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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
Em muitos casos, as cantigas de escarnecer não passavam de uma maneira divertida de expressar, brincando, sentimentos de ternura. De tal modo assim é que, em bastantes casos, sentimos dúvidas sobre a maneira de as classificarmos. Há cantigas de escarnecer tão ternas que mais parecem cantigas de bem-querer. Enquanto que, a ternura de outras que foram classificadas como de bem-querer – por quase roçarem o ridículo –, mais parecerem cantigas de escarnecer. Há também as que não passam de simples e ingénuos trocadilhos.
Eu andei de terra em terra,
Até que aqui vim parar;
P’ra agora esta ranhosa,
Pensar que a quero namorar.
O cantar da meia-noite,
É um cantar excelente;
Acorda a quem está dormindo,
Alegra a quem está doente.
Armou-se esta titarada,
Na manhã da nossa feira;
A Tarata está zangada,
Quer que lhe pague a cadeira.
Não sou bonita de espanto,
Nem feia que meta horror;
Mas terei o meu encanto,
P’ra quem me tiver amor.
Chamaste-me moreninha,
Eu não sou tão delicada;
Mas em ti que és ruço e feio,
Seria mal empregada.
Nunca gostei de beijar,
Uma mulher que se pinta;
Porque sempre que a beijo,
A boca sabe-me a tinta.
Ó maçã encarnadinha,
Picada do rouxinol;
Se não fosses tão baixinha,
Entravas para o meu rol.
Olhem aqui p’ro meu par,
Que beleza d’hortaliça;
Já mo quiseram roubar,
Fui dar parte à justiça.
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