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Aqui se transcrevem textos, documentos e notícias que se referem à vida em Campo Maior ao longo dos tempos
Podemos afirmar sem receio de contestação que, no decurso da sua história, a vila de Campo Maior conheceu duas épocas completamente distintas, tanto no que respeita à sua configuração como à sua extensão enquanto agregado urbano. Podemos também concluir que quase nada se conservou do seu património anterior à destruição que sofreu em 1732. Podemos também ajuizar como grande parte do seu espólio documental se perdeu nos escombros e nos incêndios que resultaram nessa destruição.
Os textos que se têm vindo a publicar, sobre este trágico acontecimento, são bastantes e bastante extensos. Mas, por um lado, são muito pouco conhecidos e, por outro lado, são fundamentais para termos uma ideia do facto que, ao longo da sua existência, mais marcou a história de Campo Maior. Por isso, pareceu apropriado terminar, com esta breve síntese.
I - EXPLOSÃO DO ARMAZÉM DA PÓLVORA
16 DE SETEMBRO DE 1732
4 HORAS DA MADRUGADA,
UMA TROVOADA ABATEU-SE SOBRE CAMPO MAIOR
UM RAIO CAIU SOBRE A TORRE DE MENAGEM QUE SERVIA DE PAIOL
DEU-SE UMA TREMENDA EXPLOSÃO
A TORRE DE MENAGEM DESFEZ-SE EM PEDAÇOS
UMA CHUVA DE PEDRAS CAIU SOBRE O POVOADO
A VILA FICOU QUASE COMPLETAMENTE DESTRUÍDA
II - O REBENTAMENTO DE 1732
CAMPO MAIOR ANTES DA CATÁSTROFE:
- Achava-se a vila no maior auge que se podia considerar;
- Depois do cerco de 1712, o rei cuidara de mandar reparar os estragos;
- Com a vinda dos carregamentos de ouro e de pedras preciosas do Brasil, os recursos eram imensos;
- A guarnição militar fora reforçada;
- O Bispo de Elvas D. João de Sousa, que muito visitava Campo Maior, onde mantinha residência, cuidou muito do arranjo dos edifícios e obras da Igreja:
- Na Igreja Matriz mandou fazer a tribuna, pintar a Capela-mor e todas as outras capelas;
- Tirou a Igreja da Misericórdia do sitio antigo, abrindo-se o chamado “Terreiro” para realização dos mercados e reconstruindo-a no sítio actual;
- A Igreja de São João, ficara tão arruinada pelo cerco de 1712 que tinha sido demolida, estando a decorrer o processo para a sua reconstrução;
- Construíra-se uma nova Igreja no Castelo;
- O Convento de S. Francisco tinha-se acabado no ano anterior, 1731;
- As casas do governador Estêvão da Gama, junto à Porta de S. Pedro, as casas de D. João de Aguilar, no Terreiro das Estalagens ( Largo do Assento), bem como as casas de todos os principais da terra tinham sido reconstruídas e melhoradas;
- O castelo tinha sido reparado, sendo melhoradas as suas instalações;
- Mesmo as casas mais pobres, tinham sido reconstruídas e melhoradas.
CAMPO MAIOR DEPOIS DA CATÁSTROFE:
Uma destruição quase total:
- a torre de Menagem que em 1712 tinha sido atingida por nove bombas de grande potência sem lhe causarem qualquer mossa, foi arrancada dos alicerces, desfez-se em pedaços que arrasaram o resto do castelo e grande parte da povoação;
- das 1.076 casas que a vila tinha, todas ficaram danificadas, ficando 836 completamente destruídas; arruinaram-se as igrejas (sendo que a de São João começara a ser desmanchada em 1729); 256 mortos e mais de 2.000 feridos; a população era, segundo um censo feito três meses antes (Junho de 1732), de 5.218 pessoas.
- Devido à acção empenhada de D. João V, uma nova vila estaria resconstruida, cerca de 10 anos depois.
- Três anos não eram findos, e já as obras de reconstrução das casas da vila estava quase acabada.
- As obras de reconstrução das igrejas, bem como das defesas e edifícios militares demorou por mais alguns anos.
- O antigo castelo tinha desaparecido. O que se construiu nesta altura foi apenas uma espécie de cenário para dar alguma dignidade à vila e para acolher alguns edifícios da administração militar da praça de guerra.
- Quanto à fortaleza, só em 1797 começou a sua remodelação por causa da crescente ameaça do imperialismo francês.
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