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O NOVO ANO E OS VELHOS PROBLEMAS

por Francisco Galego, em 30.12.16

            Passou a época mais significante da nossa civilização, dita ocidental e cristã. Contudo,  os rituais próprios do Natal e do Ano Novo, não nos devem deixar distraídos dos males que afligem este nosso conturbado mundo, pois que, implacavelmente, todos esses males  continuam a atormentar, principalmente, os mais desfavorecidos.

            Em certos aspectos, nós homens do século XXI, integrados numa cultura de base cristã, mostramos uma tremenda desumanidade, pois que, apesar dos enormes progressos científicos e tecnológicos, pouco ou quase nada temos evoluído ao nivel das relações humanas. Continuam por resolver flagelos terríveis e questões que, em nome da fraternidade, da solidariedade e da interculturalidade, já deviam ter sido resolvidos há muito tempo. Em muitos aspectos, somos confrontados com situações de extrema barbárie. Os povos em cujos territórios estão continuamente abertos os conflitos, dão disso dramáticos testemunhos:

            - No Próximo Oriente, mantém-se acesa a fogueira de ódios ancestrais, pois que,  de um e outro lado, o radicalismo extremado dos fundamentalistas, comanda os acontecimentos sem dar tréguas e sem atender à vontade moderadora dos que anseiam pelo entendimento que consolide uma verdadeira paz;

               - Na África, há chagas dolorosamente abertas na nossa consciência;

              - Um pouco por todo o lado, há gente a sofrer os efeitos dos loucos desvarios que se mascaram de crenças religiosas e invocam razões culturais, escondendo as verdadeiras causas  que motivam todas as desgraças.

          - Onde a guerra não campeia, lavra a instabilidade anunciada pelas várias crises que, num exponencial crescimento, se vão desenvolvendo: a crise financeira primeiro, depois a económica e as, há muito anunciadas, devido ao uso imoderado dos recursos energéticos e dos desequilíbrios ambientais que daí resultam...

            Entretanto, sobretudo entre os que, por atitude preferem considerar-se alheios a tudo isto, cresce desde há muito a pior de todas as crises porque é a que provoca efeitos mais duradoiros e mais difíceis de debelar: a crise de valores que determina a ausência da dimensão moral nos comportamentos políticos e das suas consequências sociais.

            Com tudo isto e apesar de tudo isto, insisto em manter um resto de esperança, enviando a todos  votos do melhor ano, com a paz, a tranquilidade e o bem-estar,  que nos for possível.

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publicado às 23:59


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