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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
AS FESTAS EM TEMPOS DE GUERRA III
Em 1 de Abril de 1939, com a tomada de Madrid pelas tropas nacionalistas de Franco, estava ditado o fim da Guerra Civil em Espanha.
Em 1 de Maio de 1939, com a rendição incondicional dos seus aversários, o general Francisco Franco pôde anunciar a vitória total das suas tropas. A Espanha era uma sequência de devastados campos de batalha.
No começo de Setembro de 1939 começou a Segunda Grande Guerra com a invasão relâmpago da Polóni e consequente declaração de guerra da Inglaterra e da França à Alemanha.
Em Maio de 1940, o exército alemão invadiu a Bélgica, donde passou à França que conquistou rápida e facilmente. Em Junho, os alemães entram vitoriosos em Paris. A Inglaterra fica isolada na sua insularidade e só face aos ataques de Hitler. Começou então a Batalha de Inglaterra, uma batalha aérea que consistia essencialmente no bombardeamento das cidades. Em 7 de Dezembro de 1941, os japoneses, com o seu ataque surpresa a Pearl Harbour, arrastaram os Estados Unidos da América para a guerra que se extendeu ao Extremo Oriente e que se iria prolongar até à capitulação do Japão no início de Setembro de 1945.
Salazar declarou-se neutral face ao conflito. A nível interno a situação estava aparentemente pacificada. O regime entrava numa face de rigorosa vigilância e repressiva acção policial, enquanto a omnipresente Comissão de censura controlava fortemente a informação, colocando a maioria dos portugueses numa espécie de nimbo que os deixava isolados do resto do mundo. O regime cuidava de impor o modelo que Salazar fora gizando para Portugal. Começaram as grandes manifestações de apoio a Salazar que acelerou a consolidação do seu Estado Corporativo. Estas manifestações, mobilizando grandes massas com gente de todas as regiões do país que se deslocavam a Lisboa para manifestarem o seu público e massivo apoio a Salazar, instituíram-se como prática habitual, até ao fim do regime.
No que respeita às Festas do Fovo, as coisas não corriam de feição. Embora tenha sido publicado o "Programa" para a sua realização em Setembro de 1939, não há qualquer notícia nos jormais da região sobre a sua realização. Aliás, o próprio programa não faz qualquer menção à ornamentação das ruas, o que leva a supor que ela pode não ter sido realizada. Esta falta de informação sobre o que terá acontecido, agravou-se pelo facto de João Ruivo, até então a fonte mais certa sobre as Festas, ter sido promovido à segunda classe de tesoureiro da Fazenda Púbilica em 20 de Maio de 1939 e, em consequência, ter saído de Borba para Estremoz, deixando de dar notícias através dos jornais.
Só há muito pouco tempo, por gentil cedência da Srª D. Catarina (Tina) Murcela, tive conhecimento do programa destas Festas.
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