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De Campo Maior - A demolição das muralhas

por Francisco Galego, em 31.10.10

 

A sessão camarária de 22 do corrente sobre alvitres para a concessão de terrenos da muralha e fossos desta extinta praça, a fim de se proceder ao alargamento desta vila, cuja área já é insuficiente para comportar os seus habitantes…

Pedida a substituição da parte denominada Cavaleiro, por ser de difícil demolição e nivelamento pela cortina entre os baluartes do Príncipe e do Concelho.

A falta de trabalho e a crise da classe trabalhadora, fome, miséria, obrigou os trabalhadores a saírem para a rua em grande número, dirigindo-se à porta do presidente da câmara a pedir trabalho. Por este facto, a vila deve pedir providências às instâncias superiores.

O administrador José Gonçalves Nisa e o deputado Lourenço Cayola intercederam, tendo este apresentado um projecto-lei que habilitasse o governo a despender de uma verba para atacar a crise.

Localmente sugere-se que se iniciem os trabalhos de demolição das muralhas como forma de responder a esta crise.

 

Publicado Nº 1587, de 20 de Agosto de 1908 do jornal "O Distrito de Portalegre".

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publicado às 12:51


O mercado do Terreiro

por Francisco Galego, em 26.10.10


Creio que o Campomaiorense, gentil como sempre, me permitirá estas linhas, que julgo serem de toda a justiça e de bastante interesse ao povo desta vila, com relação ao mercado que actualmente funciona no largo de Barão de Barcelinhos, mais vulgarmente conhecido por largo do Terreiro. Acontece, porém, que neste mercado não figura um só tabuleiro. Hortaliças e outros géneros alimentícios, andam rebolando pelo chão! Que vexame, um mercado que devia progredir de dia a dia. Há poucos dias passava um suíno pela rua abaixo com uma couve nos dentes que a muito custo da revendedeira e outros indivíduos que por ali fazem os seus quartos de sentinela, foi a couve arrancada da boca do animal. Momentos depois, a couve foi vendida por bom dinheiro a uma mulherzinha que não estava inteirada do caso. Mas, vamos que o animal possuísse mal na boca? Isto não deve continuar. Pedimos providências urgentes a quem competir, para que se acabe a com semelhante vergonha, a fim de se evitar uma desgraça e até mesmo para que os forasteiros que nos visitam, não façam de nós uma ideia muito triste ao verem um mercado sem tabuleiros e com os géneros pelo chão, quando Campo Maior é digno de melhor sorte.

Um leitor

 

Publicado Nº 43, de 20 Novembro de 1922 do jornal "O Campomaiorense

 

Nota: Os mercados realizavam-se antes na Praça Velha, junto ao castelo, depois passaram a realizar-se na Praça Nova ou Praça da República e. posteriormente, no edifício do Assento onde hoje está instalado o Museu Aberto.

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publicado às 09:34


No dia 10 de Dezembro começou a funcionar o novo lagar a vapor da empresa União Campomaiorense, fundada há pouco mais de um ano e que já hoje conta mais de 200 accionistas. Pode laborar 24 horas processando uma média de 20.000 kg de azeitona, produzindo 400 decalitros de azeite.

Promoveram este melhoramento Alguns lavradores dos quais se destacaram o Falecido Domingos Serra, José Rasquilha Corado, João Pereira Saquete e José Gonçalves Niza

O plano da obra e a direcção de todos os trabalhos de construção e instalação, deve-se ao hábil artista Sr. Pedro Daniel Ruivo que, mais uma vez, teve ocasião de demonstrar as suas aptidões e competência

 

Pulicado no Nº 10 de  "O Campomaiorense" de 15 de Dezembro de 1921

 

NOTA: O Lagar União Campomaiorense, ficava situado onde hoje se localiza o estacionamento do Hotel Santa Beatriz e laborou até aos anos 70 do século XX. A partir de certa altura, este lagar estava ligado à Moagem, localizada no grande edifício da Av. Gulbenkian.

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publicado às 18:19


O CINEMATÓGRAFO EM CAMPO MAIOR

por Francisco Galego, em 17.10.10

 

O Jornal de Notícias, Nº 37 de 15 de Novembro de 1928, na sua página 4, noticiava:

 

A empresa Ramos & Valente instalou num casão do Assento Militar um salão cinematográfico, tendo, para isso, efectuado ali algumas obras de adaptação.

A nova casa de espectáculos compõe-se de: sala para o público dividida em duas classes de lugares (geral e superior) com um pequeno palco para variedades; vestíbulo com bufete, bengaleiro e retretes com autoclismo, para senhoras e cavalheiros; casa de aparelhos, motor, depósitos de água, etc.

A inauguração teve lugar no dia 1 de Novembro do corrente ano, a benefício da Misericórdia, tendo o produto líquido sido de 573$00.

A casa estava à cunha e, se bem que se trate de uma instalação provisória e modesta, é de esperar que continue sendo muito frequentada, por não haver em Campo Maior qualquer outra diversão para entreter os longos serões de inverno.

O programa do espectáculo inaugural é que foi infeliz: duas fitas do mesmo género policial, tanto do agrado dos americanos, com muitas mortes, muitas correrias, muitas cenas de murro, trambolhões, etc., etc., pelo que no público das cadeiras se notava visível aborrecimento.

Aconselhamos a empresa a precaver-se contra os fornecedores que vão sempre impingindo gato por lebre.

Os programas mais atraentes e que ao público mais agradam, são aqueles em que se entremeiam filmes de arte, documentários e actualidades de carácter instrutivo, com pequenas farsas e comédias ligeiras, de fins meramente recreativos.

Outra coisa notamos também, para o que chamamos a atenção da empresa e da autoridade administrativa: na sala fumava-se à vontade, tornando a atmosfera pesada, o que não dispôs bem as senhoras que lá se encontravam. Cremos que está ainda em vigor o regulamento que proíbe que se fume nas casas de espectáculo e a polícia, a quem a empresa paga, não deve fechar os olhos.

Para terminar, felicitamos os nossos amigos Srs. Ramos e Valente e fazemos votos para que o público saiba corresponder à sua iniciativa que representa alguma coisa de importante no nosso meio, onde o capital raras vezes acorre a financiar empresas desta natureza.

 


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publicado às 17:06


Para a história do futebol em Campo Maior

por Francisco Galego, em 13.10.10

De regresso, trago este documento que é precioso porque é primeiro relato conhecido de um desafio de futebol entre um clube de Campo Maior e um clube de Elvas.

 

Jornal elvense O Leste,

Nº 25 de 20 de Fevereiro de 1916,

páginas 3 e 4

 

Sport

Desafio de Futebol entre a União Desportiva Elvense e o Club Desportivo 5 de Outubro de Campo Maior

“O 1º grupo do 5 de Outubro jogou, no passado Domingo, em Campo Maior, um desafio com a União. Estava uma tarde primaveril, motivo porque a assistência foi numerosa, principalmente de senhoras que animavam o campo com a sua graça juvenil, obrigando os jogadores a distraírem-se

Às 15 horas, feito o sinal pelo juiz de Campo, (Loureiro), deram entrada no campo os dois grupos compostos dos seguintes jogadores:

U.D.E. – Adelino Gonçalves; Mário Gonçalves; José Rodrigues (Cap.); J. Lopes; F. Braz; M. Florêncio; Caldeira; Carvalho; Pereira e Caldas. (10 elementos)

C. D. 5O. – Mourato; José Ruivo; Guitano; Saragoça; João Ruivo (cap.); Garcia; Botico; Sérgio e Alberto Mourato. (9 elementos)

Da União faltou Terrinca; e do 5d’Outubro faltaram Serafim e Enzinos. Daí talvez ter a União marcado na primeira parte 3 bolas, sendo duas por corner kick, muito bem marcadas por Braz.

Adelino defendeu bem a rede destacando-se ao defender galhardamente um penalty. Os backs Rodrigues e Gonçalves, igualmente bem,

Dos restantes jogadores da União não nos ocuparemos detalhadamente pois não podemos apreciar devidamente o seu jogo. Todavia, vimos que jogaram com algum método, passando muito bem a bola.

O C. D. 5.O mostrou-se ainda pouco conhecedor das passagens, chutando com muita força, dando em resultado entregarem a bola constantemente aos adversários e limitando-se à defesa quase todo o jogo, pois fizeram poucas e mal rematadas avançadas.

Na segunda parte, quiçá por entrarem nos seus lugares os jogadores que haviam faltado à primeira, jogou-se com mais calor, defendendo melhor o C. D. 5.O. pelo que não se marcou nenhuma bola, contribuindo também para isso o facto de o half-centro Braz do U.D.E.  ter abandonado o campo por motivos estranhos ao desafio

Aparte este pequeno incidente, o desafio decorreu no meio do maior entusiasmo, jogou-se com a máxima correcção de parte a parte.

Findo o desafio vitoriaram-se os dois grupos com os Hurrahs do estilo indo em seguida abancar no restaurante Gavião Branco onde lhes foi servido um lanche pela direcção do C.D.5.O.

Às 20 horas retiraram-se para Elvas os jogadores da União que se mostraram penhorados pela maneira como foram recebidos pelos seus camaradas de Campo Maior. E assim terminou um dia que marca mais uma vitória para o desporto em terras alentejanas. Brevemente irá o C.D.5.O. a essa cidade jogar com a União para desforrar-se da lição-derrota …

Bom seria que os senhores jogadores do 5 d’Outubro se convencessem de que a disciplina é a base da Association e que, em vez de andarem a flirtar pelas calles, se lembrassem dos seus compromissos e obrigações, para evitar casos como o de Domingo.

E viva o futebol.

J. R.

(João Ruivo)

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publicado às 18:08


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