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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
As Festas nos anos 50 (1)
A vila que transbordara para fora das muralhas desde o início do século XX conheceu, nos anos cinquenta, um tão grande desenvolvimento que o seu espaço urbano duplicou até ao fim do século XX. Os novos bairros começaram a aderir à dinâmica das festas. Rapidamente, o número de ruas ornamentadas que nunca, até aos anos cinquenta, alcançara a meia centena, atingiu no auge deste desenvolvimento, o número espantoso de mais de uma centena de ruas ornamentadas.
Os espectáculos de variedades passaram a constituir uma parte importante no programa das Festas, passando a recorrer a artistas de projecção nacional. As Festas são planeadas para atraírem cada vez mais a gente de fora que vem de terras cada vez mais distantes. Constituindo como objectivo a sua projecção a regiões cada vez mais longínquas, as Festas foram-se tornando progressivamente um acontecimento turístico de relevância.
Por outro lado, havia cada vez mais campomaiorenses deslocados. A grande migração para os centros industriais e o êxodo da emigração pra países além dos Pirenéus, começaram a definir uma nova realidade social:os pequenos centros urbanos tiveram de adaptar-se ao regresso periódico de uma grande massa dos seus naturais que, chegado o Verão, vinham passar as férias acompanhados das suas famílias.
Esta nova conjuntura, no começo dos anos cinquenta, fez renascer a vontade de realizar as Festas, alargando a sua dimensão e melhorando muito a sua qualidade.
LINHAS DE ELVAS, nº 102, 23 de Agosto de 1952
Festas do Povo
Depois de um intervalo de 10 anos, Campo Maior leva este ano a efeito as suas tradicionais Festas do Povo.
Únicas no Alentejo, dada a originalidade do seu número mais sensacional: a transformação completa de todas as suas ruas num encantamento e policromo jardim, têm este ano a valorizá-las o concurso dos artistas de variedades da Emissora Nacional, que se apresentam com todo o seu conjunto.
Parece-nos que é Campo Maior a primeira terra do distrito que tem a honra de ter como hóspedes uma tão numerosa e meritória embaixada artística.
O programa será radiodifundido e o espectáculo terá lugar no magnífico recinto da Praça da República.
Oportunamente transmitiremos aos nossos leitores os restantes números de que se compõe o programa das festas do povo de Campo Maior, as quais são organizadas em benefício da Misericórdia e têm o seu início em 6 de Setembro próximo, prolongando-se até 9.
É de esperar que os organismos oficiais prestem todo o seu auxílio à Comissão das Festas, no sentido de que lhes seja imprimido o maior brilhantismo, pois é bom não esquecer que muitos forasteiros nos visitarão naqueles dias.
Acreditamos que a hospitalidade campomaiorense estará presente, como é seu hábito.
Marciano Ribeiro Cipriano
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