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CANTIGAS A CAMPO MAIOR ( XI )

por Francisco Galego, em 31.05.13

AS FESTAS DO POVO


Em Campo Maior, começou-se pelo costume de cada um enfeitar a parte da rua fronteira à sua casa e de decorar e expor as partes da habitação viradas ao exterior, apresentando-as assim à vista de quem se passeava pelas ruas nos dias de festa.

Esta atitude que no começo era de iniciativa particular, foi dando origem a uma colaboração cada vez mais intensificada entre aos vizinhos de cada rua, até que os projectos pessoais deram origem ao projecto comunitário.


Por entre flores à janela,

Espreita uma camponesa;

E o forasteiro se espanta,

Ao olhar tanta beleza.

 

Aqui a Campo Maior,

E às suas Festas do Povo;

Vem gente do estrangeiro,

Vem gente do mundo todo.

 

Dizia a minha avozinha,

Com uma grande comoção,

Não deixem morrer as festas,

Mantenham a tradição.

 

Às vezes penso comigo,

E digo de mim p’ra mim,

Mas que força tem o povo,

P’ra fazer festas assim.


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publicado às 12:18


CANTIGAS A CAMPO MAIOR ( X )

por Francisco Galego, em 24.05.13

 As Festas em honra de São  Baptista, tornaram-se Festas dos Artistas

 

Em Campo Maior, começou-se pelo costume de cada um enfeitar a parte da rua fronteira à sua casa e de decorar e expor as partes da habitação viradas ao exterior, apresentando-as assim à vista de quem se passeava pelas ruas nos dias de festa.

Esta atitude que no começo era de iniciativa particular, foi dando origem a uma colaboração cada vez mais intensificada entre aos vizinhos de cada rua, até que os projectos pessoais deram origem ao projecto comunitário.

 

Campo Maior tua fama,

Vai para lá das fronteiras;

Tens as festas dos artistas,

E tens boas cantadeiras.

 

Festas de Campo Maior,

Feitas com muito carinho;

Todos dão o seu melhor,

Desde a criança ao velhinho.

 

Minha vila alentejana,

Minha terra camponesa;

Tuas festas têm fama,

De tanto gosto e beleza.

                                                       

Cheguem a Campo Maior,

Ao romper da madrugada;

Venha ver as lindas flores,

Destas mãos abençoadas.

 

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publicado às 12:15


CANTAR AS FESTAS DO POVO ( IX )

por Francisco Galego, em 17.05.13

As Festas em honra de São  Baptista, tornaram-se Festas dos Artistas


Em Campo Maior costuma dizer-se que as festas se fazem quando o povo quer. Mais adequado seria dizer-se que as festas se faziam quando existiam condições para que o povo as pudesse fazer.

Muitos julgam que as festas tiveram sempre este modelo de ornamentação de ruas que agora as caracteriza. Nada mais longe da realidade. As festas começaram de forma muito modesta. No início não se distinguiam das festas que se realizavam em muitas outras localidades. Havia o hábito no Alentejo de decorar e refrescar o ambiente nos dias de festa decorando os espaços públicos com ramos, sobretudo os espaços onde decorriam as actividades festivas. Daí a designação de “enramação” para o acto de decorar as ruas e largos, recorrendo a ramos de murta, de buxo e de rosmaninho e, devido à falta de sistemas eficazes ou inexistentes de iluminação pública, as populações utilizavam os seus próprios recursos e criatividade para vencer as trevas da noite em dias de festa, com pequenas lamparinas de azeite ou anteparos de papel para proteger as velas do vento. Daí foi nascendo o hábito de enfeitar as ruas.


Primavera é em Abril

Se das estações me lembro,

Mas vem a Campo Maior

Ver Primavera em Setembro.

 

Festas de Campo Maior

Como elas não há igual,

São as festas mais bonitas

Que já vi em Portugal.

 

Campo Maior, terra amada,

De beleza sem igual;

As festas da minha terra

São jardim de Portugal.

 

 

Campo Maior, terra bela,

Terra de trabalhadores;

De dia vão trabalhar,

À noite fazem flores.         


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publicado às 12:09

A manhã de hoje foi ocupada com a cerimónia de inauguração da rotunda da Fonte Nova e com o descerrar das placas toponímicas de duas ruas adjacentes à chamada “Piscina Coberta”. A uma das ruas foi posto o nome do João Gama Guerra, antigo presidente da Câmara e à outra, o meu próprio nome pois que se passará a chamar Rua Francisco Galego. Por baixo do nome puseram “escritor e historiador”. Desde logo referi que achava mais adequado que tivessem posto “professor e historiador” por ser mais concordante com aquilo que de facto pretendi ser.

Primeiro foi lido um texto com os aspectos mais significativos do meu curriculum académico, profissional e como escritor e historiador. Depois falou o presidente da Câmara que destacou o apoio que tenho dado à vida cultural da vila desde que regressei, há cerca de oito anos, referindo o proveito que, no seu entender, retirava das conversas que íamos tendo nos frequentes diálogos com que íamos preenchendo o nosso relacionamento.

Quando chegou a minha vez de falar resolvi recordar, ali em público, um episódio da minha vida de professor que vou aqui precisar e que consistiu no seguinte:

Um outro professor com o qual sempre tive um relacionamento muito pouco empático, perguntava-me porque é que eu me esforçava tanto no trabalho e na preocupação com os alunos. Devo dizer que ele era principalmente uma espécie de empresário comercial que dava umas aulas porque achava que era uma maneira fácil de acrescentar o seu rendimento mensal com muito pouco esforço. 

Respondi-lhe com razões que tinham que ver com as minhas origens familiares, razões que ele não queria nem podia entender. Objectou com evidente desprezo: “Se calhar estás à espera de que te ponham o nome numa rua!”

Aí têm, porque, naquele momento recordei um episódio passado há bastantes anos. Não pude deixar de sorrir para mim mesmo. Então não era que estava ali para receber, como homenagem, ter o nome numa rua? Ou seja, o desprezo das palavras que me tinham sido dirigidas, há tantos anos, tornava-se realidade e homenagem naquele momento.

A vida reserva-nos cada surpresa!...

Depois desta evocação li o escrito que a seguir transcrevo:

 

 

Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior.

Senhoras e senhores vereadores. Senhoras e senhores membros da Assembleia Municipal.

Minhas senhoras e meus senhores.

Estimados amigos e conterrâneos e todos os que aqui estão presentes:

 

As homenagens não se pedem porque, se são pedidas, deixam de ser homenagens para se tornarem favores ou pagas por serviços contratados.

 

As homenagens apenas se podem aceitar ou rejeitar. E eu não encontrei razões para rejeitar esta que agora me é feita.

 

As homenagens destinam-se a premiar o mérito que os outros atribuem ao homenageado e nunca o mérito que o homenageado se atribui a si próprio.

Segundo um dos princípios básicos da justiça e do direito, ninguém deve ser juiz em causa própria porque, enquanto uns têm a vaidosa tendência para se atribuírem valor em excesso, outros têm a tendência humilde para se desvalorizarem pensando que poderiam ter feito mais e melhor do que aquilo que fizeram.

 

Por isso, manda o bom senso que me limite a aceitar esta prova de reconhecimento e de estima com que resolveram agraciar-me. E é por isso que aqui nos encontramos. Por este acto, não sou eu que fico com uma rua, mas uma rua desta nossa querida terra que vai ficar com o meu nome.

 

Olhando para a rua onde o meu nome vai ficar registado, verifico que ela não é ainda bem uma rua, mas um projecto que, no futuro se irá tornando numa rua. Agrada-me pensar nesta circunstância, para mim tão simbólica, porque, olhando para trás, constato que, de facto, a minha vida tem sido uma sequência de projectos. Este será portanto mais um projecto a que o meu nome se encontrará ligado.

 

Dito isto, resta-me apenas agradecer este gesto simpático que eu, muito honestamente, considero demasiado para a modéstia do que, no meu entender, terei feito em benefício de Campo Maior. Acho que, neste caso, a paga é muito maior do que os serviços prestados.

 

Perante esta afirmação resta-me apenas tomar a decisão de continuar a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ser digno desta honrosa distinção.

A todos o meu MUITO OBRIGADO!

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publicado às 17:48


CANTAR AS FESTAS DO POVO ( VIII )

por Francisco Galego, em 03.05.13

As Festas em Honra de São  Baptista, tornaram-se Festas dos Artistas


Em 1893, um grupo de jovens ligados às actividades de comércio e aos ofícios artesanais de loja aberta, resolveram reatar a tradição de fazerem as Festas em Honra de São João que tinham deixado de se fazer havia cerca de quarenta anos, ou seja, desde meados do século XIX.

Desde logo, traçaram o projecto de ornamentação das ruas e da sua iluminação nocturna, ao mesmo tempo que elaboravam um programa do qual se destacavam as festas de igreja com missa solene e procissão, as arvoradas e os concertos pelas bandas locais ou as convidadas de terras vizinhas, as touradas à vara larga, os bailes, os descantes populares e o fogo de artifício.

            Embora se tratasse de reatar as festas antigas, a festa foi mudada de 28 de Outubro para início de Setembro, parecendo que o motivo desta mudança se poderá justificar por diversos factores, entre os quais terão maior peso, as incertezas do clima atreito a ventanias e trovoadas nos finais de Outubro e porque as actividades do campo, nomeadamente as vindimas, actividade agrícola que nesse tempo tinha grande importância em Campo Maior e se desenvolvia a partir de meados de Setembro.

            Organizadas pelos estratos da população que não estavam ligados ao trabalho agrícola, as festas, desde o seu início, foram designadas pelo povo como as Festas dos Artistas. Mas o seu nome oficial, aquele por que eram designadas nos programas e nos artigos e notícias dos jornais era o de Festas em Honra de São João Baptista.


O povo que agora canta,

Jamais cantará de novo,

Se um dia se perderem,

As nossas festas do Povo.

 

Campo Maior terra bela,

A terra dos meus amores,

Que bela és enfeitada,

Toda coberta de flores.

 

As tuas Festas do Povo

São no mundo sem rival,

Com toda a sua beleza

Dão fama a Portugal.

 

Olhem bem p’ra a nossa rua,

Não precisou d’arquitecto;

Vejam bem as nossas flores

Reparem no nosso tecto.

 


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publicado às 12:07


PRIMEIRO DE MAIO EM CAMPO MAIOR HÁ 80 ANOS

por Francisco Galego, em 01.05.13

A forma como decorreram as Festas do 1º de Maio levadas a efeito por esta comissão.

Eram vinte horas e meia quando a filarmónica local regida pelo hábil regente Senhor José Matias Branco, depois de percorrer algumas ruas desta localidade, se dirigiu à sede desta casa aonde cumprimentou a Comissão Organizadora desta casa, tocando o hino “Primeiro de Maio”, sendo saudada por esta comissão e cerca de mil sócios desta casa, que se achavam presentes, com uma entusiástica salva de palmas. Em seguida iniciou-se a marcha através das ruas desta vila aonde se encontravam cerca de quatro mil pessoas, na sua maior parte trabalhadores rurais, sócios desta casa. Dirigiu-se então aos Paços do Concelho aonde a comissão organizadora foi cumprimentar a autoridade administrativa e Comissão “Pró Campo Maior”. Usou então da palavra o companheiro Sardinha, Presidente da Comissão Organizadora da Casa do Povo, que saudou a autoridade administrativa e Comissão “Pró Campo Maior”. A autoridade administrativa pediu, em nome dos trabalhadores de Campo Maior, o cumprimento integral das leis, do horário de trabalho, do descanso semanal e da protecção às mulheres e menores nos trabalhos agrícolas e que o acompanhassem em dois vivas: um à Comissão “Pró Campo Maior” e outro aos trabalhadores portugueses. Em seguida, usou da palavra o presidente da comissão já referida, Senhor José Augusto Corte Real Mascarenhas que, agradecendo o cumprimento, lamentou que aquela comissão pouco ou nada tivesse feito, mas que era seu desejo fazer muito, mas para isso contava com o concurso de todos os campomaiorenses. Deu por findo o seu discurso, sendo muito ovacionado com uma salva de palmas. Usou então da palavra o administrador do Concelho, Senhor Domingos Calado Branco, que disse congratular-se com a feição que o problema social ia tomando em Campo Maior. Depois de fazer várias considerações sobre o problema social, a Comissão “Pró Campo Maior”, terminou bradando um viva à dita comissão e outro aos trabalhadores de Campo Maior, sendo delirantemente ovacionado. Fez-se então o desfile pelas principais ruas desta vila aonde se incorporavam cerca de mil pessoas, vendo-se nas portas e janelas o elemento feminino que saudava o Primeiro de Maio com luminárias. Ao chegar-se novamente à sede desta casa tocou a filarmónica outra vez o hino “Primeiro de Maio, sendo entusiasticamente aplaudido com uma salva de palmas. Pelas vinte e três horas, realizou-se uma sessão solene. Depois de tocado o hino usou da palavra o companheiro Sardinha que, na qualidade de Presidente da Casa, convidou o companheiro Costal para presidir à “mesa”. Este companheiro, depois de saudar os sócios da Casa do Povo, lamentou que não tivesse competência para tão honroso cargo, mas que aceitava, certo que todos os companheiros o desculpariam se os trabalhos não fossem orientados como era seu desejo. Convidou para o secretariar os companheiros Francisco Leonardo da Casa do Povo de Santa Eulália que veio expressamente a esta localidade assistir à manifestação e Manuel Augusto Rondão. Deu em seguida a palavra ao companheiro Chagas que depois de saudar os companheiros presentes e todos os trabalhadores internacionais, pediu um minuto de silêncio em memória dos mártires de Chicago e dissertou sobre as origens do Primeiro de Maio e o massacre dos operários de Chicago pela polícia daquela cidade. Ao terminar pediu à assistência que o acompanhasse num viva aos trabalhadores internacionais, sendo delirantemente aplaudido pela assistência e sinceramente felicitado pelos companheiros da Comissão Organizadora. Em seguida, o presidente da mesa deu a palavra ao companheiro Sardinha, que dissertou sobre o Primeiro de Maio na Europa e em Portugal, pedindo dois minutos de silêncio, um pela memória do falecido ministro do trabalho socialista Augusto Dias da Silva e outro pela memória do nosso chorado companheiro Manuel Lavadinho Mourato. Terminou saudando a Casa do Povo de Lisboa, os companheiros presentes e aqueles que pelos afazeres da sua vida profissional não podiam estar ali, assim como a filarmónica local e os trabalhadores de Portugal, sendo muito ovacionado. Foi então dada a palavra ao companheiro Pinto que lastimou que os poderes públicos não tenham nunca olhado pela classe dos trabalhadores rurais e terminou pedindo pão para os famintos, trabalho para os que mendigam e liberdade para todos, sendo entusiasticamente aplaudido. Usou da palavra ao presidente da mesa, que agradeceu a boa ordem e compostura de que a assistência deu provas, durante o decorrer da sessão, sendo esta encerrada em seguida. Eram doze horas, tocando o hino a filarmónica local. Resolveu-se também exarar um voto de louvor aos trabalhadores de Campo Maior pela forma como se conduziram no decorrer da manifestação, assim como à filarmónica local e ao seu regente Senhor José Matias Branco.

(CASA DO POVO DE CAMPO MAIOR - Acta da sessão extraordinária – 1º de Maio de 1933)

Torna-se necessário chamar a atenção para o seguinte: A Casa do Povo de Campo Maior que aqui se refere, era uma cooperativa dos trabalhadores de Campo Maior, por eles fundada e gerida. Nasceu como sucursal da Casa do Povo de Lisboa, que tinha a sua sede na Rua da Mouraria daquela cidade. A iniciativa de criação destas cooperativas era de um partido então existente que se chamava "Partido Socialista Português", que era mal tolerado pelos salazaristas que não pararam de lhe mover encarniçada perseguição.

Também a cooperativa Casa do Povo de Campo Maior foi alvo de perseguições. Alguns dos seus dirigentes foram presos, tendo parte deles sido levados a tribunal. Foram desencadeadas campanhas caluniosas contra os seus dirigentes nos jornais que apoiavam o governo, acabando  por resultar dessa perseguição que a cooperativa que fora criada em finais de 1932 e inaugurada em 11 de Janeiro, se visse compelida ao seu encerramento e dissolução, em 31 de Dezembro desse mesmo ano de 1933. Os salazaristas viriam a fundar um outro organismo com o mesmo nome de Casa do Povo de Campo Maior mas de diferentes objectivos, orientada por outros princípios e com finalidades, não cooperativistas mas corporativistas, de acordo com a ideologia do Estado Novo.

 

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publicado às 18:58


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