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 Ao longo da História da Cidade de Elvas e da História da Vila de Campo Maior, grandes nomes se destacaram na reconstrução da memória dos seus antepassados. Mas dois são fundamentais e determinantes quando se fala de História Local nestas duas comunidades: referimo-nos a Vitorino de Almada e a João Dubraz. Para além do seu interesse pela História, estes dois grandes vultos possuíam também, uma verdadeira paixão pelo jornalismo.

O primeiro, natural de Elvas, onde nasceu em 21-10-1845  foi, sem dúvida, o mais importante historiador desta cidade. O segundo, nascido em Campo Maior, em 21-01-1818, destacou-se não só na vida cultural da sua vila, mas também como um dos mais importantes colaboradores na imprensa periódica de Elvas, salientando-se como cronista do seu tempo, como activista político e como historiador da sua terra.

Todavia, a forma de participação que tiveram, tanto na imprensa nacional, como na local, foi marcada pelas suas formações e actividades profissionais. Vitorino de Almada, sendo capitão do exército e oriundo de uma família ligada à carreira das armas, evitava tomar partido nas lutas políticas que se fizeram sentir fortemente até perto de meados do século XIX. João Dubraz, pelo contrário, assumia-se plenamente como um empenhado activista político. Esteve preso em Elvas durante cinco meses, devido à sua participação num acto revolta militar, em 1847, na conjuntura revolucionária da “Maria da Fonte” e da “Patuleia”. Era um empenhado defensor de um liberalismo radical e um fervoroso partidário do regime repúblicano.

Mas, em ambos, deve-se, sobretudo destacar nas suas obras, o seu empenho na descoberta e na preservação, da memória histórica das comunidades em que estavam inseridos.           

No caso de João Dubraz, destacam-se  as «Recordações dos Últimos Quarenta Anos” de que - coisa rara naquele tempo - se publicaram duas edições: uma primeira em 1868, logo seguida de uma  segunda em 1869. Trata-se, sem dúvida, duma importante memória descritiva da Vila de Campo Maior, desde as suas origens até final dos anos sessenta do séc. XIX, com particular destaque para  a conjuntura das guerras peninsulares e para os factos e acções durante o período de implatação do Liberalismo na vila de Campo Maior. Como jornalista deixou ampla e diversicada coloboração em quase todos os jornais que, no seu tempo, se publicaram em Elvas e em alguns dos que se publicavam em Lisboa.

No que respeita à actividade como colaborador nos jornais, o mesmo caminho seguiu Vitorino de Almada. Uma parte considerável da sua obra foi também publicada em artigos em jornais como o Elvense, o Gil Fernandes e o Correio Elvense de que foi o redactor principal. Mas não pode deixar de se referir a obra que publicou de 1888 a 1895 - Elementos para um dicionário de geografia e história portuguesa -  que trata dos factos relativos ao concelho de Elvas e aos extintos concelhos de Barbacena, Vila Boim e Vila Fernando -  bem como O manuscrito de Afonso da Gama Palha, sobre a Guerra da Sucessão em Espanha, (Elvas, 1876); o estudo biográfico Francisco de Paula Santa Clara, (Elvas, 1888) e a obra Os quartéis- mestres, (Elvas,1890).

Eis, de forma abreviada, algumas notas sobre dois vultos e duas obras de referência na historiografia portuguesa, no que respeita à História Local: uma referida à vida na cidade de Elvas e outra, uma memória sobre uma vila, Campo Maior, ambas localizadas na zona raiana do Alto Alentejo.

 

NOTA: Este texto pretende ser um gesto solidário, de apoio à justa e necessária campanha que Jacinto César tem vindo a desenvolver em defesa da memória e da cultura da sua cidade. E foi elaborado com base noutro, postado por Arlindo Sena, In,

http://flama-unex.blogspot.com/2009/05/historia-local-ao-longo-da-historia da_6801.html

 

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