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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
O artigo publicado no jornal elevense O Transtagano de que, entre os anos de 1860 e 1863, se publicaram 306 números, dá-nos interessantes informações sobre um importante estrato da sociedade campomaiorense na 2ª metade do século XIX.
Esse estrato designado como a “classe artística”, viera crescendo de importância desde a consolidação do “Liberalismo”, a partir de meados do século XIX. Os chamados “artistas” eram os artesãos organizados em oficinas onde os mestres dos diversos ofícios, os oficiais ao seu serviço e os aprendizes, se dedicavam à produção dos bens essenciais, desde o vestuário e calçado até ao fabrico dos mais diversos utensílios e ferramentas.
Na sua maioria, tinham frequentado a escola de “primeiras letras” e alguns mantinham, ao longo da sua vida o hábito da leitura. Daí o desenvolvimento do jornalismo a nível local e regional.
A sua presença e influência ficou muito marcada na vida cultural da vila como participantes em actividades como as filarmónicas, as sociedades recreativas, a organização e participação nos eventos recreativos e culturais.
No caso da vila de Campo Maior, essa presença foi tão marcante que, na fase final do século, os tradicionais “Festejos em Honra de S. João Baptista”, começaram a ser designados como a “Festa dos Artistas”, por serem principalmente eles os organizadores e animadores da sua realização.
Ora, a descrição que este jornal publicou, permite ter uma ideia da importância e diversidade deste grupo socio-profissional na comunidade campomaiorense desse tempo.
Joaquim Caetano Sereja – ferrador
José Pedro de Matos – idem
João António da Silva – latoeiro
Manuel António Ruivo – barbeiro
João da Matta Patrão – algibebe
Luís Maria Cordeiro – serralheiro
José António Cordeiro – idem
António dos Santos Brito – peleiro
José António de Bastos – idem
Francisco Jorge Motta – forneiro
José Rodrigues Pirão – sangrador
José Afonso Antunes – alfaiate
José Joaquim Gregório – idem
Francisco Camilo – idem
Francisco Mexia - idem
Francisco Marques Terrinca – idem
António Luís Ramos – idem
João Francisco de Mattos Maudinheiro – idem
Manuel Máximo Ramos Maudinheiro - idem
João Filipe – carpinteiro
Estêvão José Queiroz – idem
Manuel Gomes Lata – idem
João Francisco Rosado – idem
João José da Cunha Leitão – idem
Bernardo António Lata – idem
Elias Francisco – sapateiro
Manuel dos Reis Coelho – idem
José Martins Batuca – idem
João António Passão – idem
Manuel Lopes Soveral – idem
Francisco Lopes Soveral - idem
João António de Bastos – idem
João Lopes Themudo – idem
Januário António Cordeiro – idem
Luís José Maria – idem
Guilherme Caprino – idem
João Baptista da Gama – idem
Manuel Martins – idem
Pedro de Sousa – idem
João da Gama – idem
José António de Sousa Mourato – idem
Manuel Rodrigues p. Bessa – idem
Francisco Nunes da Fonseca – idem
José de Assumpção Aldeia – idem
Maurício José da Silva – idem
Joaquim do Carmo – idem
José Lino de Paiva – idem
João António de Sousa – ferreiro
João Severino Pilar – idem
Francisco António Bastos – idem
Joaquim António Bastos – idem
João José de Mattos- idem
João Francisco Pilar – idem
António Joaquim da Motta – idem
Se não falhei nas contas, temos aqui indicados 12 oficios, onde se empregavam 52 mestres e oficiais, não estando incluidos os que se entregavam ao comércio, os que prestavam outros serviços, bem como outras ocupações que não estariam relacionadas com os trabalhos agrícolas, porque estes constituíam outro estrato e eram designados como os do campo ou rurais, sendo neles que se ocupava a maioria da população.
(In, O Transtagano, Elvas, 1/7/1860)
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