedo uma certa pujança a nível regional. Esse facto deve-se à grandiosidade de uma festa que consistia em ornamentar as ruas de toda uma povoação ou, pelo menos da maior parte das suas ruas, usando formas elaboradas de decoração e de iluminação, recorrendo a vegetação natural e a um material de grande efeito decorativo, o papel, utilizado para fazer balões, franjas, lenços, cadeados e bandeirolas e, mais tarde, flores. Por isso, estas festas, porque exigiam um considerável esforço e investimento à população local, só se podiam fazer quando a população dispunha de condições económicas favoráveis.          

            Desde o recomeço em 1893, decorridos que são mais de 100 anos, as festas realizaram-se 36 vezes. Nos primeiros cinquenta anos, mantiveram-se com uma expressão muito localizada, tendo ressonância apenas nas localidades que lhe ficavam vizinhas.

            Depois da Segunda Grande Guerra, mais concretamente, nos anos cinquenta, as Festas do Povo de Campo Maior conheceram um extraordinário desenvolvimento. Rapidamente ganharam fama a nível nacional, com crescente projecção para lá da fronteira, aproveitando a tendência para a globalização propiciada pela emigração e pela extensão e aperfeiçoamento dos transportes e das comunicações. As Festas do Povo de Campo Maior foram-se tornando um fenómeno de cultura popular, lugar de grande romaria, apesar de não estarem ligadas a qualquer fenómeno de culto ou de peregrinação.

 No ano de 2011, verificou a sua última realização que foi a 36ª realização destas Festas. A vila de Campo Maior, nesse final de Agosto, decidiu de novo transfigurar-se como se renascesse num turbilhão de formas e de cores. Da noite para o dia, tudo se transfigurou. Os tectos de cordões de flores protegeram as ruas do esbraseamento do Sol. Cada rua procurou encontrar uma maneira de se cobrir de ornamentos. Por todos os recantos apareceu a magia das flores e das ramagens. Rosas, cravos, tulipas e uma miríade de outras flores, feitas com tal perfeição que chegam a confundir-nos mais parecendo flores naturais e não flores de papel. Perante tamanha beleza, tornar-se-á inevitável o espanto causado por uma obra colectivamente realizada. Seremos levados a pensar como terá sido possível gerar este sortilégio, trazido através do tempo por sucessivas gerações de campomaiorenses. Até quando poderá subsistir tanta magia se vivemos tempos de tão escassos valores e de tão rasteiro pragmatismo?

Provavelmente as Festas do Povo de Campo Maior terão o destino de todos os milagres: existirão até que existam em Campo Maior, mulheres e homens capazes de acreditar que estes milagres podem acontecer. Como todos os fenómenos sociais, as Festas de Campo Maior, para garantirem a sua sobrevivência, vão de ter de evoluir adaptando-se às novas condições da sociedade campomaiorense.

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publicado às 09:30


AS FESTAS DO POVO DE CAMPO MAIOR – I

por Francisco Galego, em 11.10.14

REMOTAS ORIGENS

 

Trata-se de uma festa popular que inicialmente tinha um carácter estritamente local e que remonta ao século XVIII.

Foi evoluindo desde uma fase, em que era penas uma celebração religiosa para comemorar um pretenso milagre e daí foi evoluindo para uma festa pagã, até se tornar numa evento de dimensão que vai para além dos limites da povoação onde nasceu e para além das fronteiras de Portugal. Originalmente eram designadas como Festas em Honra de São João Baptista.

Esta festa que se tem realizado nos finais de Agosto, princípio de Setembro – não todos ao anos, nem com periodicidade regular – consiste em ornamentar as ruas da povoação como elementos que começaram pelo uso de elementos naturais - folhagens e flores – mas que a partir de inícios do século XX, começou a usar ornamentos em papel, como predomínio das flores. Essa acentuação nas decorações florais acentuou-se de tal modo que hoje o evento é designado muitas vezes como a Festa das Flores.

As festas começaram por se realizar num fim-de-semana, sendo mais tarde alargada a sua duração para uma semana.

As ruas de Campo Maior são completamente cobertas de ornamentações feitas de papel que reproduzem uma grande variedade de flores naturais. O recurso ao papel talvez tenha sido a solução própria dum clima de verões muito quentes e muito secos duma região muito no interior de Portugal. De qualquer modo tornou-se notável que as ruas, de uma povoação de razoável dimensão, se torne por vezes num fantástico jardim em que as flores são o elemento dominante.

 

           

Não é fácil demarcar com rigor a data de começo das Festas do Povo de Campo Maior. As fontes mais antigas apontam para uma origem ligada ao culto de São João Baptista, o santo patrono que figurava no seu antigo brasão. Todos aos anos no dia 28 de Outubro, realizava-se uma missa solene seguida de uma procissão em honra de São João Baptista, na qual participavam solenemente as autoridades municipais que assumiam a organização e despesas de uma festa popular com iluminação nocturna das ruas, havendo bailaricos e descantes populares. Estranha data para tal celebração pois esse dia era consagrado a um outro santo: era o dia de S. Simão.

Mas, em Campo Maior, esta data celebrava o fim do Sítio de 1712, em que a vila estivera na eminência de se render por falta de condições para continuar a resistir ao terrível poder de fogo dos invasores. A maneira como, as tropas espanholas sitiantes, tinham inesperadamente retirado quando a vila já estava praticamente vencida, foi considerada um milagre atribuído à divina intervenção, por interferência de São João Baptista, Patrono e Protector de Campo Maior. Daí que o dia ficasse assinalado como feriado municipal e se decidisse que, nesse dia, se fizessem festejos em honra do Santo Precursor de Jesus Cristo.

Esta tradição foi mantida, mas com interrupções mais ou menos longas em períodos de grandes crises como:

- A Guerra Peninsular, no início do século XIX;

- A Revolução Liberalista de 1820 e as guerras civis que se sucederam até meados

 desse século.

Quase no final do século XIX, com a pacificação da sociedade portuguesa, a tradição foi retomada. Mas, devido à instabilidade meteorológica do mês de Outubro, as Festas foram recuadas para o mês de Setembro.

            Em 1893, um grupo de jovens ligados às actividades de comércio e aos ofícios artesanais de loja aberta, resolveu reatar a tradição de fazer as Festas em Honra de São João Baptistaque tinham deixado de se fazer desde meados do século XIX. Estes jovens eram chamados de “artistas” por terem uma “arte” ou ofício, não ligado aos trabalhos agrícolas, actividade dominante da maioria da população. Daí que essas festas começaram a ser chamadas de Festas dos Artistas. Só mais tarde, na segunda década do século XX, a designação oficial de Festas em Honra de São João Baptista, foi mudada pela de Festas do Povo, significando que passara a ser toda a população que se envolvia na sua realização.

Desde que a tradição foi reatada em 1893, os jovens que promoveram as Festas, traçaram-lhe os projectos que se iriam manter durante quase todo o século XX: A ornamentação das ruas e a sua iluminação nocturna, um programa festivo do qual se destacavam as festas de igreja com missa solene e procissão, as alvoradas, os concertos pelas banda local ou pelas bandas convidadas de terras vizinhas, as touradas à vara larga, os bailes, os descantes populares e o fogo-de-artifício.

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publicado às 09:27


SARAMAGO.Reflexiones

por Francisco Galego, em 05.10.14

De amigos espanhóis recebi, ontem, 2 de Outubro, uma mensagem com o título que dei a este texto.

Dele retirei algumas das frases que transcrevo em castelhano, para maior autenticidade e razão daquilo que, a mim próprio, me fez reflectir.

Por um lado, pensei no desaforo de muitos que se permitem fazer afirmações de que, Saramago, ao optar por viver a fase final da sua vida em Espanha, tendo deixado a sua terra, tinha demonstrado pouco apego à sua pátria. Talvez esquecendo das desconsiderações que por aqui lhe tinham feito e que, apesar de tudo, ele quisera vir ser sepultado na terra da sua gente: Portugal.

Por outro, fez-me constatar na razão porque escolhera viver em Espanha: É que, tanto enquanto viveu, como depois da sua morte, ele foi e continua a ser sempre mais acarinhado e apreciado em Espanha do que em Portugal. Esta mensagem é uma prova, humilde, mas muito significativa desta minha convicção.

 

 

- La derrota tiene algo positivo, nunca es definitiva.

En cambio la victoria tiene algo negativo, jamás es definitiva.

 

- Las tres enfermedades del hombre actual son la incomunicación, la revolución tecnológica y su vida centrada en su triunfo personal.

 

"Hoy la escuela no puede educar porque no tiene medios y para instruirlos le cuesta

muchíssimo.

Pero instrucción es trasmisión de conocimientos y educar es inculcar valores, por lo que ninguno puede suplir lo que compete a otro.

Yo fui educado por una familia de analfabetos, que me inculcaron valores, sin muchas palabras, pero los aprendí".

 

- Es hora de aullar, porque si nos dejamos llevar por los poderes que nos gobiernan, y no

hacemos nada por contrarrestarlos, se puede decir que nos merecemos lo que tenemos.

 

 

 

 

 

 

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publicado às 09:05


HÁ COISAS QUE NÃO MUDAM?

por Francisco Galego, em 01.10.14

 

Democracia pacífica, Nº 20, Elvas, 2ª, 18/2/1867

 

Editorial (João Dubraz)

 

Elvas, 17 de Fevereiro

 

(…) “Economias! Reformas! O deficit a crescer perigosamente e as reformas a abrirem um largo abismo no fosso da perdição.

 

(…) Onde está  o programa dos vossos festins reformadores, onde estão essas largas economias com que devíeis melhorar o estado precário da fazenda pública, onde está a felicidade do povo, ao qual vos apresentastes quais outros Messias?

 

            Falemos sério. A existência do partido fusionista, ou reformador ou das economias ou como lhe queira chamar, é um cartel de desafio arremessado aos brios do país.

 

            Respeitadores severos dos poderes constitucionais, não podemos ver a sangue frio, como a ambição e o vício de governar, podem comprometer o manto em que se envolvem e o trono, atrás do qual se escondem.”

 

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publicado às 11:02


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