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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
As ceifas constituíam outra das tarefas agrícolas que, antes da introdução das máquinas de ceifar e de debulhar, exigiam maior número de trabalhadores. Era um dos períodos do ano em que os assalariados se viam livres do flagelo do desemprego e da fome. O trabalho da ceifa era feito por grandes ranchos de homens e mulheres que, em linha, iam ceifando as grandes searas de trigo. Enquanto o faziam, sob a inclemência do sol abrasador do Verão alentejano, iam cantando para mitigar a rudeza do esforço.
Ora, no século XIX e 1ª metade do século XX, as ceifas eram tarefa que exigia sazonalmente muita mão-de-obra. Tanta que, para realizar todas as ceifas em tempo de evitar que parte dos cereais se perdessem, se tornava necessário o recurso a grandes ranchos de trabalhadores vindo de regiões mais a norte.
Cancioneiro da Ceifa (I)
As papoilas encarnadas,
A brilhar entre os trigais,
São tão lindas, perfumadas,
Com as rosas nos rosais.
À seara fui buscar,
Com meu suor a riqueza;
A vida pôs-me a ceifar,
Fiquei na maior pobreza.
Para o dono da seara,
A minha foice é dourada;
Ceifa trigo e centeio
Ceifa aveia e cevada.
Dizem que a folha do trigo,
É maior que a da cevada;
Também a minha amizade,
Ao pé da tua é dobrada.
Mas que linda ceifeirinha,
Que cara mais engraçada;
Lenço de chita florida,
A saia muito rodada.
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