Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




CANTAR AS FESTAS DO POVO ( VII )

por Francisco Galego, em 26.04.13

Fantasias e realidades sobre as origens das “Festas do Povo"

 

Na data de 28 de Setembro, celebrava-se o fim do Sítio de Campo Maior de 1712, em que a vila estivera na eminência de se render, por falta de condições para continuar a resistir ao terrível poder de fogo dos invasores. A maneira como as tropas sitiantes tinham retirado quando a vila já estava praticamente vencida, foi considerada um milagre atribuído à divina intervenção, por interferência de São João Baptista, Patrono e Protector de Campo Maior. Daí que o dia ficasse assinalado como feriado municipal e se decidisse que, nesse dia, se fizessem festejos em honra do Santo Precursor de Jesus Cristo.

Aqui está a explicação de se fazerem festas em honra de São João, em dia de São Simão, tanto mais que, em Campo Maior, desde tempos imemoriais, também se comemorava o São João, do dia 23 para 24 de Junho que, no calendário litúrgico lhe é consagrado, com arraial no sítio de São Joãozinho, no recinto onde existe uma capela assinalando o local onde o santo aparecera a um habitante de Campo Maior, no distante século XVI, quando terminava o reinado de D. Manuel e começava o de D. João III, o Piedoso.

 

 

São ruas cheias de flores,

De cravos, botões e rosas;

Todas feitas em papel

De cores esplendorosas.

 

Esta vila camponesa,

Está enfeitada a rigor;

Com lindas flores de papel

Que são poemas d’amor.

 

Povo de Campo Maior,

Como tu não há igual;

Estas tuas lindas festas,

São únicas em Portugal.

 

Cantar toda a gente canta,

Versos toda a gente faz;

Mas de festas como estas,

Ninguém mais é capaz.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 10:05


CANTAR AS FESTAS DO POVO ( VI )

por Francisco Galego, em 19.04.13

Fantasias e realidades sobre as origens das “Festas do Povo"

 

Estas festas de Setembro começaram a fazer-se no ano de 1893. Eram designadas como Festas em Honra de São João Baptista, porque consistiam no reatar de uma tradição que vinha de tempos antigos. Antes havia o costume institucionalizado de se fazer uma missa solene e uma procissão em 28 de Outubro, em honra de São João Baptista, na qual participavam as autoridades municipais que assumiam a organização e despesas de uma festa com iluminação nocturna das ruas, decoradas com ramos para que passasse a procissão com a imagem do Santo Padroeiro de Campo Maior.

Foi, portanto, em volta do culto de São João Baptista que se constituiu essa antiga tradição que consistia na realização de uma festa no dia 28 de Outubro, apesar do calendário litúrgico consagrar esta data a um outro santo – São Simão.

 

Durante noites e noites,

Toda a gente fez as flores;

Sacrificando o descanso,

Esquecendo mágoas e dores.

 

Mas que ruas tão bonitas,

Já não sei qual a melhor;

Nunca mais esquecerás,

Festas de Campo Maior.

 

Mas que ruas tão bonitas,

Que flores maravilhosas!

São tantas, tantas as ruas,

Qual delas a mais formosa.

 

Novos velhos e crianças,

Numa labuta sem fim;

Transformaram estas ruas,

Num verdadeiro jardim.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 09:59


CANTAR AS FESTAS DO POVO ( V )

por Francisco Galego, em 12.04.13

 

Fantasias e realidades sobre as origens das “festas do povo”

 

As Festas do Povo de Campo Maior têm sido explicadas de muitas maneiras e sempre de modo mais ou menos fantasiado. Segundo alguns, teriam nascido numa determinada rua, a Rua Nova, e ligadas à actividade dum determinado grupo – o dos contrabandistas. Trata-se duma explicação muito interessante, porque muito romântica, mas que não tem o mínimo fundamento de verdade.

Nenhum documento ou facto conhecido, pode confirmar semelhante afirmação. É certo que o contrabando foi sempre uma actividade importante em Campo Maior, como é natural numa terra de fronteira. Mas é também um facto comprovado que os contrabandistas, em anos em que os negócios lhes calhavam mais a jeito, tinham por hábito festejar organizando um desfile e um arraial em honra de São Joãozinho que tomavam como protector e padroeiro das suas arriscadas actividades. Mas estas festas faziam-se em Junho no dia de São João e nada tinham a ver com as outras festas que, a partir dos finais do século XIX, se começaram a realizar, primeiramente, em Outubro, depois, em Setembro.

 

Nós cá em Campo Maior,

Somos muito hospitaleiros;

Pomos cadeiras à porta,

P’ra sentar os forasteiros.

 

Numa manhã de Setembro,

A vila acorda mais bela;

E a camponesa sorri,

Debruçada na janela. 

 

Durante meses e meses,

Mãos rudes fazem magia;

Transformam papel em flores,

Para nos dar alegria.

 

Vila de Campo Maior,

Terra de grande beleza;

Toda composta de flores,

Pareces uma princesa.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 09:53


CANTAR AS FESTAS DO POVO ( IV)

por Francisco Galego, em 05.04.13

Fantasias e realidades sobre as origens das “Festas do Povo”


Não é fácil demarcar com rigor a data de começo das Festas do Povo de Campo Maior. Como para quase todos as realizações levadas a cabo colectivamente pelo povo, estas festas tiveram a sua génese ao longo de um período largo de tempo. As manifestações de cultura popular deixam poucos testemunhos escritos, tornando-se, quase sempre, muito difícil reconstituir a maneira como nasceram e como foram evoluindo.

Mas o povo, quando não sabe inventa. Não por má fé ou censurável intenção, mas porque é próprio do homem buscar explicação para as coisas que lhe despertam interesse ou curiosidade.

 

Nunca vi ruas assim,

Mas quem seria o pintor?

Foi o povo que as pintou

Com carinho e com amor.

                                                       

Campo Maior minha terra,

E terra dos meus amores;

Setembro Festa do Povo,

As ruas cheias de flores.

 

Foi o povo que as fez,

Com suas mãos carinhosas;

Cada rua é um jardim,

De flores maravilhosas.

 

Todos fizeram flores,

Todos cantaram cantigas;

Eram crianças e velhos,

Rapazes e raparigas.


Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 09:48


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.


Arquivo

  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2019
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2018
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2017
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2016
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2015
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2014
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2013
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2012
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2011
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2010
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2009
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2008
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2007
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D